O PSOL catarinense realiza hoje o seu 7º Congresso Estadual absolutamente dividido. Após votações presenciais em 21 municípios, a “Tese 7 – Vamos Juntos”, foi vencedora com 229 votos, superando a Tese 3 que recebeu 199 votos defendida por lideranças públicas do partido, como o vereador de Florianópolis, Afrânio Boppré, e o ex-candidato a prefeito da capital, Elson Pereira. No entanto, um pedido de impugnação da urna de Chapecó resultou na invalidação de 39 votos da Tese 7.

A Comissão Organizadora e a Executiva Nacional do partido, sob o comando de Juliano Medeiros, presidente nacional da sigla e aliado de Afrânio e Elson, aprovaram o pedido de impugnação da urna. Segundo uma liderança, a decisão foi sob o argumento de descumprimento das regras congressuais, por baixa margem, invalidando os 42 votos de psolistas de Chapecó. “Inclusive o da aliada do autor do pedido de impugnação, que assegura que não houve nenhuma irregularidade”, relatou a fonte.

Classificada pela ala perdedora como “golpe”, a manobra inverteu a correlação de forças e, ao invés de ter 2 votos a menos entre os 50 delegados no Congresso Estadual, as teses aliadas a Afrânio e Elson passam a ter 2 votos a mais. “Derrotado nos votos da base, o setor majoritário do PSOL ganhou no tapetão”, disse uma liderança.

O pano de fundo do imbróglio é o posicionamento do partido em relação às Eleições de 2022. O setor que alega vitória no voto da base, defende que o PSOL tenha candidaturas próprias para presidente e governador. Já o grupo que ganhou, trabalha com a perspectiva de coligações e um possível apoio a Lula (PT).

Em síntese, o congresso do PSOL SC se dá em meio a uma crise interna. O setor prejudicado vai recorrer ao plenário do 7º Congresso Nacional do partido, previsto para os dias 25 e 26 de setembro. O desfecho do embate pode ir às vias judiciais.