Viva este “novo brasileiro”, porém Lewis Hamilton que me perdoe: o grande campeão do Grande Prêmio SP de F1 domingo foi o Brasil – inclusive pela festa que Hamilton fez enrolado na bandeira verde-amarela, levando-nos às lágrimas pela lembrança de Ayrton Senna.

Nesse fim de semana em Interlagos, vimos uma Nação que superou todas as resistências e negacionismo do seu próprio presidente da República para mostrar ao mundo toda sua pujança, beleza e capacidade de realização, num evento transmitido para 200 países, incluindo os principais emissores de turistas para o Brasil, chegando a 500 milhões de espectadores. Isso mesmo: cerca de meio bilhão de pessoas ao redor do planeta viram o maestro João Carlos Martins executar o Hino Nacional num piano instalado em plena pista e depois o show da Esquadrilha da Fumaça, representando nossa valorosa FAB, tão importante na logística de distribuição das vacinas salvadoras nas áreas mais difíceis de acesso do Brasil. 

E é claro que em meio ao rugido dos motores, da festa nas arquibancadas e das corridas que antecederam a principal – entre elas a Sprint Race que definiu o grid de largada de domingo – a vacina também foi um dos assuntos que dominaram as conversas dos mais de 150 mil espectadores, que tinham tomado as duas doses ou apresentaram o PCR realizado até 48 horas ou o antígeno (teste rápido) feito até 24 horas antes do evento. Ou seja, lotação total, de 100%, que só foi possível porque o grande responsável por trazer a F1 de volta ao Brasil (e pelos próximos 10 anos), também foi o responsável por trazer a vacina para o nosso país. 

Foi um de semana de consagração para o governador de São Paulo, João Doria, que construiu abaixo de muitas críticas esse novo recomeço para o Brasil: primeiro, a imunização para salvar vidas com a Coronavac, e brevemente com a Butanvac, que abriram as portas do Plano Nacional de Imunização para outras vacinas; depois, com a retomada da economia, para recuperar negócios, empregos e renda das famílias; e agora os grandes eventos que dão novamente ao Brasil o lugar de destaque que merece no cenário mundial – e não um país envergonhado, pária, um vexame internacional.

Confesso que, para mim, foi um fim de semana de muitas emoções. A cada momento em Interlagos e nos eventos que aconteceram fora dele, sentimentos de gratidão e de dever cumprido me emocionaram – e, gostaria de dividi-los especialmente com os conterrâneos do meu Estado de origem, Santa Catarina. Um desses momentos foi surpreendente até para mim: na hora das fotos no paddock onde ficam as garagens das escuderias em Interlagos, fui lembrado de que é o único coberto em todo o mundo. E que foi graças a uma ação nossa, quando ministro do Turismo, e do saudoso prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que essa obra foi realizada.   

Outro momento muito marcante aconteceu no jantar comemorativo da volta da F1 para o Brasil. Para minha surpresa, o governador João Doria fez um agradecimento a mim e aos catarinenses, dizendo: “Vinícius, você que está aqui ao lado da sua esposa Simone, foi a você que eu deleguei a conduta desse processo na relação com o CEO da F1 no Brasil, o Alan Adler, e tenho que dizer muito obrigado por seu esforço, dedicação e perseverança, típico aliás de alguém ‘catarina’: Santa Catarina sempre tem pessoas com esse nível de perseverança”. Aliás, o governador sabe bem disso, porque é casado com uma catarinense de Pinhalzinho, a artista plástica Bia Doria. 


Já o presidente o mundial da F1, Stefane Domenicale, ex-CEO da Ferrari e da Lamborghini, era só felicidade. A todo momento mostrava sua satisfação a João Doria, ao vice-governador Rodrigo Garcia e ao prefeito paulistano Ricardo Nunes por São Paulo e o Brasil terem tanta competência para abrigar um espetáculo planetário. Inclusive pela Sprint Race, só realizada em Monza, na Itália, e Silverstone, no Reino Unido.


Enfim, os números da F1 mostram do que o Brasil é capaz, do que João Doria é capaz. Ele próprio anunciou que o evento gerou um impacto financeiro de R$ 810 milhões e 8,5 mil empregos temporários, como resultado direto dos 150 mil ingressos vendidos antecipadamente pela primeira vez nos últimos 10 anos. Deste público, 77% são pessoas não residentes na Capital, o que faz do Grande Prêmio São Paulo o evento com maior público de turistas no calendário oficial da cidade.

Além do impacto econômico e geração de empregos, o GP São Paulo é considerado estratégico por marcar o retorno dos grandes eventos internacionais, garantindo uma exposição publicitária estimada em US$ 302 milhões (R$ 1,7 bilhão), 54,2% maior que em 2019 – em 2020 foi cancelado devido à pandemia da Covid-19. Como disse nas primeiras linhas, nosso novo “compatriota“ Lewis Hamilton que me desculpe, mas foi o Brasil o grande vencedor do GP São Paulo de F1. O Brasil e todos que verdadeiramente acreditam nesta Nação. O Brasil e o seu povo trabalhador, responsável, patriota e que não merece os sofrimentos pelos quais vem passando. 


O espetáculo verde-amarelo da F1 revelou que o Brasil não perdeu nem a esperança, nem o seu papel de protagonista no cenário mundial. E também quem é o piloto que vai nos colocar novamente no alto do pódio: João Doria.