A reveladora pesquisa realizada pela empresa Síntese contratada pelo Grupo ND/Record, sobre o primeiro ano de mandato do governador, Carlos Moisés da Silva (PSL), mostra como o povo avalia as ações e o comportamento do governador.

Foram entrevistadas 1.100 pessoas em todas as regiões de Santa Catarina, num total de 20 cidades. Vale informar que o índice de confiança ficou em 95% e a margem de erro é de 2,95 pontos percentuais para mais ou para menos.

 

Seguem os números:

Sobre conhecer o nome do atual governador, Carlos Moisés da Silva, 46% dos entrevistados afirmaram saber. Os maiores índices de conhecimento foram nas regiões da Grande Florianópolis (62,38%) e Planalto Serrano (67,86%), sendo que a maior parte dos catarinenses, 54%, não souberam informar o nome do governador. No Oeste está o maior percentual, 69,88%.

Além disso, a maioria dos catarinenses não associa o nome do governador com o PSL. Dos entrevistados, 62,64% não souberam informar o nome do partido de Moisés, enquanto apenas 37,36% identificaram a sigla partidária.

 

Avaliação

Quando questionados sobre a nota que dão ao desempenho de Carlos Moisés, sendo de zero a 10, as notas por região ficaram assim: Grande Florianópolis (6,04), Sul (6,19), Vale do Itajaí (5,66), Serrana (6,07), Norte (5,64) e Oeste (6,18). Na região Sul, o governador obteve a nota mais alta, onde 28,19% dos entrevistados deram nota 7. Também 24,7% dos ouvidos na Grande Florianópolis concederam nota 7 ao desempenho de Moisés, sendo que a média geral ficou em 5,88, ou seja, muito aquém do que as pesquisas apresentadas pelo governo. Já o desempenho da equipe de secretários foi avaliado com média 5.

Também houve dificuldade para destacar o maior acerto da gestão do governador Carlos Moisés, pois 85,73% dos entrevistados não souberam opinar, enquanto que para 4,09% não houve acerto. Investimentos na saúde (1,55%), em pavimentação (1,36%), em infraestrutura (1,27%) e segurança (1,27%) também foram citados.

Outras questões como ser honesto, o corte de despesas, diminuição de cargos comissionados e a conclusão da ponte Hercílio Luz em Florianópolis também foram acertos citados, mas com menos de 1% das respostas.

Quanto ao maior erro da gestão, 88,55% dos entrevistados não souberam opinar, em mais uma prova de que o governo não aparece.  Dos que falaram, 4,09% disseram que Moisés não teve erros no primeiro ano de mandato, enquanto que outros 1,09% apontaram que houve falta de investimentos na educação, e 1% reclamaram da falta de investimentos em infraestrutura.

Aparecem ainda com erros, com menos de 1%: postura do governador, apoiar o presidente Jair Bolsonaro, filiação partidária, não ser prestativo, aumento de impostos, falta de investimentos em pavimentação e saúde, entre outros temas.

Os entrevistados também foram questionados, se lembravam de alguma obra importante realizada pelo governo de Carlos Moisés em sua cidade ou região. A maioria (87,37%) dos entrevistados também não recordou. Apenas 12,64% lembram-se das realizações do governo na sua cidade ou região. Entre os que recordaram, foram citadas as seguintes obras: pavimentação (23,61%), seguida de investimentos na saúde (22,22%) e da Ponte Hercílio Luz (13,89%) e duplicação de rodovia (6,25%).

Inaugurado em outubro, o novo terminal do aeroporto Hercílio Luz foi lembrado por 5,88% dos entrevistados da Grande Florianópolis. Não souberam ou não opinaram 5,56%.

Já 91,27% dos entrevistados não lembram de alguma obra importante já solicitada e que não teve a atenção do governo do Estado. Apenas 8,73% dos entrevistados recordam alguma obra importante não realizada. Destas, os investimentos na saúde são mais lembrados (26,47%), seguido de pavimentação (10,78%) e de melhorias nas BR-470 (6,86%) e BR-282 (6,86%). Não souberam ou não opinaram 10,78%.

Aparecem também na pesquisa: ponte Adhemar Garcia, rodovia eixo-Sul, obras no rio Mathias, duplicação da SC 280, estrada que leva a Alfredo Wagner, ponte Rio Tubarão, melhorias na Serra do Rio do Rastro, Hospital Tereza Ramos, entre outras.

 

Avaliação dos serviços

A pesquisa do Grupo ND/Record pediu que fossem atribuídas notas de zero a 10 para as várias áreas da gestão pública do Governo do Estado.

Saúde –  A avaliação média ficou em 5,98 com os maiores indicadores na região Oeste (6,54) e Serrana (6,2), já que neste quesito os menores indicadores ficaram para o Vale do Itajaí (5,87) e Norte (5,86). Na Grande Florianópolis, a média ficou em 6,0.

Educação A pesquisa indicou média de 6,26. As melhores avaliações foram para as regiões do Oeste (6,93) e Serrana (6,43). Os menores índices foram nas regiões da Grande Florianópolis (6,12) e Norte (6,10).

Segurança – Teve uma avaliação média de 6,22. Os destaques foram para as regiões Oeste (6,88) e empatadas com nas regiões Serrana e Grande Florianópolis (6,40). As menores avaliações foram no Sul (6,31), Vale do Itajaí (5,98) e Norte (5,92).

Sistema prisional – A média geral ficou em 5,40, mas houve uma nota maior na região Serrana (6,19) e Oeste (6,39). Os demais indicadores: Florianópolis (5,22), Sul (5,22), Vale do Itajaí (5,35) e Norte (5,29).

Transparência – Os números ficaram um pouco baixos se comparados com os demais serviços avaliados. A avaliação obteve média 5,47. Os destaques positivos foram nas regiões Serrana (6,03) e Sul (5,97). As menores notas foram verificadas no Norte (5,14) e na Grande Florianópolis (5,37).

Turismo – A média geral foi 6,27, a maior entre os serviços prestados pelo governo. Os destaques positivos ficaram na Grande Florianópolis (6,68) e Oeste (6,45). Já os menores indicadores foram obtidos na região Norte (5,98) e Sul (6,14).

Atração de investimentos – Obteve média de 5,46, uma das mais baixas entre os serviços avaliados na pesquisa. Os destaques positivos ficaram para as regiões Oeste (6,05) e Grande Florianópolis (5,71). Já as avaliações negativas ficaram concentradas nas regiões Norte e Vale do Itajaí, ambas empatadas com 5,36.

Geração de empregos – A média geral ficou em 5,47. Os destaques ficaram para as regiões Oeste (6,42) e Grande Florianópolis (5,90). As notas médias mais baixas foram obtidas no Norte (5,17) e Vale do Itajaí (5,24).

 

Futuro político de Moisés

A comunicação o que é de conhecimento de pelo menos, parte da imprensa, tem sido outra dificuldade do mandato, uma vez que, para 53,82% dos entrevistados, o governador não consegue comunicar suas realizações para os catarinenses. De acordo com a avaliação, outros 13,18% entendem que Moisés está conseguindo se comunicar, enquanto 32,27% opinam que a comunicação do governador está “mais ou menos”.

Para a maioria dos entrevistados, o futuro político de Carlos Moisés está longe da Casa d’Agronômica em 2022, pois 52,18% não concordam com a candidatura à reeleição, contra 36,09% dos que concordam. Não sabe ou não soube opinar, 11,73% dos entrevistados.

A agenda de visitas do governador em cidades do Estado também foi avaliada e 36,09% consideraram Moisés ausente, e outros 17,55%, distante, enquanto apenas 9,55% consideraram presente, e outros 7,00%, omisso. Outros 29,27% não o consideram como presente, ausente, omisso ou distante.

A opinião indiferente sobre a posição de Moisés na relação com Assembleia Legislativa conquistou o maior percentual, com 36,73% dos entrevistados.  Outros 22,82% afirmam haver independência nessa relação, enquanto 15,27% acreditam que há submissão do governador, e 14,91%, dependência.

A relação entre Moisés e o presidente Jair Bolsonaro também foi abordada, e 38,64% dos entrevistados relataram indiferença em relação ao distanciamento do governador, desde que ele faça uma boa administração. Outros 19,36% aprovam o distanciamento, enquanto 26,45% entendem que Moisés precisa caminhar lado a lado ao presidente Bolsonaro. Para 15,27% dos entrevistados, ainda é cedo para avaliar.

 

Influência eleitoral

A pesquisa feita pelo Grupo ND/Record, revela mais uma realidade, ao contrário do que o Governo do Estado tenta divulgar.  Em Santa Catarina o presidente Jair Bolsonaro supera Moisés na influência eleitoral. Se os entrevistados tivessem que escolher entre candidatos apoiados pelos dois líderes, 19,36% escolheriam o candidato apoiado por Bolsonaro, enquanto 16,7% optariam pelo candidato apoiado por Moisés, porém 20% seriam indiferentes ao apoio, e outros 43,36% não escolheriam nenhum dos candidatos apoiados.

 

Televisão ainda é preferência

A pesquisa encomendada pelo Grupo ND/Record também procurou, através de respostas estimuladas, identificar como os catarinenses se informam diante do novo cenário da era digital. E a televisão continua sendo o principal meio de comunicação, com 48,73%, mas com maioria em quatro das seis regiões pesquisadas no Estado (Grande Florianópolis, Vale do Itajaí, Planalto Serrano, Oeste).

Além da preferência, a confiabilidade dos meios de comunicação também foi avaliada, e a televisão tem a maior credibilidade, com 40,27%, seguido dos sites de notícias (18,55%), Rádio (11,27%), Jornal Impresso (8,82%). Maior novidade nas últimas eleições, as redes sociais ainda se mostram pouco confiáveis, segundo os entrevistados, com apenas 5,73%.

Já para saber notícias sobre as obras e realizações do governo do Estado, a televisão ainda lidera a preferência com 37,55%, mas os sites de notícias estão logo atrás com 28,55%, seguido das redes sociais, com 14,91%. O rádio aparece com 7,64% e os jornais impressos com 5,27%.

 

A pesquisa

A pesquisa foi realizada de 6 a 14 de dezembro de 2019, entrevistando 1.100 pessoas, acima de 16 anos de idade, distribuídas proporcionalmente à população residente nas cidades de Santa Catarina. Foram pesquisados residentes na Grande Florianópolis, Sul, Vale do Itajaí, região Serrana, Norte e Oeste catarinense, totalizando 20 cidades. O índice de confiança ficou e 95% e margem de erro foi de 2,95% pontos percentuais, para mais ou para menos.