Os governadores do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), se reúnem hoje de manhã de forma virtual. Na pauta, o combate ao Coronavírus, a relação com o Governo Federal e a troca de experiência entre os Estados.
De acordo com uma fonte ligada ao governo de Carlos Moisés da Silva (PSL), o Governo do Estado deve publicar um novo decreto entre hoje e amanhã. A informação é de que será prorrogada a quarentena, salvo um fato novo, porém, com alterações que estão sendo construídas com a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Fecomércio entre outras entidades.
Um dos destaques da medida será a definição dos serviços para caminhoneiros, a exemplo de mecânicas e borracharias, seguindo, inclusive, o que foi defendido pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, como essenciais para evitar desabastecimentos. Também será estabelecido que para as agroindústrias o ideal é que trabalhem com 50% de seus funcionários, porém, se para manter o abastecimento for necessária a manutenção de 100% do quadro atuando, será permitida.
É importante destacar que Santa Catarina saiu na frente em relação aos demais Estados nas medidas de quarentena, situação que pode dar uma vantagem em relação aos números. Para garantir o êxito das ações, foram colocados cerca de 4 mil policiais nas ruas para fechar locais que insistem em desrespeitar o decreto, ou seja, todos os esforços estão sendo feitos. “É só comparar a curva do Brasil em relação a doença com Santa Catarina. Enquanto que a curva do Brasil teve um pico, a nossa está sendo gradativa”, comparou.
A insatisfação com o Governo Federal é um assunto que ninguém mais esconde entre os Estados que integram o Cosud, sendo que o alvo é o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Uma fonte próxima ao governador Eduardo Leite (PSDB) do Rio Grande do Sul, chegou a relatar que há uma sensação de insegurança devido as atitudes do presidente, que não estaria levando a pandemia a sério, enquanto que do governo catarinense, outra fonte me disse que todos os apelos foram feitos, mas que não se espera muita coisa de Bolsonaro. “Ele perdeu a mão, não está levando a sério”, afirmou.
Outro motivo para reclamação, são os R$ 14 milhões destinados pelo Governo Federal para o custeio do combate ao Coronavírus. A liderança compara com o apoio dos demais poderes do Estado, que em dois dias somaram juntos uma quantia de R$ 58 milhões que foi doada ao Executivo. “Esses R$ 14 milhões não fazem nem cócega em relação ao que nós precisamos”, disse. Mesmo com as críticas, foi enviado ao Ministério da Defesa um pedido de apoio no controle das fronteiras e das entradas nos aeroportos com as Forças Armadas.
Outros serviços
Ontem o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) anunciou que o serviço das padarias, peixarias, mercearias e açougues pode seguir funcionando normalmente, sendo que terão que respeitar as regras de distanciamento entre as pessoas, de 1,5 metro entre cada indivíduo.
Leitos
Santa Catarina se prepara para a demanda que poderá ser causada pelo Coronavírus. Entre a rede pública e privada, o Estado conta com cerca de 800 leitos, sendo que mais de 500 são públicos. Um planejamento para a ampliação de 274 leitos está sendo executado, além de espaços que estão sendo avaliados para hospitais de campanha e equipamentos que devem ser comprados. Estão sendo buscados mais respiradores junto a fornecedores, incluindo a China, onde tem equipamentos sobrando. O Governo do Estado também aguarda o envio do Governo Federal, dos kits de equipamentos de proteção.
Dívidas dos Estados