Daniela: mentira, arrogância e despreparo em entrevista; Roesler afirma que deseja celeridade no impeachment; Câmara concluiu o projeto do Ipreville entre outros destaques
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A governadora interina Daniela Reinehr (sem partido), em entrevista ontem à NSC, expôs mais uma vez a sua falta de experiência para fazer a gestão de um Estado com a importância que tem Santa Catarina. Foi uma soma do vazio com mentiras e arrogância. A grande pergunta é: quem ganha com a permanência dela a frente do governo?
Daniela abusa de frases sem sentido e do lugar comum. “Cuidar da vida das pessoas”, “olhar atencioso ao pós-Covid”, entre outras frases, que se somam a “uma busca ativa de pacientes para não perder as doses de vacina”. Bom, segundo a recomendação médica, não se vacina pacientes contra o Coronavírus, se vacina quem não está com o vírus ativo em seu corpo. Mas se ficasse por aí, tudo bem, já é notória a falta de preparo, porém, o pior veio depois.
Durante a entrevista Daniela se colocou como a salvadora do Estado, a que trouxe a solução para todos os problemas, é mais ou menos como Carlos Moisés da Silva (PSL) no início de seu governo, quando se portava como se anteriormente tudo estivesse errado e, que, somente com ele, o Estado havia alcançado o caminho certo. É nessa toada que a governadora interina segue, falando de um milhão de vacinados como se fosse resultado de seu trabalho e, assim foi tentando se apropriar dos resultados alcançados até agora, dos quais, ela não tem nenhuma participação.
Além da arrogância, as mentiras foram mais um pecado durante a entrevista. A primeira de que foi pega de surpresa no domingo (11), quando soube que o Tesouro Nacional notificou o Estado por ter ultrapassado o limite de gastos e, que, por isso, exonerou o então secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli. Questionada ontem por Mário Motta se havia tomado conhecimento da situação somente no dia anterior, ela se perdeu na resposta.
Acontece que Daniela esqueceu que no dia 3 e novembro do ano passado, em sua primeira interinidade, participou em Brasília de uma reunião com o então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e os governadores dos outros estados. Na ocasião ela disse: “Buscamos que a questão do teto de gastos seja pautada com a máxima brevidade e seja aprovada, garantindo maior prazo e a suspensão das multas. Nossa receita cresceu e consequentemente o percentual de investimentos, de forma que nosso estado não pode ser penalizado pelo bom desempenho”, afirmou, portanto, como que não tinha conhecimento da situação?
A mentira teve como objetivo claro justificar a exoneração de um dos nomes mais técnicos da Fazenda. Paulo Eli errou em alguns momentos, como na taxação dos defensivos que por um triz, não tirou a competividade dos produtos agrícolas catarinenses, ou na retirada de incentivos fiscais de alguns produtos, situação revista após forte pressão, frente a possibilidade de prejuízo à parte do setor produtivo estadual. Porém, é preciso reconhecer como resultado de seu trabalho somado ao cenário, o alcance do melhor resultado da década nas contas do Estado. Tudo isso através da gestão tributária e econômica, como o controle dos gastos, o que fez com que houvesse o crescimento maior das receitas próprias de SC. O grande problema é que a presença de Eli incomodava a Daniela e aos seus parceiros, que desejavam colocar as mãos na chave do cofre do Estado.
O fato, é que todas as trocas geram estranheza e demonstram que o Estado tem hoje, uma gestão inconsequente, onde a interina trabalha ativamente nos bastidores para permanecer no poder. Questionei na minha coluna e ontem durante a entrevista, ela também foi perguntada sobre o motivo de já estar efetuando trocas e nomeações, antes da conclusão do processo de impeachment. Foi quando mais uma mentira apareceu. Segundo ela, foi ouvida a sociedade e todos os setores. Não demorou muito para que o Conselho das Federações Empresariais (Cofem), enviasse uma nota pedindo celeridade no julgamento do processo de impedimento de Moisés e, que neste momento as mudanças sejam mínimas no governo, pensando na estabilidade do Estado. Estava escancarada mais uma inverdade da interina.
É claro que as entidades não se manifestaram contra Daniela, mas acontece que através do esclarecimento responsável de seu posicionamento, as federações deixam claro que nada pediram a ela relacionado a mudança. Um dos presidentes de federação me disse: “Ela não falou comigo em nenhum momento. Pior coisa que poderia acontecer neste momento é trocar secretários de secretarias estruturantes”, afirmou.
A cada ação Daniela se revela e começa a perder a mínima credibilidade que já teve. Já é perceptível a sua sede pelo poder, que chega ao ponto de cegá-la colocando os interesses do Estado sob o risco de um fracasso.
Estratégia
A interina Daniela Reinehr (sem partido) tem colocado bons nomes em posições estratégicas. Mas repito, por uma questão de responsabilidade deveria esperar o resultado do julgamento do processo de impeachment. Entre os tutores de Daniela, há a ideia de que ao nomear pessoas respeitadas, que ela vai criar uma sensação na sociedade que serão esses secretários que farão a gestão do Estado. Acontece que passado o processo de impedimento, caso se saia vencedora, Daniela não vai querer apenas governar, buscará reinar impondo as suas ideias equivocadas sobre gestão pública.
Ziguelli decepcionado
Gelson Merisio (PSDB) havia prometido a Secretaria de Estado da Fazenda, também para Carlos Guilherme Ziguelli, ex-diretor do Sebrae. Com a nomeação de Rogério Macanhão, nome respeitado pelo setor fiscal, Merisio passou a pensar numa compensação. Pode ser que seja trabalhada a presidência do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), para Ziguelli.
Articulação em Brasília.
A nomeação de Jorge Davi, ex-assessor do deputado federal Daniel Freitas (PSL) à Secretaria de Articulação Nacional, gerou alguns rumores em Brasília. Uma fonte na capital federal me disse que foi um gesto de aproximação da governadora interina, Daniela Reinehr (sem partido), com Freitas. O objetivo seria através do livre trânsito que ele tem em Brasília, chegar até a Procuradoria Geral da República com o objetivo de adiantar uma manifestação, preferencialmente, uma denúncia contra Moisés no caso dos respiradores. Daniel Freitas negou veementemente a informação e explicou que Davi já estava no radar do Governo do Estado, pela sua experiência em articulações em favor de Santa Catarina.
Freitas com Hang
O deputado federal Daniel Freitas (PSL) esteve em Brusque conversando com o prefeito Ari Vequi (MDB) e tomou café com o empresário Luciano Hang. Freitas entregou R$ 1 milhão em emenda a pedido do empresário dono da Havan, ao Hospital Azambuja. Eles aproveitaram para conversar sobre o cenário nacional.
Julgamento do impeachment
O presidente do Tribunal de Justiça e do julgamento do processo de impeachment contra o governador, Carlos Moisés da Silva (PSL), o desembargador Ricardo Roesler, após ler uma nota no SCemPauta em que defendi a celeridade do julgamento, informou através do juiz Claudio Figueiredo, que há uma grande preocupação em que não haja um alongamento desnecessário com provas, que não sejam úteis ao processo. Por isso, que foi determinada à acusação que explique o pedido de testemunhas e diligências. Figueiredo acredita que o julgamento deva ocorrer já no início do mês de maio, porém, não especificou uma data.
Conta paga
Ontem o deputado estadual, Laércio Schuster (PSB), teve mais uma conta quitada pelo seu voto a favor do afastamento do governador, Carlos Moisés da Silva (PSL). Ele esteve à tarde no gabinete da interina Daniela Reinehr (sem partido) para agradecer a nomeação de Alexandre Waltrick à Defesa Civil, no lugar de David Busarello, que havia sido indicado pelo deputado Jerry Comper (MDB). Schuster comemorou o que considerou como enfraquecimento do parlamentar emedebista em sua região. Nos bastidores do governo o nome de Schuster aparece como cotado à liderança de Daniela na Assembleia Legislativa. A questão é: com quais deputados ele conseguirá dialogar?
Almoço dos pré-candidatos
Ontem o deputado federal e presidente estadual do MDB, Celso Maldaner, recebeu em sua residência em Maravilha para um almoço, o ex-prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes (PSD). Ambos são pré-candidatos ao Governo do Estado. Apesar de não serem do mesmo partido, Bernardes e a família Maldaner cultivam uma amizade de anos, tanto, que a ex-prefeita Rose Maldaner (MDB) e a filha Carol Maldaner, também participaram do encontro. Eles se conheceram no primeiro mandato de Napoleão e Rose como prefeitos, quando o pessedista foi convidado por empresários para uma palestra em Maravilha. Napoleão também esteve em Paraiso, onde conversou com a vice-prefeita, Professora Silene, e vereadores do PSD.
Catarinense a frente do TRF-4
O desembargador federal Ricardo Teixeira do Valle Pereira, natural de Florianópolis, foi eleito por aclamação ontem para a presidência do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) nos próximos dois anos. A votação ocorreu durante sessão telepresencial do Plenário. Os desembargadores federais, Fernando Quadros da Silva e Cândido Alfredo Silva Leal Júnior, também foram eleitos por aclamação e, exercerão os cargos de vice-presidente e corregedor regional, respectivamente.
Agenda de Daniela
A governadora interina Daniela Reinehr (sem partido) após ter desagradado a Aprasc, resolveu receber a entidade hoje às 11h. A tarde Daniela receberá em audiência os deputados estaduais, Fernando Krelling (MDB), Milton Hobus (PSD), Onir Mocellin (PSL) e o vice-presidente da Assembleia Legislativa, Nilso Berlanda (PL). Outro encontro será com a deputada federal, Geovania de Sá (PSDB), que tem se aproximado da governadora interina.
Encontro do PL
Deputados estaduais do Partido Liberal se reuniram ontem, em Florianópolis, com o presidente estadual da sigla, senador Jorginho Mello, para avaliar a expansão do partido no Estado e traçar estratégias para a continuidade das ações no cenário político, incluindo as eleições do próximo ano. Nenhuma manifestação oficial em relação ao posicionamento do partido diante da gestão da governadora interina, Daniela Reinehr (sem partido), foi divulgada. O encontro reuniu o líder da bancada, deputado Ivan Naatz, além dos deputados Nilso Berlanda, Marcius Machado e Maurício Eskudlark. O deputado Sargento Lima, o mais novo integrante da bancada, não pôde comparecer pessoalmente e acompanhou a reunião de forma remota. Durante a conversa o senador e deputados avaliaram as ações do partido, debateram nomes para filiações e trataram de questões pontuais de alguns municípios.
Empresários da capital
Atendendo à solicitação de parlamentares, o presidente da Câmara de Vereadores de Florianópolis, Roberto Katumi (PSD), está organizando uma reunião para tratar junto à Celesc, sobre as reclamações de empresários que estão tendo dificuldades para efetuar o pagamento de suas contas de energia elétrica, devido à pandemia. Muitos relatam que recebem multas, ou tem o abastecimento de luz cortado em seus estabelecimentos comerciais. “Já solicitamos à governadora do Estado, que o presidente da Celesc nos receba para debater esse assunto tão importante para a nossa cidade”, disse Katumi.
Ipreville
Joinville segue sem o Certificado de Regularidade Previdenciária, documento que permite ao município receber recursos via emendas estaduais e federais, além de convênios e financiamentos. Enquanto a Câmara de Vereadores não votar a adequação do sistema previdenciário municipal a reforma federal, Joinville seguirá sem o certificado. Além disso, é necessária a alteração para assegurar a sustentabilidade do Ipreville. O ajuste da alíquota e a alteração da idade são as principais adequações necessárias. Segundo a proposta, a alíquota de contribuição para a previdência passa de 11% para 14%. Já a idade de aposentadoria passa a ser de 65 anos para homens e 62 para mulheres. Este tempo será reduzido em 5 anos para os professores que comprovem tempo de exercício efetivo das funções de magistério.
Terá emendas
A Câmara de Vereadores de Joinville fechará nesta semana o projeto de lei da reforma do Ipreville. Até o final deste mês deve ser votado e aprovado o projeto. Entre as mudanças previstas está a média dos 80 últimos maiores salários ao invés de 100. A questão da alíquota também está sendo estudada.
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