Estado terá que comprovar ações contra a pandemia
A Justiça da Capital determinou o prazo de 10 dias para que o Governo do Estado demonstre o cumprimento das obrigações assumidas em acordo firmado com o Ministério Público no que diz respeito às medidas preventivas de combate à pandemia da Covid-19. A decisão é do juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Florianópolis, Jefferson Zanini, publicada na sexta-feira (8/1).
Em sua fundamentação, o magistrado aponta como fato notório que diversas regiões de saúde encontram-se no nível de risco gravíssimo há mais de 15 dias. No acordo firmado junto ao MP, o Estado assumiu a obrigação de implementar diretamente as medidas sanitárias recomendadas pelos órgãos técnicos quando a região de saúde atingir o grau de risco potencial gravíssimo e os municípios permanecerem inertes após 72 horas da notificação. Ainda conforme o acordo, decorridas as 72 horas da notificação, o Estado deverá determinar o cumprimento das medidas recomendadas pelos órgãos técnicos mediante a edição do normativo correspondente e a implementação das medidas legais.
Com isso, o juiz Jefferson Zanini determinou ao Estado que comprove adequadamente quais as restrições sanitárias foram recomendadas pelos órgãos técnicos da Secretaria de Estado da Saúde, juntando os documentos correspondentes, bem como demonstre que realizou a notificação dos respectivos municípios para que cumpram as orientações. O Estado também deverá certificar que adotou as providências ajustadas para o caso de inércia dos demais entes públicos, sob pena de incidência de multa.
Termelétrica no Sul
O governador Carlos Moisés participou de uma reunião na tarde desta quarta-feira (13) no Ministério de Minas e Energia (MME), em Brasília, para buscar alternativas para evitar a desativação do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, no Sul do estado. A reunião teve a participação de uma comitiva catarinense composta por deputados, senadores, prefeitos e representantes da indústria carbonífera.
Carlos Moisés reforçou o pedido de novos leilões de energia para permitir outros investimentos na região, com usinas mais modernas. O chefe do Executivo apresentou ainda outras alternativas para evitar a desativação do complexo como passar os ativos a um novo controlador, usar os cerca de 10% da glosa atual do carvão, de acordo com a resolução 500 da Aneel, para criação de um fundo para recuperação ambiental da região e postergar a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para o carvão mineral nacional, setor que emprega mais de 27 mil pessoas no Sul do estado.
O governador enalteceu ainda a “pronta atenção” que o tema recebeu do Governo Federal. “Essa união de esforços é fundamental para a construção de uma solução que considere tanto os aspectos ambientais quanto os socioeconômicos. Tenho muita convicção de que vamos encontrar um caminho”, declarou.
Desativação da usina
Em 2020, a empresa Engie anunciou a intenção de desativar o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda. A decisão afetaria toda a indústria carbonífera do Sul de Santa Catarina, responsável pela geração de empregos na região. O ministro Bento Albuquerque informou que um grupo de trabalho foi constituído e tem seis meses para apresentar um diagnóstico sobre a geração termelétrica e a mineração de carvão.