Para seguir recebendo a coluna via WhatsApp, favor salvar o número: 49 98504.8148. Para quem ainda não recebe, favor enviar mensagem para o mesmo número.
FAZER JORNALISMO COM INDEPENDÊNCIA CUSTA CARO. ASSINE O SCEMPAUTA E APOIE A CONTINUIDADE DE NOSSO TRABALHO! |
Tive a oportunidade de ter um contato mais próximo com o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro. Médico, especialista em gestão na área da Saúde e com bons contatos. Ribeiro tem qualidades, corre o Estado, não tem preguiça e está sempre aberto ao diálogo. Além disso, tem um bom conhecimento, mas a entrevista concedida ontem à Globo News, destoou de tudo o que ele vem fazendo nos bastidores.
O Governo do Estado precisa ter a humildade de reconhecer, que perdeu o controle do Coronavírus por alguns fatores. A doença é terrível, além da facilitação às aglomerações que houve no final do ano passado e no início deste, a exemplo das praias, barzinhos abertos com as pessoas sem o mínimo cuidado, entre outras situações que nos levaram a perder inúmeras pessoas, muito também, pelo fato do Governo não querer se indispor com alguns setores.
Além disso, tivemos a entrada da nova cepa vinda de Manaus, que apresenta um ritmo de contaminação muito superior a outra cepa, o que certamente provocou o colapso no setor.
Conforme bem escreveu a colega Dagmara Spautz, da NSC, Motta Ribeiro perde uma oportunidade ímpar de chamar a atenção do país para a gravíssima situação enfrentada pelo nosso Estado. Era o momento de, em alto e bom som, mandar um recado direto ao Governo Federal que a exemplo de Manaus, Santa Catarina também precisa de uma atenção diferenciada.
Outro ponto em que o secretário demonstrou meia razão, foi quando disse que as pessoas não morrem por falta de UTI, morrem devido à gravidade da doença. Ninguém nega que a doença é que mata, mas a falta de UTI potencializa a possibilidade de morte.
Uma entrevista não apagará todo o esforço que tem sido feito pelo Governo do Estado, muito menos o trabalho de André Motta Ribeiro. Acontece que é preciso entender que a sinceridade, por mais que revele as nossas fraquezas, é sempre o melhor caminho, ainda mais quando precisamos de ajuda.
Exemplo português
No Brasil se fala tanto em lockdown, mas de fato, não tivemos o confinamento real, a exemplo de outros países. Se realmente tivéssemos adotado essa prática realizada por outras nações, de uma parada dura, mas que fosse de uma vez só, é possível que tivéssemos reduzido exponencialmente a circulação do vírus, sem afetar tanto o setor produtivo. Ao contrário disso, não tivemos uma coordenação e cada região adotou a paralisação ao seu modo, aí sim, desta forma prejudicando o comércio e demais atividades econômicas. Vale destacar que o principal culpado da disseminação em massa do Coronavírus é a falta de educação e empatia de irresponsáveis, não do setor produtivo. Mas precisamos aprender com os exemplos, por mais duro que sejam, para vencer o vírus. O próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem que sem saúde não tem economia. Portugal estava se tornando um pária da Europa liderando o número de mortes. Em resposta, melhorou o seu programa de vacinação e restringiu a circulação com um verdadeiro lockdown, reduzindo em 73% o número de internados com a doença, num período de 1º de fevereiro a 3 de março. O número de mortes baixou, sendo que no final de janeiro o país registrou o recorde de 303 óbitos, passando no início desta semana, para 41. Vale a pena pensar.
Comin alerta
O procurador-geral de Justiça, Fernando Comin, pediu apoio e envolvimento dos empresários, ao falar das vidas que se perde a cada dia para a covid-19 em Santa Catarina, durante reunião com o grupo econômico do Estado. “Na semana passada tínhamos 30 pessoas aguardando uma vaga em leito de UTI. Desde então esse número só fez crescer. Hoje temos 280 pacientes esperando por uma vaga em UTI. A prova de que o nosso sistema entrou em colapso foi a transferência de 16 pacientes para o Espírito Santo, numa tentativa de salvar a vida desses catarinenses”, salientou Comin. Segundo ele, o MP não tem a pretensão de ditar ou impor a solução mais adequada, mas, afirmou que se a situação continuar neste ritmo, que irá judicializar a questão.
Expectativa
É grande a expectativa no Oeste para a visita do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que estará em Chapecó e depois vai a Xanxerê. Autoridades e lideranças querem saber o que trará o ministro de novidade, afinal, de nada adiantará vir ao estado para simplesmente dizer que está atento a situação e fazer promessa. Pazuello deve desembarcar por volta das 10h, e acompanhado do governador Carlos Moisés da Silva (PSL), participará de algumas reuniões com lideranças locais. As 12h30 mais uma reunião no Centro de Eventos e, no período da tarde, a agenda será em Xanxerê, onde também se reunirá com autoridades regionais.
Ontem em Cascavel
É importante que a visita do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, hoje a Chapecó e Xanxerê, seja mais produtiva do que a realizada por ele ontem, a Cascavel no Paraná. Lá, Pazuello defendeu a transferência de pacientes para outros estados, não fez o anúncio esperado e disse acreditar na estrutura do município, que aliás, está colapsada. “Temos que ficar muito atentos onde a necessidade aconteça, para que a gente chegue com apoio e possa realmente crescer e cuidar das pessoas, salvar mais vidas. Estamos em um dos estados que tem a melhor estrutura de saúde do país. Confiamos nessa capacidade”, disse, sem acrescentar muito à situação.
Paulinha interpela Jessé