Desde março vivemos acuados pelo medo do que não vimos, aterrorizados com a possibilidade de contrair a Covid-19. Estamos reagindo, retomando atividades que, aliás, nem sabemos direito se deveríamos ter suspendido e, como consequência, a economia sente e o desemprego avança.

Nos enchemos de esperança a cada notícia de avanço nas pesquisas para uma vacina que nos tire desta angústia e nos devolva a liberdade e a tranquilidade de ir e vir. Afinal, lá se vão sete meses de nossas vidas alteradas e perdas irreparáveis. Até o fechamento da coluna foram registradas 157.451 mortes no país.

Nos últimos dias o centro dos debates está na obrigatoriedade ou não da vacina. A hora é de falarmos sobre os estudos que vem sendo realizados, sobre o tempo necessário para as devidas comprovações de eficácia. Ao contrário, o que se tem visto é um verdadeiro desserviço ao país. Para completar, só falta o Supremo Tribunal Federal chamar para si, também, a decisão sobre a obrigatoriedade ou não da vacina.

Embora se registre estabilidade na curva de contágio no Brasil, tememos nova onda. Em Santa Catarina, aliás, conforme dados do governo do estado, chegamos a 247.477 casos confirmados de coronavírus, com 3.041 mortes, sendo quase 1,4 mil novos pacientes em 24 horas. A região da Grande Florianópolis está com a maior taxa de contágio.

Eu quero e rezo para que tenhamos logo uma vacina comprovadamente eficaz, seja lá de onde tenha sido desenvolvida, e só vou descansar quando a ciência se manifestar. Até que isto aconteça, continuemos com os cuidados essenciais para evitar a contaminação. Sair só quem realmente necessita para trabalhar e outras atividades essenciais. O momento ainda não é para encontros e festas. Força, fé e discernimento para identificar o uso político da pandemia o que, a meu ver, é inadmissível.