
No final de 2021 o IBGE divulgou o resultado do Produto Interno Bruno (PIB) das Cidades, tendo como referência o ano de 2019. O estudo é feito desde 2002, o que permite enxergar algumas tendências. Em uma perspectiva curta de tempo, o que leva algumas cidades a crescer e outras não? Será interessante acompanhar os resultados de 20/21, que certamente virão marcados pelos efeitos municipalizados dos impactos econômicos e sociais da pandemia do coronavírus.
O Brasil tem cerca de 5.600 municípios. Nos últimos 50, 60 anos, o país passou por uma profunda mudança: de uma sociedade principalmente rural, a pelo menos 85% de sua população morando em cidades. Esse crescimento, beirando ao inchaço, explica a dificuldade no fornecimento de serviços básicos de transportes e saúde em muitas cidades que tiveram um crescimento exagerado: não é possível atender tanta gente de forma tão rápida, além da necessária correção de aspectos negativos, como moradias sem qualidade.
Aduzindo, segundo o IBGE, oito cidades concentram 25% do PIB do País. As 70 mais ricas respondem pela metade – ou seja 1% dos municípios com metade da riqueza nacional. Só a capital paulista, maior mancha urbana nacional, detém 10,3%. Em população, se incluirmos outros 38 municípios que formam a região metropolitana, são mais de 20 milhões de moradores, 10% da população brasileira.
Santa Catarina vive uma situação diferente. Entre as cem cidades mais ricas do país, quatro são catarinenses: pela ordem, Joinville, Itajaí, Florianópolis e Blumenau. Não há uma concentração na capital do Estado, como em SP, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais ou Rio de Janeiro, só para citar as mais próximas.
Da mesma forma, percebe-se em Santa Catarina uma distribuição menos extremada geograficamente ou mesmo de população. Nesses quase 20 anos do estudo do IBGE é possível enxergar algumas nuances interessantes: Joinville segue na liderança estadual; Itajaí evolui continuamente, saiu da quarta posição em 2002 para a segunda em 19; Florianópolis e Blumenau caíram uma posição: a capital está em terceiro; Blumenau é quarta – ambas ultrapassadas por Itajaí.
Há uma faixa intermediária bastante simbólica, como São José, quinta economia catarinense; Chapecó, que evoluiu para sexta; Jaraguá do Sul para a sétima, Criciúma, consolidada em oitava, Brusque em nona. Balneário Camboriú subiu de 13ª para décima desde 2002.