Eu sei que este título parece brincadeira, mas não é. A Universidade, de fato, criou um curso de extensão chamado “Reforma Agrária Popular, Agroecologia e Educação do Campo: alimentação e educação no enfrentamento ao agronegócio e às pandemias”. O nome já é ruim, mas algumas matérias conseguem ser ainda piores, como as seguintes cadeiras: Paulo Freire e legado para a reforma agrária popular; Educação popular na cozinha: reflexões sobre a interface entre educação popular e alimentação adequada e saudável.   E por aí vai…

Algumas entidades rurais já se manifestaram repudiando a iniciativa, argumentaram que cria uma divisão na sociedade e não é democrática, mas nada mais é que um produto de grupos genocidas, a exemplo do MST. A reação já era esperada, afinal este não é o intuito de uma Universidade, e sim a produção de conteúdo, ensino, pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, sem cunho ideológico. Algo que seja útil para o país, que dê ao contribuinte algum retorno de seus impostos e que não sirva para financiar palanques políticos.

Eu lembro que, quando cursava faculdade, em 2016, na UFPel, tramitou a PEC do teto de gastos públicos. Os sindicatos dos professores logo se organizaram e falaram que entrariam em greve, junto com eles, levando os estudantes.

Aconteceram alguns absurdos nessa ocasião. O primeiro foi os estudantes entrarem greve! Acredite, as pessoas acham que isso é possível! Mesmo sendo o estudante alguém que não produz, não presta nenhum tipo de serviço à sociedade, exceto cursos como odontologia, medicina, entre outros que atendem ao público. Alguns alunos que protestaram à época não se formaram até hoje.

Como alguém, que é um peso para o contribuinte, pensa que fará mal à sociedade ficando em casa? Na verdade, se eles nunca tivessem terminado aquela greve, a sociedade e o Governo talvez agradeceriam pela economia gerada e por nos poupar de incidentes como esse, que cria um curso de enfrentamento ao agronegócio.

É claro que estou falando do perfil de estudante que pede por greve.

Não estão inclusos os demais.

O segundo absurdo, na minha opinião, foi um debate em torno do motivo da greve. Claramente, os estudantes que estavam na Assembleia, onde votávamos se entraríamos ou não em greve, não faziam a menor ideia de que se tratava o projeto. Eu me lembro que estudei sobre o teor da matéria e consegui mostrar que todos os argumentos usados para embasar aquela greve não passavam de “Fake news”.

Mais uma vez, 5 anos depois, a gente vê a Universidade desviando do seu propósito. Aliás, bom se fosse de 5 em 5 anos, mas esses incidentes acontecem diariamente nas universidades e escolas do Brasil. Quem quer que se diga a favor da pauta de educação precisa dar ênfase ao problema ideológico, mas não basta falar do assunto, tem que apresentar proposições no sentido de solucionar.