Na coluna de 29 de novembro do ano passado repercutimos algumas reflexões sobre o processo eleitoral nas seccionais da OAB, mormente em Santa Catarina.


À época daquele texto, uma provocativa indagação que circundava (para muitos) a utopia, traçava o cerne das ideias propostas nas linhas em que citei Freud, Voltaire e Aristóteles. Assim, era posto: “haverá consenso na escolha do(a) Presidente da OAB-SC por meio da articulação que contemple a chapa única?”


Notadamente, é sabido que um processo eleitoral democrático é pautado por múltiplas candidaturas e alicerçado no sério debate de ideias no afã de contribuir para o enriquecimento da retórica.
Todavia, quando se trata de uma entidade de classe com a envergadura, força e prestígio da Ordem dos Advogados do Brasil, talvez a composição de uma chapa única possa denotar à sociedade, justamente a articulação dos predicados elencados.
E é exatamente o que poderá demonstrar a escolha do novo presidente da OAB nacional, o Advogado José Alberto Ribeiro Simonetti, cujo vice-presidente será o catarinense Rafael Horn (ex-presidente da OAB-SC).


“Poderá demonstrar”, pois ao virarmos a folha do calendário com os olhos no futuro, novamente mergulhamos na máxima do “ano novo, vida nova”. Frase batida que nos remete às promessas, metas e desejos que elencamos para o próximo ano. Todavia, se não houver planejamento, comprometimento e, sobretudo, engajamento, nada muda! E cabe sopesar que, bem verdade, as eleições marcadas para dia 31 de janeiro só terão chapa única em razão das demais concorrentes não terem alcançado o mínimo apoio exigido (que é de seis Estados).


Desta feita, pelo próximo triênio de gestão que inicia em 1º de fevereiro, a nova direção da OAB nacional poderá transformar a falta de “musculatura” dos demais postulantes em consenso futuro. Afinal, como já exposto aqui na coluna em 29/11/21, “quando pensamos mais no ‘eu’ em detrimento do ‘nós’, num aflorar do Narciso entranhado nas mazelas dos homens, o resultado é a ‘Catarse de Aristóteles’ (uma espécie de purificação da alma por meio de um trauma).


Portanto, serão três anos para os(as) Advogados(as) brasileiros(as) partirem da utopia à realidade por meio da promoção da dita unidade de opiniões, pensamentos e sentimentos sobre (e para) o bem da advocacia. O primeiro passo foi dado!

Sorte ao novo Presidente e uma dose de altruísmo a todos. Feliz 2022!