
Um milhão de empregos e R$ 44 bilhões de impacto no Produto Interno Bruto do país. Este é o potencial dos parques naturais brasileiros, segundo estudo recente do Instituto Semeia. Para tanto, os 297 parques estaduais e nacionais deveriam receber 56 milhões de visitantes.
O desafio é grande e vale muito a pena. Em 2019, somados, os parques receberam 13,3 milhões de pessoas. Ou seja, sem a necessidade de grandes investimentos – a natureza já se encarregou do principal – e preservando o seu patrimônio natural, o Brasil pode multiplicar por quatro os resultados econômicos e sociais do ecoturismo. Raras iniciativas podem ser mais bem classificadas como sustentáveis que o encontro entre o meio ambiente e o turismo.
Em São Paulo, o Governo João Doria vem dando o exemplo para o país: no dia 20 de janeiro assinou a concessão dos parques da Cantareira e do Horto, ambos Região Metropolitana da capital. A concessionária ficará responsável pela zeladoria, manutenção e operações dos serviços por 30 anos. Fará investimentos mínimos de R$ 45,5 milhões, sendo R$ 31 milhões até 2028. A estes somam-se outros seis já concedidos: Capivari e Horto Florestal (Campos do Jordão), Caminhos do Mar (Baixada Santista), Zoológico, Zoo Safari e Jardim Botânico (capital). Mais três estão na fila, sob a liderança da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente.
Estas iniciativas vão ser integradas em breve à indústria turística. A Secretaria que dirijo no Estado de São Paulo, a de Turismo e Viagens, estará lançando uma nova marca: Parques Naturais SP.
Em Santa Catarina, a situação é semelhante à do Brasil – temos parques naturais estaduais e federais em abundância, mas ainda não conseguimos desenvolver nem 10% do potencial que eles têm. Um passo importante foi dado em agosto do ano passado, quando foram concedidos os parques nacionais Aparados da Serra e Serra Geral, entre Praia Grande (SC) e Cambará do Sul (RS), na divisa dos dois estados.
Há muita expectativa sobre o desempenho da empresa que ganhou a concessão, a Construcap, assim como para um novo processo de parceria privada para os parques nacionais das Araucárias (Oeste), de São Joaquim (Serra) e Serra do Itajaí (Vale).
Em nível estadual, temos 10 unidades de conservação, que são administradas pelo IMA, o Instituto do Meio Ambiente. Sete são parques abertos à visitação e três são reservas biológicas, com proteção integral da área e sem acesso ao público. De acordo com o IMA, em 2019, antes da pandemia, foram registrados quase 41 mil visitantes nos parques e a retomada das visitações recomeçou timidamente em 2021, com pouco mais de 3 mil visitantes. Neste ano, o número não chega ainda a 600.