Como profissional de marketing sei da importância das pesquisas para o planejamento de ações. Como jornalista há décadas também sei que certos levantamentos são desnecessários porque já se conhece a realidade e as necessidades. Este é o caso do setor de turismo de Santa Catarina. Confesso que toda a vez que tomo conhecimento da realização de levantamentos sobre potencialidades regionais vem o Déjà Vu e a sensação de que os recursos empregados em diversos trabalhos desta natureza poderiam fazer a diferença para desenvolver o setor.

Vivemos num estado privilegiado pela natureza e com uma diversidade que só existe aqui. Santa Catarina tem o reconhecimento como um dos melhores destinos turísticos nacional e internacional. Nosso litoral é grande e composto por várias praias. Nosso relevo com altitude suficiente para proporcionar neve.

E já que estamos com o registro de baixas temperaturas e até neve nas regiões mais altas, me remeto aos tempos de reportagens que realizava a cada inverno, nas primeiras horas da manhã, e que eram geradas para emissoras de televisão do centro do país em meio ao êxtase de produtores e apresentadores que aguardavam ansiosos pelo material para divulgação. O entusiasmo dos repórteres ao fazerem estes registros continua o mesmo. Afinal, são cenas belíssimas que impressionam e encantam. No entanto, nas décadas em Santa Catarina, ainda acompanho as deficiências na infraestrutura para o acesso e o atendimento aos turistas.

É preciso registrar investimentos importantes que têm sido feitos pela iniciativa privada e alguns públicos e é comum vermos prefeitos de pequenas cidades da Serra, por exemplo, empenhados em dar melhores condições aos turistas que visitam seus municípios em busca das belezas naturais, mas que ainda são insuficientes.

As nossas potencialidades, o que o turista quer e o que temos a oferecer, me perdoem, já sabemos. O setor do turismo tem tudo para crescer cada vez mais e gerar emprego e renda. Para tanto, são necessários investimentos.

Nos meus tempos de repórter pela Serra catarinense em busca de registros do frio e da neve havia poucos hotéis e pousadas e muitos turistas tinham que dormir em seus carros para ver e sentir o frio. Também não tínhamos sequer um bar com café à disposição para no esquentarmos antes das 9h da manhã. Bom, acredito que isto deve ter mudado. Vou pesquisar.