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Destaque do Dia

Quem está no poder, constantemente tem a sua volta pessoas querendo se aproximar para ganhar alguma vantagem, seja em valores reais, cargo para si próprio, familiares ou amigos, ou simplesmente adquirir influência que poderá abrir portas junto a pessoas da iniciativa privada. Em muitos casos, se cria uma relação de “business friend”, expressão em inglês que em tradução livre para o português, podemos chamar de amigo de negócios.

É claro que nem todas as relações são assim, acreditem, nascem muitas amizades sinceras na política, pessoas do bem que compartilham de projetos públicos e, que no caminho se encontram e descobrem afinidades, afinal, mesmo que esse texto lhes traga o lado ruim dessas relações, acredite, as boas relações e intenções, além da honestidade, existem sim no mundo político.

O personagem da semana é conhecido nas rodas de conversa do poder em Florianópolis, como “Zé Mentira”, mas vou tratá-lo pelo seu nome de batismo, José Augusto Alves. É o tipo de pessoa a qual, segundo relatos, sempre buscou estar em volta de detentores de cargos públicos, principalmente de quem tem mandato, a exemplo de deputados.

Alves é o suposto operador do esquema investigado pela PF.

Uma fonte relatou que Alves tem boa lábia e, que é um verdadeiro vendedor de sonho e ilusão. Para dar um ar de seriedade, sempre esteve cercado de pelo menos duas pessoas as quais, potencializavam o que era dito pelo investigado da Operação Chabu. Porém, mesmo que os “contos” eram aumentados, Alves tinha sim, acesso a informações sobre investigações e isso chegou a lhe dar certa credibilidade, pois o que dizia geralmente se confirmava, muito embora, muita gente conhecesse a sua fama.

Foi desse modo que José Augusto Alves criou a sua rede, porém, ele precisava de peças que lhe dariam mais informações privilegiadas, o que consequentemente aumentaria o seu poder de acesso a alguns políticos, os quais também queriam estar perto de alguém que pudesse lhes “proteger”.

Por isso, o seu primeiro e principal alvo foi o delegado da Polícia Federal, Fernando Amaro Moraes Caieron, que segue preso em Porto Alegre. O então jovem delegado nascido no Rio Grande do Sul, era bem relacionado dentro da PF e bem visto pelos colegas. Se tornou conhecido em 2005, ao prender um traficante em Balneário Camboriú na Operação Playboy, ajudando a desbaratar uma quadrilha que chegou a traficar drogas para fora do país. Era de Caieron que Alves precisava e, ele conseguiu se aproximar.

Relações

Uma fonte relatou que a partir da amizade com José Augusto Alves, o delegado da Polícia Federal, Fernando Caieron começou a frequentar jantares e eventos promovido por políticos e lideranças que tinham nele uma peça chave para o vazamento das informações.

Em um determinado jantar com lideranças políticas as quais a fonte não revelou os nomes, enquanto tomavam garrafas de vinho que não custavam menos do que R$ 3 mil, Caieron que relatava a sua história e origem gaúcha, mencionou que o seu pai teria uma grande área de terra no interior do Rio Grande do Sul. A revelação apareceu como uma chave para definitivamente, o grupo conquistar o jovem delegado.

Alguém o questionou, se o seu pai teria interesse em vender as terras, pois, a JBS teria interesse em expandir os seus negócios e poderia haver uma intermediação. “O Caieron não ofereceu nada. Sondaram ele durante o jantar e ele caiu no canto da sereia. Ele não é má pessoa, mas se perdeu ao se deslumbrar com um mundo ao qual não estava acostumado”, relatou a fonte. Se o frigorífico realmente tinha interesse no imóvel não é possível saber, porém, tudo isso aconteceu bem na época de uma das fases da Lava Jato, quando a JBS e os seus donos, os irmãos Batista foram atingidos em cheio, o que teria feito com que desistissem do negócio, caso o interesse fosse real, pois a suposta intenção de compra não prosperou.

Outras propostas

Consta no inquérito da Polícia Federal que José Augusto Alves, buscava supostamente estabelecer uma sociedade empresarial com o delegado federal, Fernando Caieron. De acordo com o relato, eles estariam trabalhando no sentido de viabilizar negócios no ramo de exportação de carne bovina. Já outra fonte, relatou que a busca de investidores para a produção de blueberry, também estaria supostamente sendo tentada.

Empresa de Alves

Local onde funciona o escritório virtual.

José Augusto Alves é dono da empresa Técnica e Ação Assessoria e Consultoria Empresarial, que tem como capital social o valor de R$ 20 mil e, como atividade econômica principal, a consultoria em gestão empresarial, exceto consultoria técnica específica. Já como atividades secundárias, constam representações comerciais e agenciamento de comércio de mercadorias em geral, não especializado. Como terceira atividade, a representação comercial e o trabalho de agente de comércio de instrumentos e materiais odonto-médico-hospitalares. O que chama a atenção, é que a empresa que tem o CNPJ 05.458.698/0001-07, tem como sede um escritório virtual, localizado na Rua Dr. Heitor Blum, 213, no Estreito em Florianópolis. No local apurado pelo SC em Pauta, funciona a Virtual Company, empresa que dispõe de Coworking e escritórios virtuais, ou seja, Alves registrou a sua empresa neste local, por não ter um endereço comercial próprio.

Empresa familiar

Por sua vez a esposa e filha de José Augusto Alves, aparecem como sócias da Exata Consultoria em Trânsito e Telecomunicações Ltda, empresa de nome fantasia, Exata Telecomunicações. Segundo uma fonte a empresa também pertence a José e, tem como atividade serviços de telecomunicações sem fio não especificados. A Polícia Federal apura se era através dessa empresa, que Alves supostamente contrabandeava para Santa Catarina via Paraguai, as chamadas “maletas israelenses”, oficialmente conhecidas como Ufed (Dispositivo de Extração Forense Universal, em Português). Ela é capaz de interceptar ligações em até 200 ou 300 metros. Porém, no endereço em que consta no CNPJ da empresa, na Rua Juvêncio Costa, tem um estúdio de pilates e reabilitação.

A Ufed

Ufed – Maleta Israelense

Localizada em Petah Tikva, uma cidade pequena a leste de Tel Aviv em Israel, a Cellebrite que é uma subsidiária da companhia japonesa Sun Corporation, que assumiu 80% da empresa israelense em 2007, tem como um de seus principais produtos, a Universal Forensic Extraction Device (UFED), conhecida no Brasil como “maleta israelense”.

Com uma fábrica no Sul de Israel, o equipamento da Cellebrite é formado por um hardware incluído com software proprietário, que adquire, decodifica e analisa dados de smartphones, tablets e dispositivos GPS portáteis. Além disso, tem o UFED4PC, que é um software independente para uso em PC; e o UFED Pro, um complemento do UFED que faz algo chamado de extração física, que retira dados diretamente do chip de memória flash de qualquer telefone. Isso pode incluir mensagens SMS excluídas e históricos de chamadas, bem como dados coletados pelo telefone e aplicativos que o usuário não sabe que estão sendo coletados. A Cellebrite acusa o Grupo israelense, NOS, de ajudar a governos a invadirem remotamente telefones para vigilância em tempo real, trabalho que diz se negar a fazer, porém, talvez agora comece a perceber que o seu produto que vai para o Paraguai, tem chegado ao Brasil para um suposto uso político, sendo comprovado pela Polícia Federal que realmente existiu. Vale informar que essa maleta é utilizada por agentes do Mossad, que acompanham o primeiro-ministro israelense. Na foto, um agende próximo de Benjamin Netanyahu (Likud), em sua visita ao Brasil.

Agente com maleta, próximo a Bibi Netanyahu

Quem é Gerson?

Segundo uma fonte, a Polícia Federal apura se Gerson Schwerdt, ex-procurador geral do Estado, é a pessoa que aparece em uma conversa interceptada de um aplicativo pelos investigadores, onde José Augusto Alves afirma a uma pessoa apenas identificada como “Gerson”, que Gean Loureiro teria lhe passado os números de telefone de alguns integrantes do gabinete do então deputado estadual, Gelson Merisio, para “checar”, afirmando que tal diligência seria necessária por conta de algumas denúncias realizadas pela “turma do Merisio”. Gerson que é filho do ex-lateral do Internacional com passagem pela seleção brasileira na década de 70, Sadi Schwerdt, já falecido, seria, segundo relatou uma fonte ao SC em Pauta, muito próximo de Alves. Vale lembrar que Gerson também passou pela SC Par e, conforme relatou uma pessoa próxima, seria supostamente a pessoa que colocava “nitroglicerina” nas “mentiras” de José Alves. O prefeito disse desconhecer a conversa e o seu teor.

Disputa política

Merisio e Garcia, inimigos a partir da política.

Uma fonte ligada a Polícia Federal afirma que o então deputado estadual, Gelson Merisio (sem partido), sabia da ida de seus então assessores, o ex-policial militar, Carlos Alexandre Melo, homem de confiança de Merisio, e o policial federal aposentado, Diógenes Duarte Barros de Medeiros, a Brasília. Melo e Medeiros haviam se conhecido há alguns anos antes na capital federal, quando o então militar integrou a Força Nacional. Além de cumprirem supostas ordens de Merisio, segundo uma fonte, eles também tinham o interesse em que, tanto o delegado da Polícia Federal, Fernando Caieron, quanto José Augusto Alves, tivessem as suas supostas ações de vazamento de informações investigadas. “O objetivo deles também, era fazer com que a Alcatraz andasse e, que o nome do Júlio Garcia aparecesse antes mesmo da eleição do ano passado para lhe gerar prejuízo político”, relatou uma fonte. Nessa época, Merisio e Garcia estavam no auge de uma disputa política quando chegaram as raias de uma inimizade.

Romanna se manifesta

A ex-secretária de Estado da Assistência Social, Romanna Remor, um dos alvos da Operação Chabu, viu a Polícia Federal bater à porta de sua residência em Palhoça, as 06h de terça-feira (18). A delegada federal de nome Simone, pediu para entrar, pois tinha um mandado de busca e apreensão. Após mexer em documentos e pedir aparelhos eletrônicos, incluindo o celular de Romanna, a agente pediu para que a ex-secretária fosse até a Polícia Federal em Florianópolis, para prestar alguns esclarecimentos. Romanna respondeu que já tinha compromissos marcados para aquele dia em Criciúma e Porto Alegre, mas, ao ouvir de Simone que seria um sinal de boa vontade, Romanna desmarcou a viagem e foi até a sede da PF.

Sobre o esclarecimento

Ontem recebi a ligação da ex-secretária de Estado da Assistência Social, Romanna Remor. Ela entrou em contato através do telefone de seu esposo, já que o seu aparelho foi entregue à Polícia Federal, após ela ter acessado o SC em Pauta, onde também leu as informações sobre a operação em que o seu nome foi citado. “Eles esqueceram de pegar a senha do celular. Liguei várias vezes até encontrar a delegada para passar a senha, já que é do meu interesse que eles apurem o quanto antes. Não tenho nada a esconder”, afirmou. Romanna estava tranquila durante a conversa, apesar de admitir que se sentia triste, pois nunca havia passado por uma situação igual. Ela relatou que durante os esclarecimentos, questionou a delegada o motivo de seu nome aparecer na investigação. “Ela respondeu que foi pelo fato de eu ter recebido o pedido do Gean (Loureiro), via WhatsApp para manter uma servidora. Acontece que eu já havia definido a equipe dias antes e, ela estava incluída devido as boas referências que recebi”, relatou Romanna.

A servidora

A servidora em questão era Adriana Bernardi, esposa do policial rodoviário federal e integrante do Gaeco, Marcelo Roberto Paiva Winter, que é um dos alvos da Operação Chabu. Romanna Remor me disse que foi a sexta secretária de Estado da Assistência Social em cinco anos, por isso, ouviu de alguns técnicos e da secretária adjunta, o pedido para que mantivesse a continuidade da equipe, para não prejudicar os trabalhos. Ela negou conhecer a então servidora Adriana, e o seu marido Marcelo. Outro ponto relatado por Romanna, é de que havia um desconforto até mesmo dentro do MDB, já que não atendia aos inúmeros pedidos de nomeação de pessoas filiadas. “Quando o Gean (Loureiro) me ligou, pensei que enfim, pelo menos um seria atendido, pelo fato de que ela (Adriana) já estava no cargo”, relatou a ex-secretária. A delegada informou que Adriana Bernardi não fez nada de errado no cargo, tão pouco a própria Romanna. Quando a questionei sobre o diálogo com Loureiro, Romanna Remor me disse que a conversa é a que já foi divulgada pelo SC em Pauta, que não houve continuidade e que logo encerrou o diálogo pelo fato de que a questão já estava resolvida previamente. Quanto ao contato com Gean Loureiro e com o então secretário de Estado da Casa Civil, Luciano Veloso, Romanna informou que não manteve mais, apenas com Gean quando ela ainda estava no cargo, para falar de um terreno que precisava ser legalizado pelo prefeito para doar ao Estado, onde seria construído um Cras, e quando pediu que fosse cedida uma servidora municipal para a sua secretaria.

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