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Destaque do Dia
A reunião de ontem da Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa com o secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, serviu para que mais uma vez os deputados estaduais tirassem as suas dúvidas a respeito do projeto de lei 174/2019, que revisa os incentivos fiscais.
O secretário afirmou categoricamente que nenhum setor será prejudicado, caso a matéria seja aprovada sem qualquer emenda, ao contrário do que defende o Comitê de Defesa da Competitividade da Economia Catarinense, que apresentou uma proposta de emenda que mantém a isenção aos setores da agroindústria, transporte, dos motoristas autônomos, do setor portuário e do comércio atacadista.
Para tentar tranquilizar os deputados, Paulo Eli se comprometeu a encaminhar no segundo semestre, um projeto de lei que estabelecerá uma nova política industrial para Santa Catarina, sanando possíveis equívocos ou omissões do texto que o governo tenta aprovar agora, mas, a questão não é tão simples assim.
O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) determinou que até o próximo dia 31, que os Estados apresentem a convalidação ou reinstituição de sua política de benefícios fiscais, ou seja, a partir dessa data, qualquer Estado que desejar conceder incentivos fiscais terá que passar pela autorização do Confaz, e quem votará? Todos os secretários de Estado da Fazenda, ou seja, um voto contra impede a concessão de benefício a qualquer empresa, situação que expõe a guerra fiscal existente no Brasil.
Um exemplo bem prosaico do que irá acontecer: imagine se Santa Catarina entrar na disputa com outros estados para garantir a vinda de uma empresa para cá. Se o concorrente tiver uma tributação menor e o Governo do Estado desejar baixar a alíquota para ganhar a disputa, precisará passar pelo Confaz que terá entre os secretários com poder de voto, o do estado concorrente que com toda a certeza irá vetar o nosso pleito. É por isso que precisamos que seja feito o inverso, ou seja, que os deputados convalidem os atuais benefícios e depois os empresários dos setores sejam chamados à mesa de negociação para tentar ajustar as isenções. Se não for assim, teremos prejuízos incalculáveis. Empresas como Malwee, Segala’s, Fiação São Bento, Kyly, Klabin, Parati, Intelbras entre outras, já pensam até mesmo em passar as suas operações para outros estados.
Arrecadação
O Governo do Estado busca de todas as formas,aumentar a sua arrecadação. Ao reduzir de 25% para 16% o total de incentivos fiscais concedidos, o secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, pretende aumentar a arrecadação de Santa Catarina entre R$ 500 e R$ 750 milhões a partir do próximo ano, como uma forma de equilibrar as contas. Se por um lado é um dinheiro bem-vindo, já que o Estado precisa arrecadar mais para resolver o seu problema fiscal, por outro, se aprovar o projeto 174, o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) terá que pensar em ações para recuperar os cerca de 50 mil empregos que serão extintos no estado.
Votação
O presidente da Comissão de Finanças, deputado Marcos Vieira (PSDB), anunciou para o próximo dia 17 as votações em plenário dos projetos 174, 081 e 170 que tratam dos benefícios fiscais. Pensando em tranquilizar os deputados para que votem a favor do projeto 174, Paulo Eli disse que o prazo para as convalidações no Confaz deverá ser ampliado, uma vez que o Amazonas ainda não encaminhou a sua legislação referente aos benefícios fiscais. Porém, isso não é garantido, já que ainda não houve qualquer manifestação do Conselho sobre uma possível prorrogação do prazo.
Isonomia
O secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, tem toda a razão em querer através de uma nova política industrial para Santa Catarina, garantir a isonomia regional e, às empresas dos setores beneficiados, mas por outro lado, ele poderia receber os empresários do Comitê de Defesa da Competitividade da Economia Catarinense que tem números preocupantes para o desenvolvimento econômico do Estado, que poderá sofrer um grande entrave se o projeto 174 for aprovado da forma que está. Portanto, se Eli quer criar um projeto o qual segundo ele, autorizará a concessão de crédito presumido às empresas catarinenses para serem mais competitivas no mercado nacional, por outro, precisa assegurar que os setores não contemplados no projeto que tramita na Alesc, tenham a manutenção de seus incentivos para que continuem a gerar empregos no estado. Repito, empresários prometem deixar Santa Catarina em um movimento que poderá deixar cerca de 50 mil pessoas desempregadas.
Avaliação

Hobus pediu que os empresários sejam ouvidos.
Durante a audiência de ontem, o deputado estadual Marcos Vieira (PSDB) anunciou que amanhã acontecerá uma reunião ordinária da Comissão de Finanças que é presidida por ele, para discutir a audiência com o secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli. Vieira já começará a elaborar o relatório que deve estar pronto até o dia 17 para ser votado em plenário. O deputado estadual, Milton Hobus (PSD) insistiu na necessidade de que Eli receba empresários que ainda estão em dúvida, porém, nada foi confirmado.
Postura de Moisés
O governador Carlos Moisés da Silva (PSL) foi acusado durante o segundo turno da eleição ao Governo do Estado, pelo seu então adversário, Gelson Merisio, de que acabaria com os incentivos fiscais afastando as empresas de Santa Catarina. Ele negou e como resposta, afirmou categoricamente que faria justamente o contrário, mantendo a isenção aos setores como forma de fomentar a geração de emprego. Pelo visto, Moisés não mudou apenas nessa questão que poderá gerar mais de 50 mil desempregados no estado, pois, o próprio trato com quem lhe ajudou já não é mais o mesmo. Diariamente, empresários tem pedido para serem recebidos em audiência pelo governador para mostrar os números que tanto preocupam o setor produtivo, porém, eles tem se deparado com as negativas até para rápidas conversas, de um Moisés que já não seria o mesmo do período dos quartéis. Pelo visto, as noites cedidas gratuitamente por um empresário a Moisés e demais lideranças do PSL durante a campanha, em suítes do Hotel Majestic, além de toda a pompa do cargo de governador com direito a mordomo, cozinheiro e demais servidores na Casa D’Agronômica, tocaram a vaidade de Moisés que comanda um governo que ainda não demonstrou para aonde vai, sem manter um diálogo republicano com todos.
Pressão?
Uma fonte relatou que o secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba, se reuniu com deputados em reuniões em separado. Argumentou que para o Governo do Estado é de grande importância a aprovação do projeto de lei 174/2019 que ao mesmo tempo que normatiza, por outro, tira incentivos fiscais de setores importantes para a economia catarinense, mesmo que o governo insista que não. Borba prometeu aos parlamentares que se a matéria for aprovada na Assembleia Legislativa, que uma semana após os parlamentares que votarem a favor do governo, terão as suas emendas impositivas na ordem de R$ 5,8 milhões cada, liberadas para que possam ser destinadas aos municípios e entidades. Uma liderança confirmou a informação e, mais, disse que os deputados que votarem contra, que serão segundo palavras de Borba relatada pela fonte, terão um “X” marcado no nome e que não serão atendidos pelo governo. Essa é uma situação muito séria, pois, se comprovada é quase que uma coação. Liguei para Borba para confirmar, porém, devido a um contratempo ele ficou de conversar hoje sobre o assunto.