
Engenheiro Wenceslau Jerônimo Diotallevy, responsável pela fiscalização da obra de maio de 2012 a fevereiro de 2019. FOTO: Fábio Queiroz/Agência AL
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura possíveis irregularidades nas obras de restauração da ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, ouviu nesta terça-feira (22) os depoimentos de duas figuras importantes do governo do Estado na condução dos trabalhos: os engenheiros Paulo Roberto Meller, presidente do Deinfra de 2011 a 2014, e Wenceslau Jerônimo Diotallevy, responsável pela fiscalização da obra de maio de 2012 a fevereiro de 2019.
Em seus questionamentos aos dois depoentes, o relator da CPI, deputado Bruno Souza (sem partido), deu destaque à falta de punição, por parte do Estado, ao consórcio Florianópolis Monumento por atrasos na obra. “As obras não estavam acontecendo e me parece que o Estado não tomou as medidas punitivas para o não cumprimento do contrato, ou seja, as multas e exigir as garantias necessárias”, afirmou o parlamentar.
O consórcio – formado pelas empresas CSA e Espaço Aberto – teve o contrato rescindido em 2014. Para o ex-presidente do Deinfra Paulo Meller, a decisão foi a mais adequada no momento e permitiu que a obra avançasse até o estágio atual, próximo à conclusão. “Se a obra vai ficar pronta é por causa da decisão do rompimento (do contrato) com a Florianópolis Monumento”, assegurou Meller. Na opinião do relator, mesmo antes da rescisão, o governo deveria ter aplicado as punições previstas em contrato.
Bruno Souza também questionou Meller sobre os motivos que levaram o governo a concordar com a cessão, pela Espaço Aberto, de parte dos rendimentos do contrato como garantia a um empréstimo de R$ 10 milhões a ser tomado junto ao Badesc. “Nós não tínhamos que concordar com nada, pois isso não trouxe qualquer custo ao contrato. Esta era uma operação entre uma empresa privada e um banco, e cabia ao banco analisar se deveria aceitar o contrato como garantia”, respondeu Meller.
Raimundo Colombo