É inquestionável a importância da religião e principalmente da fé, em um momento tão delicado para a humanidade. Evangélicos, Católicos, entre outras religiões, tem uma grande contribuição a dar, não somente na questão espiritual, mas também social e, digo, muitos têm feito isso através de cestas básicas para famílias que estão passando dificuldade.
O momento pede serenidade, mas também muita seriedade para o enfrentamento de um vírus que se dissemina rápido e, que diariamente, desafia até mesmo aos médicos.
Se por um lado é legitimo o pleito feito por lideranças evangélicas para a reabertura das igrejas, mas, por outro lado, é preciso que qualquer decisão seja embasada na ciência e, no que dizem os cientistas a respeito das aglomerações em locais públicos. É possível, por exemplo, funcionar com um público mais reduzido?
Não é hora para achismo, todos os ouvidos devem ser direcionados à ciência e, se a mesma disser que sim, que pode, caberá aos governantes a liberação, caso contrário, será o momento de orar em casa mesmo, afinal, Deus está em todos os lugares.
Me chamou a atenção o vídeo publicado pelo bispo, Pedro Flori Ramos, da Igreja Palavra Viva, com sede estadual no bairro de Capoeiras em Florianópolis. Não pela defesa de sua causa, pois é um direito que ele tem, afinal, vivemos em um Estado democrático, porém, alguns pontos me preocuparam. Primeiro que acredito, que ele não pode falar por todos os evangélicos, não mesmo. Muitos com quem conversei tem uma opinião diversa a dele, mas, o que chegou a me assustar foram as ameaças, tanto a empresários, quanto a políticos.
Conheço muitos pastores e, aprendi a vê-los com os olhos da caridade, pessoas extremamente espiritualizadas, a favor da oração, do diálogo e das boas ações. Se por um lado ele está certo em reclamar da falta de acesso ao governador Carlos Moisés da Silva (PSL), por outro, erra ao questionar a importância da Organização Mundial da Saúde, sem contar que diz uma meia verdade ao afirmar que a entidade recebe dinheiro da China, como se a OMS estivesse a serviço do governo de Pequim. Esqueceu que os Estados Unidos e países europeus também ajudam a entidade, portanto, não tem sentido, qualquer benefício aos chineses.