Para seguir recebendo a coluna via WhatsApp, favor salvar o número: 49 98504.8148. Para quem ainda não recebe, favor enviar mensagem para o mesmo número.
FAZER JORNALISMO COM INDEPENDÊNCIA CUSTA CARO. ASSINE O SCEMPAUTA E APOIE A CONTINUIDADE DE NOSSO TRABALHO! |
Uma revelação feita ontem pelo secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, durante o seu depoimento à CPI dos Respiradores, de que os 50 ventiladores pulmonares doados pela Receita Federal não servem para UTI, é mais um capítulo do caso Veigamed.
Não é possível saber se por má informação, ou se foi proposital, que Ribeiro disse que os respiradores não são da Veigamed, mas de uma outra apreensão. Não secretário, eles são os 50 primeiros que chegaram ao Brasil, comprados da Aeonmed através do site de compras Africamed, mas em contrato que foi firmado com a Veigamed.
Os respiradores chegaram ao Brasil através de um voo da Ethiopian Airlines. Ficou uns dias em São Paulo e, depois foram enviados para Florianópolis onde a Receita Federal deu o perdimento, pois, segundo uma fonte do órgão, os respiradores que vieram da China era para suprir parte da compra dos 200 equipamentos, mas na conferência física constatou-se que não são os que foram comprados, em suma, o Estado recebeu respiradores do modelo Shangrila 510S, que custa 30% do valor pago pelo Estado.
Ribeiro explicou ao ser questionado pelo deputado Valdir Cobalchini (MDB), que os respiradores estão sendo testados e, que se trata de um modelo de transporte que não atende a pacientes com o Coronavírus, mas que pode atender a pacientes em outra situação, como nos transportes via SAMU.
Também gera espanto, o fato de que o secretário não mantém contato com a Veigamed, ou seja, os equipamentos estão na China, com o prazo já extrapolado e sob ameaça de não chegar, mas Ribeiro não faz contato com eles para cobrar. Segundo ele, tem uma demanda da Procuradoria Geral do Estado para reaver o valor que ninguém sabe onde foi parar.
A cada dia que passa, o amadorismo do atual governo gera mais espanto e insegurança na população. O pior é que a fala do governador, Carlos Moisés da Silva (PSL), e de alguns secretários, mostra que essas pessoas vivem numa realidade paralela. Um governo que está atolado em investigações se achar o mais transparente de todos, é no mínimo uma piada de péssimo gosto.
Outro ponto interessante, é que Ribeiro falou do reconhecimento nacional ao trabalho feito em Santa Catarina. Se o governo Moisés está sendo elogiado nacionalmente, então a coisa está realmente séria nos demais Estados, pois, por aqui, nada de efetivo para o combate ao Coronavírus foi feito. Só uma dica: determinar o isolamento social não é tudo governador e secretário, é preciso de estrutura para o atendimento a população.
Troca na liderança
A deputada estadual Ana Paula da Silva, a Paulinha (PDT), só não perdeu a liderança do Governo do Estado na Assembleia Legislativa, devido a dificuldade do governador Carlos Moisés da Silva (PSL) de encontrar um nome para substituí-la. Segundo uma fonte ligada ao governo, há um entendimento de que a deputada trabalhista tem dificuldade de dialogar com os demais parlamentares, tanto, que Moisés tem acumulado derrotas na Alesc.
Ninguém quer conversar
O governador Carlos Moisés da Silva (PSL) tem tentado conversar com lideranças de vários partidos, mas principalmente do MDB. Acontece que ele anda tendo dificuldade, já que deputados e até mesmo o presidente estadual dos emedebistas, deputado Celso Maldaner, e o senador Dário Berger, não aceitaram almoçar com Moisés que deseja recuperar o apoio do MDB. A fala é que ninguém quer se contaminar com um governo em ruínas.
Descontentamento de Daniela
A vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido), se mostrou preocupada com um eventual processo de impeachment contra ela e o governador, Carlos Moisés da Silva (PSL). “Bom dia! Alesc tem focado neste momento, em derrubar a chapa!”, me escreveu Daniela acusando os parlamentares de querer cassá-los.
Chabu
O desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Leandro Paulsen, indeferiu um pedido apresentado pela defesa de José Augusto Alves, que pedia a retirada do julgamento do recebimento da denúncia da pauta. A data ficou mantida para o próximo dia 18.
Emendas impositivas
O pagamento das emendas parlamentares impositivas apresentadas pelos deputados catarinenses para a Saúde foi cobrado ontem, mais uma vez, pela deputada estadual Ada de Luca (MDB). Ela defende que o Governo do Estado priorize a destinação dos recursos para os hospitais filantrópicos, que compõem a maior rede de assistência hospitalar de Santa Catarina, com unidades distribuídas em todas as regiões. Após quase um mês fazendo pedidos de informação, requerimentos e indicações, a parlamentar demonstrou indignação com a notícia de que R$ 16,5 milhões, dos R$ 20 milhões que a Assembleia Legislativa destinou ao governo para o combate ao Coronavírus, foram usados para o pagamento antecipado dos 200 respiradores pulmonares comprados da China, em uma negociação que totalizou R$ 33 milhões e está sob investigação.
Ada reclama
“Diante desse absurdo, defendo que o Governo do Estado tenha, pelo menos, a dignidade de cumprir o que está escrito e pagar as emendas que foram aprovadas e estão nas Leis Orçamentárias deste ano e do ano passado. Nós, deputados, ouvimos as bases e estamos mais próximos das necessidades apresentadas pela nossa população. Acorda, governador. Os hospitais filantrópicos e as prefeituras suplicam, as emendas vão salvar vidas”, disse Ada. Ela também cobrou do governo a liberação aos municípios dos recursos encaminhados por meio dos deputados federais.