Democraticamente, o SCemPauta como sempre faz, abre espaço para críticas também. Segue a Nota de Repúdio da Adepol contra o SCemPauta.

A Associação dos Delegados de Polícia de Santa Catarina (ADEPOL-SC), por meio de sua Diretoria, vem a público externar seu repúdio à nota jornalística denominada “Críticas no Whatsapp” veiculada no portal SC em Pauta, sob rubrica do colunista Marcelo Lula.

O texto elenca nomes de Delegados de Polícia com base em uma suposta mensagem extraída de aplicativos de mensagens instantâneas, aviltando a imagem dos profissionais.

A ADEPOL-SC repudia a circulação de notícias baseadas em “fake news”, que não possuem conteúdo informativo e se prestam unicamente a ofender a dignidade de terceiros.

A associação informa ainda que os Delegados de Polícia que foram alvos da infeliz publicação contarão com o apoio da assessoria jurídica da entidade para medidas pertinentes.

Desta forma, a Associação dos Delegados de Polícia de Santa Catarina (ADEPOL-SC), zelando pelo prestígio das forças da segurança pública civil catarinense, torna pública esta nota de repúdio.

“Pingos nos Is”

Tanto o meu trabalho como jornalista, quanto o próprio site SCemPauta, sempre foram e serão pautados na verdade. A lamentável nota da Adepol não passa de uma triste tentativa de desviar o foco da sua condução em relação a reforma da previdência, culpando a imprensa, ou, parte, como se tivéssemos alguma culpa do resultado.

Mesmo lamentando, vale dizer que já era esperada essa nota, já que na manhã de sexta-feira um delegado ligado a entidade, de forma desrespeitosa me abordou da seguinte forma: “Bom dia, Marcelo! Me diga uma coisa, você tem alguma trauma em relação à ADEPOL (sic)? ”, questionou.

Em resposta escrevi que não havia entendido a pergunta e o delegado mencionou o que escrevi sobre agentes terem defendido o delegado geral, Paulo Koerich, que estariam descontentes com a Adepol e que atribuo à entidade o peso da omissão “de tantos outros (sic) ”, além de dizer que fui desrespeitoso com a presidente da associação, a delegada Vivian Selig.

Para o delegado, fui desrespeitoso simplesmente por ter relatado as minhas conversas com integrantes do governo e deputados, que atribuíram à delegada o fato de ter faltado com a verdade, quando disse que a bancada governista na Assembleia Legislativa estaria liberada para votar a favor da integralidade e paridade. Quanto a inexperiência, também não foi minha a avaliação, apenas publiquei o relato de fontes. É preciso ter serenidade, para saber não misturar uma opinião pessoal, com um trabalho jornalístico.

Também é preciso explicar que a garantia fundamental do sigilo da fonte, para o exercício profissional, está prevista expressamente no ordenamento jurídico brasileiro. Tal dispositivo advém da redação dada pela Lei 5.250/67, a Lei de Imprensa, que traz em seu artigo 7º a tratativa acerca do sigilo da fonte que abarca, entre outros profissionais, aqueles que exercem a atividade jornalística, como observa-se.

Art. 7º – No exercício da liberdade de manifestação do pensamento e de informação não é permitido o anonimato. Será, no entanto, assegurado e respeitado o sigilo quanto às fontes ou origem de informações recebidas ou recolhidas por jornalistas, rádio repórteres ou comentaristas.

Algumas pessoas podem não entender, mas é graças as fontes que divulgamos muitas informações importantes para a sociedade. Eu como jornalista, nunca revelei uma fonte, por isso que tenho uma boa rede de pessoas dispostas a colaborar com o meu trabalho, que faz com que o SCemPauta sempre divulgue informações de bastidores, muitas vezes em primeira mão. Seguirei trabalhando da mesma forma, pois, o que importa é o bem informar. Sempre com cuidado e responsabilidade, tanto, que nunca fui processado.

Puxando o gancho do processo, a Adepol ainda coloca o seu corpo jurídico à disposição dos delegados mencionados na nota a qual publiquei, que, ao contrário do que defende o delegado que conversou comigo, não se trata de fake news. E sendo bem franco, incentivo que procurem a justiça, pois, desse modo, saberão que o texto correu em grupo, ou grupos de delegados revelando o sentimento de alguns, em relação a essas pessoas. O que fiz, foi simplesmente revelar o teor ao público.

Para encerrar, digo que sempre tive e terei um total respeito às forças de segurança. Sempre valorizei o trabalho dos policiais, sempre os defendi e seguirei defendendo, mas quando tiver que criticar, ou divulgar uma crítica feita por outra pessoa, o farei. Se tivesse algo contra a Adepol, primeiro que é uma bobagem, não há motivo para isso, mas, não misturaria as coisas e, segundo, não teria dado os espaços que dei para a entidade durante a discussão da reforma. Não me intimidarei com notas e pressões, afinal, sou um jornalista cumprindo com o meu dever de informar e, é somente isso que importa.