Santa Catarina viveu dez anos maravilhosos para o agronegócio, mas não nos preocupamos com a volta da seca. Como na fábula parecemos como as cigarras que, ao não se preocuparem com o inverno, acabaram passando fome, ao contrário das formigas.
O Brasil que colheu a maior safra de soja de sua história, cerca de 123 milhões de toneladas, vendeu mais do que poderia vender e, agora, importa, bem como o milho. A seca começou em meados do ano passado em meio a tantas conjunturas. Veio a pandemia, a procura por alimentos cresceu e os preços explodiram.
A Assembleia Legislativa disponibilizou R$ 15 milhões para atender o setor e o governo federal acena com valores desta ordem. Governos e produtores buscam soluções paliativas, mas é preciso pensar a longo prazo.
Conversei esta semana com Enori Barbieri, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), que me desenhou um cenário nada animador com inflação, muitos produtores abandonando suas produções e, por consequência, desabastecimento e de insegurança.
De acordo com levantamento feito pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), o Extremo Oeste é a região catarinense mais afetada pela estiagem. Em seguida está o Oeste e Meio Oeste. Milho (silagem e grão), fumo e pastagens são as culturas mais atingidas até o momento.