Na coluna do dia 13 de setembro relatei um fato que aconteceu na Casa D’Agronômica no ano passado, no início do processo de transição para o governo de Carlos Moisés da Silva (PSL). Acho que vale a pena lembrar do fato que eu trouxe em detalhes para quem acompanha o meu trabalho, para chegar ao gasto atual com o helicóptero usado pelo governador.

Moisés tem um cunhado que se chama Jonas Santana Pereira, aquele mesmo que teve o filho aprovado no concurso para o IGP, sendo que seriam chamados os nove primeiros colocados, porém, 30 foram nomeados sendo que o sobrinho do governador havia ficado em 27º, coincidência? Mas esse é um outro assunto e, que pelo bem ou pelo mal, acaba sanando um problema de falta de servidores no órgão.

Mas, voltando ao cunhado, Pereira foi piloto do SAER e é delegado aposentado da Polícia Civil. Ele é um dos principais conselheiros de Moisés, tanto, que fontes governistas afirmam que teria partido dele, a ideia da venda dos aviões do Estado e, um fato relatado por mais de uma fonte reforça essa versão.

A influência de Jonas é tão forte em relação a Moisés, que num encontro na Casa D’Agronômica com o ainda governador, Eduardo Pinho Moreira (MDB), durante o processo de transição, Pereira teria dito ao falar dos aviões pertencentes ao Estado: “Esses aviões velhos daqui a pouco cai, tem que vender. O Moisés não vai andar nesses aviões velhos”, afirmou, para a surpresa de todos.

O fato é que a fala de Jonas, gerou mais uma propaganda para Moisés, que vendeu a aeronave fazendo o discurso da economia e, de quebra, se livrou de usar os aviões considerados inseguros.

Além de Jonas, estavam no que foi o segundo encontro entre Moisés e Pinho Moreira, o Coronel Márcio atual chefe de gabinete do governador, Coronel Mello, que era da Casa Militar e Jamazi Alfredo Ziegler, atual diretor presidente do SCPar Porto de Imbituba.

Acontece que algumas coisas começam a se revelar. O Governo mantém um contrato com a empresa Helisul Táxi Aéreo Ltda., a um valor líquido de R$ 235 mil mensais, sendo que, segundo o Portal da Transparência, de janeiro a setembro deste ano o custo chegou aos R$ 2,115 milhões e, se contarmos os 12 meses do ano, o custo chega aos R$ 2,820 milhões.

Quando vendeu o jato Cessna Citation II 550, ao Governo do Mato Grosso do Sul, foi anunciada uma economia anual na casa dos R$ 4,5 milhões, quando na verdade, chega ao máximo a R$ 1,680 milhão se colocarmos na conta os gastos com helicóptero, sem contar o custeio das passagens aéreas em companhias comerciais. Procurei a assessoria do Governo do Estado, que ficou de se posicionar sobre o assunto.

 

Relação com a Helisul

Um inquérito foi aberto pelo Ministério Público, para apurar a compra de um helicóptero doado à Polícia Militar de Santa Catarina, que já pertenceu a Helisul Táxi Aéreo LTDA. O aparelho monomotor foi utilizado por uma década pela Polícia da Califórnia nos Estados Unidos e, importado em 2011 ao valor de R$ 1,5 milhão. O que motivou a investigação é que a Helisul teve um lucro superior a 400% na venda, sendo que revendeu o helicóptero pelo valor de R$ 8,3 milhões a uma construtora que o repassou à PM. Acontece que a supervalorização afetou os R$ 14 milhões que uma empresa, devido a construções consideradas irregulares, teria que ressarcir o município de Balneário Camboriú.

 

Jessé quer saber

O deputado estadual, Jessé Lopes (PSL), chegou a fazer uma arte que foi compartilhada via redes sociais, criticando os gastos do governador, Carlos Moisés da Silva (PSL), com o uso do helicóptero.

 

Financiamento: Somente em 2020

A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa aprovou ontem, um pedido de diligência para o projeto em que o Governo do Estado pretende contrair um empréstimo de R$ 1,4 bilhão. Sem entrar no mérito que o governador, Carlos Moisés da Silva (PSL), pretende financiar para pagar dívidas antigas, ou seja, não para o objetivo que a lei determina que é a aplicação desses recursos em obras, a CCJ aguarda informações técnicas para poder no próximo ano, continuar a apreciação da matéria.

 

Promessas, promessas…

O governador Carlos Moisés da Silva (PSL) tem anunciado obras em todo o Estado, porém, se não conseguir o financiamento, ele terá dificuldade de tirar do papel. A preocupação dos parlamentares que preferiram não se manifestar, não é com a liberação do recurso em si, mas, com a engenharia financeira que o Governo do Estado quer fazer para garantir as ações que tem sido prometidas. Usar dinheiro de financiamento para pagar dívidas antigas de custeio é errado e, acredito eu, que o próprio Moisés, neófito na política, já deveria saber.

 

Buscando apoio

Além de ter no senador, Jorginho Mello (PL), uma boa porta para conquistar o apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem partido), na eleição à Prefeitura de Blumenau, o deputado estadual, Ivan Naatz, de saída do PV para se filiar ao PL, também tem conversado com deputados estaduais ligados ideologicamente a Bolsonaro. Naatz tem se aproximado da deputada Ana Caroline Campagnolo (PSL), por saber que ela, devido à proximidade que tem com a família do presidente, pode ajudar a determinar os apoios que serão dados em Santa Catarina.

 

Queridinha da CCJ

A proximidade com a família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), alçou a deputada estadual, Ana Caroline Campagnolo (PSL), à condição de “queridinha” da Comissão de Constituição e Justiça. Uma fonte relatou que todos os deputados que se interessam em disputar a eleição do próximo ano, tem se aproximado dela. “Notadamente o Ivan, que tem interesse em Blumenau, e o João (Amin), que tem interesse em Florianópolis”, disse a fonte.

 

Retaliação sem efeito

A pedido do governador, Carlos Moisés da Silva, o PSL não permitirá que os deputados estaduais que não estejam alinhados com o seu governo, ou até os deputados federais que se afastaram dele, disputem a eleição do próximo ano pelo partido. Acontece que Moisés esquece de um pequeno detalhe: A janela que será aberta para a troca de partido, justamente para quem deseja ser candidato. Vale dizer que partidos como o PSD e o Partido Liberal já estão de portas abertas para dar espaço aos pesselistas não alinhados com Moisés.