Não poderia haver melhor hora, neste momento em que começamos a viver um “novo normal”, com a queda sustentada de mortes por coronavírus e às vésperas de uma eleição que vai definir quem serão os gestores das nossas cidades, para ocupar este espaço no SC em Pauta. Agradeço o convite do jornalista Marcelo Lula e cumprimento também os outros três integrantes da linha de frente desse time, a Maria Helena, o Ananias Cipriano e o Adelor Lessa, profissionais que são referência na imprensa catarinense.

Quando afirmo que a estreia dessa coluna chega num momento absolutamente ímpar, não só para Santa Catarina, mas para todo o planeta, também estou fazendo uma introdução sobre o meu objetivo ao ocupar um dos espaços de maior audiência na Comunicação do nosso estado.

Minha proposta é oferecer caminhos e soluções para a gestão pública – e sua inadiável parceria com a iniciativa privada – em busca de novos patamares de qualidade de vida e inclusão social que precisam ser atingidos no pós-pandemia. Temos, mais do que nunca, a oportunidade de fazer as reformas que nunca fizemos – e sobre essas reformas vamos falar aqui semanalmente. Reformas estas que, de alguma maneira, poderiam ou deveriam idealmente estar incluídas nos programas de governo dos candidatos a futuros gestores de nossas cidades.

Por outro lado, não posso deixar de destacar como prioritário o papel que eleitor terá neste momento de escolher aqueles que vão fazer a gestão do dinheiro dos nossos impostos – algo que, no Brasil, infeliz e historicamente, tem desaguado nas páginas policiais. Em artigo recente, publicado também aqui no SC em Pauta, intitulado ‘Luiz Henrique, o pensar grande’, lembrei que nós catarinenses em 2018 elegemos o “novo”, o perfil de um “bom homem normal”, e agora assistimos ao impasse político que pode levar o Estado a uma interrupção do mandato com eleições indiretas para a sua conclusão.

Sem fazer – até porque não me cabe – nenhum julgamento sobre a conduta do governador eleito por mais de 70% dos catarinenses, faço sim a constatação de que não existe “passe de mágica”, nem na política, nem na gestão pública – atividades penosas, difíceis e complexas. Por isso, mais do que uma simples “novidade”, é preciso que nossos gestores tenham um mínimo de experiência, capacidade de promover mudanças, força de trabalho, resiliência para enfrentar os enormes desafios e, aquilo que nem precisaria ser dito, transparência e honestidade absolutas. Em resumo: é você, cidadão e eleitor, que vai decidir o que será realmente “novo” neste momento em que reformas serão indispensáveis.

Alguns de vocês certamente devem estar se perguntando como um ex-ministro chega ao quinto parágrafo do artigo de apresentação de uma nova coluna sem falar em turismo. Pois quero dizer a vocês que fiz isso propositadamente, porque a primeira grande mudança que quero propor é exatamente sobre o papel do turismo nesse “novo normal”.

No Fórum Brasileiro de Turismo realizado on-line na semana passada, em que recebi honrosamente o título de Destaque do Turismo Nacional 2020, ao palestrar sobre o tema ‘A força e a importância do turismo como fonte instantânea de geração de emprego e renda”, resumi o que defendo desde assumi o primeiro cargo em Brasília: para o desenvolvimento pleno de seu potencial, contribuindo para a melhoria da vida das pessoas, o turismo precisa ser visto de forma estratégica, central, e não marginal. Temos que mudar a percepção política do turismo. Mudar a imagem que os economistas têm sobre o setor. O turismo hoje movimenta as demais indústrias e não o contrário. Ou seja, o turismo é locomotiva, e não vagão da economia. Este é o tema da próxima semana.