Com exceção da Saúde, fundamental no combate a pandemia, e de mais duas ou três posições mais próximas da governadora interina Daniela Reinehr, concordo com os que analisam como precipitadas as decisões de mudanças no primeiro escalão do governo catarinense. Afinal, falta pouco para a decisão do Tribunal de Julgamento se manterá ou não Carlos Moisés da Silva afastado do cargo de governador.

Acredito que se tivesse aguardado a decisão final sobre o impeachment, Daniela não teria passado a impressão de que estaria mais focada em sua permanência no cargo e, para tal, em agradar alguns que estão mais focados ainda em ter o comando.

Na primeira interinidade Daniela Reinehr chegou a mover algumas peças, algumas, inclusive, de reconhecida competência e que acabaram por sair chamuscadas do processo. Mas, agora, as mudanças podem trazer prejuízos ao Estado caso Moisés, se retornar ao governo, não as mantenha, como já tem sido alertado por entidades do setor produtivo estadual.

Também as recentes participações da governadora interina na mídia não estão favorecendo para mudar estas impressões. Ao contrário. Defendo a transparência nas ações de qualquer governo e a devida comunicação assertiva.

Frente Parlamentar vai receber dúvidas sobre mortes por Covid-19

Desde o início da pandemia pelo coronavírus há muitos questionamentos sobre a real causa da morte de muitas pessoas. Chega-se a comentar, com espanto, que ninguém mais morre por outras causas que não a Covid-19. Muitas destas dúvidas são alimentadas por fake news e pela dor de familiares por não conseguirem velar e sepultar seus entes queridos.

Numa iniciativa elogiosa a Assembleia Legislativa de Santa Catarina tem agora uma frente parlamentar para receber dúvidas de familiares sobre a causa da morte de seus entes. A frente foi lançada nesta segunda-feira (12), e contou com a participação de representantes de conselhos de classe, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SC), entidades hospitalares e da Secretaria de Estado da Saúde (SES). A coordenação da frente ficou a cargo do deputado Kennedy Nunes (PSD).Também participaram os deputados Neodi Saretta (PT), Mauricio Eskudlark (PL), Sergio Motta (Republicanos), Rodrigo Minotto (PDT) e Ada de Luca (MDB).

Segundo Kennedy, não se trata de “caça às bruxas”, mas de um instrumento que permite a qualquer cidadão fazer o questionamento sobre a morte de um familiar e, de forma sigilosa, ter sua dúvida encaminhada à revisão de óbito dos estabelecimentos de saúde e, se necessário, a órgãos competentes.

Entre os deputados, Neodi Saretta (PT), Mauricio Eskudlark (PL), Sergio Motta (Republicanos), Rodrigo Minotto (PDT) e Ada de Luca (MDB) participaram da reunião da frente parlamentar. Eles destacaram que o objetivo do grupo “não é perseguir ninguém, mas para se ter conhecimento dos fatos e esclarecer as dúvidas”.