Adircélio alertou a Moisés

Em depoimento ao Ministério Público e ao Gaeco, o presidente do Tribunal de Contas do Estado informou que alertou ainda no mês de março, o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) e o então secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, sobre a impossibilidade de pagamento antecipado, ou caso fosse necessário efetuá-lo, quais as medidas que deveriam ser adotadas para a proteção dos cofres públicos.

Importante destacar que segundo o depoimento de Adircélio, a conversa com Moisés teria acontecido no dia 31 de março e, com Zeferino alguns dias antes. O conselheiro também relatou que embora a consulta do governo tenha sido formalizada no dia 2 de abril, foi apresentada de forma genérica, pois tecnicamente ele não opina a respeito de casos concretos.

Contextualizando as conversas que teve com Zeferino e Moisés, o presidente do TCE afirmou que os questionamentos foram em torno da compra de respiradores e de insumos para o combate ao Coronavírus, “Eles não contextualizaram de forma clara que seria isso, mas era”, afirmou uma fonte que acompanhou o depoimento, destacando que Moisés demonstrou ter total conhecimento da situação ainda em março, antes mesmo do pagamento ter sido feito à Veigamed dos 200 respiradores, sem tomar qualquer providência que evitasse a transferência dos R$ 33 milhões, ou seja, Moisés não protegeu o dinheiro público.

O depoimento de Adircélio coloca Moisés em uma situação mais delicada ainda, pois, se havia o conhecimento da situação, o que motivou o governador a permitir que mesmo com todos os alertas, o pagamento fosse realizado sem as mínimas garantias?