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O secretário de Estado da Administração, Jorge Tasca, foi o depoente de ontem na CPI dos Respiradores na Assembleia Legislativa. A exemplo de outros depoimentos, ele negou que sabia de qualquer irregularidade na compra dos respiradores junto a empresa Veigamed.

De acordo com Tasca, a informação somente chegou até ele, no dia 28 de abril, ou seja, cerca de um mês após a aquisição. “Só soube pela reportagem do The Intercept”, afirmou, destacando que não era uma atribuição de sua secretaria acompanhar o processo de compra. “Todos sabíamos que a compra estava acontecendo, mas acompanhar o processo administrativo não era da nossa alçada. A decisão estratégica de comprar foi do governador, mas a decisão administrativa foi da Secretaria da Saúde”, explicou.

Sobre o grupo de WhatsApp “Covid 19”, Jorge Tasca explicou que foi criado para prestar consultoria aos principais órgãos que fizessem compras relacionadas ao combate a Pandemia. Segundo ele, no dia 23 de março o grupo debateu a possibilidade de pagamento antecipado pelos respiradores porque, a então superintendente de Gestão Administrativa da Secretaria da Saúde, Marcia Pauli, disse que muitos fornecedores estavam exigindo essa condição. “A partir daí, o grupo passa a discutir a utilização dessa forma de pagamento e os mecanismos legais para viabilizar a compra. Era quase condição exclusiva para fechar o negócio”, disse Tasca.

Quanto ao projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa, pedindo autorização para pagamento antecipado, Tasca disse que passou por ele, mas que a decisão de retirar o PL um dia após do protocolo, coube ao então secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba. “A responsabilidade pelo envio e retirada é do chefe da Casa Civil”, explicou.

Tanto Kennedy Nunes (PSD), quanto Naatz, questionaram se Tasca não achavam estranho que durante tanto tempo, não tenha recebido a informação de que acontecia a compra dos respiradores. Conforme o secretário, Márcia Pauli não levou o processo de compra ao grupo do WhatsApp.

 

Depoimento tenso

Em determinado momento, quando o deputado estadual Ivan Naatz (PL) formulava uma pergunta sobre a forma que o secretário de Estado da Administração, Jorge Tasca, soube da fraude no caso Veigamed, ele disse que foi através da matéria do The Intercept, porém, quando ia fazer um novo questionamento, Tasca mandou o deputado reformular a pergunta. “Não, aqui o senhor não faz perguntas. O senhor não tá no quartel falando com os seus soldados”, disse Naatz.

 

Falta de reconhecimento

O secretário de Estado Jorge Eduardo Tasca, mais uma vez escancarou a visão que o atual Governo do Estado tem da sua própria gestão. Segundo ele, foram tomadas as decisões mais acertadas fazendo com que o Estado tenha a menor taxa de letalidade e a melhor condução. A fala foi rebatida pelo deputado estadual, Milton Hobus (PSD), que acusou o secretário de ter ido a CPI fazer propaganda do governo. “O senhor não vai fazer discurso aqui para promover o governo”, afirmou Hobus.

 

Arrogante

Os deputados chegaram a acusar o secretário de Estado da Administração, Jorge Eduardo Tasca, de manter uma postura arrogante durante o depoimento, inclusive, interrompendo a fala dos parlamentares. “O senhor se passa secretário. É por isso que esse governo é uma desgraça, não respeita ninguém”, disse Naatz.

 

Imposição de hierarquia

Em um determinado momento, o secretário de Estado da Administração, Jorge Eduardo Tasca, discutiu com o deputado estadual, Ivan Naatz (PL), e acusou o parlamentar de faltar com respeito aos militares pedindo a interferência do presidente da CPI, Sargento Lima (PSL). Kennedy Nunes (PSD) em resposta, acusou Tasca que é tenente-coronel da Polícia Militar, de ter falado com Lima, como se quisesse impor a hierarquia militar na Alesc. “Isso aqui é parlamento”, disse Kennedy, que em resposta ouviu de Tasca que era uma acusação muito séria. “Têm muitos praças que estão envergonhados com o que alguns oficiais estão fazendo nesse governo”, disse Nunes.

 

Propaganda do governo

Em sua fala final, o secretário de Estado da Administração, Jorge Tasca, tentou fazer uma propaganda das ações do Governo do Estado. Foi interrompido pelos deputados que disseram que o tempo era para ser usado apenas para falar sobre a CPI. Em resposta a fala de Tasca que disse que o governo de Carlos Moisés da Silva (PSL) pegou o Estado falido, Milton Hobus (PSD) disse na condição de membro da Comissão do Orçamento da Assembleia Legislativa, que não era verdade. O parlamentar destacou que em 2019 o secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, subestimou a receita para que desse superávit, e para 2020, foi colocado um déficit de R$ 800 milhões, sendo que, de acordo com Hobus, o governo escondeu cerca de R$ 2 bilhões que estão sendo usados para pagar as contas.

 

Prisão de Márcia

O SCemPauta teve acesso a um requerimento apresentado pelo relator da CPI dos Respiradores, o deputado Ivan Naatz (PL), aos demais parlamentares integrantes da comissão. Naatz pediu que os deputados aprovem um pedido ao Superior Tribunal de Justiça, de prisão da ex-servidora, Márcia Geremias Pauli. Acontece que o caso ainda está na esfera do Tribunal de Justiça, que ontem ao soltar o ex-secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba, e o advogado Leandro de Barros, justificou a decisão afirmando que o STJ ainda não reconheceu a sua competência sobre o caso. Alguns parlamentares não concordaram e consideraram a decisão de Naatz precipitada, pois não tem como fazer um pedido a um tribunal que ainda não reconheceu a sua competência sobre o caso. “Há um equívoco de ordem formal”, disse um deputado.

 

Reclamação

Alguns deputados integrantes da CPI dos Respiradores, também se mostraram incomodados com o fato do requerimento de 39 páginas, ter sido enviado 30 minutos antes do início da sessão. Segundo eles, não havia tempo hábil para o estudo do documento. Também está sendo questionado se a Procuradoria da Assembleia Legislativa foi consultada sobre a viabilidade do pedido de prisão de Márcia Geremias Pauli. Um parlamentar chegou a dizer que é preciso ter muito cuidado para que a CPI não caia em descrédito, lembrando do requerimento de convocação do governador, Carlos Moisés da Silva (PSL), que foi considerado sem os fundamentos necessários para ser viabilizado. O fato é que foi grande a insatisfação com o fato.

 

Bolsonaro não estava bem

Tive acesso a um trecho de um vídeo gravado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), em que ele diz que hoje está melhor do que estava no sábado. Vale lembrar que este foi o dia em que ele esteve em Santa Catarina para sobrevoar algumas áreas atingidas pelo Ciclone Bomba, tendo cumprimentado lideranças estaduais. Também vale lembrar que na segunda, entre tantas reuniões, Bolsonaro recebeu o reitor da Unoesc, Aristides Cimadon, cotado para o Ministério da Educação. Se já estava com sintomas, não teria sido melhor que o presidente tivesse cancelado a vinda ao estado e os demais compromissos?

Assista:

 

Negativo

A deputada federal, Caroline de Toni (PSL), apresentou ontem o resultado de seu exame para o Coronavírus que deu negativo, ou seja, Caroline não se contaminou durante a visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a Santa Catarina. Vale lembrar que ela foi para Brasília de carona no avião presencial e, durante o voo, sentou ao lado de Bolsonaro para tirar uma foto que foi postada em suas redes sociais.

 

Coelho não contraiu

O deputado federal Rodrigo Coelho (PSB) esclareceu através de nota que durante todas as agendas nas cidades de Jaguaruna e Timbé do Sul, bem como durante a viagem com destino a Brasília, foi respeitado o uso de máscara. Segundo ele, o item de proteção contra o Coronavírus só foi dispensado no momento do registro da foto. O parlamentar ainda informa que testou negativo para Covid-19 na tarde de ontem, após ter feito dois tipos de exames no Departamento Médico da Câmara dos Deputados.

 

Celesc

Os diretores da Celesc parecem que estão mais preocupados com o seu bolso, do que com a grave crise de saúde e financeira causada pelo Coronavírus. Em reunião o Conselho da Celesc aprovou a divisão de lucro da empresa entre os diretores. Apenas o representante dos funcionários no conselho, Leandro Nunes da Silva, foi contrário a decisão. Os diretores vão entre 3 e 6 salários, enquanto o presidente da Celesc, Cleicio Poletto, embolsará R$ 260 mil.

 

Audiência

O senador Esperidião Amin (Progressistas) classificou a audiência pública entre lideranças empresariais, poder público e instituições de crédito, como exitosa. O encontro remoto foi realizado ontem pela Comissão Mista destinada a acompanhar a situação fiscal e a execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas ao Coronavírus. A novidade ficou por conta do anúncio do “emprestômetro”, feito pelo secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa. Recurso que mostra, em tempo real, os valores que já foram liberados pelos programas públicos de crédito. Para verificar, basta acessar o site: http://www.portaldoempreendedor.gov.br/

 

Presidente da SCPar

O ex-coordenador regional Oeste do Sebrae, Ênio Parmegiani, é o novo presidente da SCPar. Ele será empossado hoje sem solenidade, já que o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) está com o Coronavírus. A vice-governadora, Daniela Reineher (sem partido) poderia ter realizado o ato de posse, porém, não houve a permissão do governador.

 

Na coluna exclusiva aos assinantes

– Aristides Cimadon perde força para assumir o MEC

– Prefeito de Itajaí é absolvido e pode disputar a reeleição

 

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