Uma audiência de um grupo de tucanos liderados pelo prefeito Clésio Salvaro (Criciúma) e o  deputado estadual Vicente Caropreso, se encontrará com o governador de São Paulo, João Dória Júnior, nesta terça-feira à noite em São Paulo. A agenda foi obtida pelo prefeito de Criciúma, através do Secretário de Turismo de São Paulo, Vinicius Lummertz, dada a relação de amizade entre eles. As estranhezas começam por aí, pois a ponte não foi feita por nenhum outro líder tucano. O ex-senador Paulo Bauer, por exemplo, foi convidado para ir, mas ainda não confirmou. Já o presidente estadual do PSDB/SC, deputado estadual Marcos Vieira não está na relação dos tucanos que vão buscar saber sobre o futuro do partido.

Boa conversa

Na última sexta-feira o prefeito de Criciúma teve uma demorada conversa com o senador Esperidião Amin e a esposa e deputada federal Ângela Amin. O casal de políticos cumpriu agenda no Sul do Estado, para acompanhar a visita do Ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. Ao término da agenda, Salvaro convidou os Amin para visitar alguns locais da cidade, entre eles um recém inaugurado parque. Garantem que a conversa foi sobre a agenda na cidade, nada de mais.

Velhos amigos

A verdade é que Clésio Salvaro se aconselha com Amin sempre que pode. Em 2010 rejeitou apoio à aliança onde estava o seu PSDB e apoio Ângela Amin na eleição que ela perdeu para o Governo do Estado. Sofreu grandes prejuízos por isso, mas manteve sua fidelidade aos Amin. Atualmente Salvaro vem buscando conquistar o PP “pelas beiradas”. Desde que rompeu relações com o progressista Márcio Búrigo, que o sucedeu na prefeitura, quando sofreu cassação, Salvaro se afastou do PP. Hoje, porém, tenta reconstruir a relação investindo em alguns líderes do partido. A verdade é que o PP de Criciúma encolheu muito após baixo desempenho no governo municipal com Márcio Búrigo.

Olho no futuro

Embora negue a estratégia, Clésio Salvaro estaria construindo a sua reeleição com os mesmos índices que alcançou na última eleição: 73 por cento de votos. Para isso tem amarrado entendimentos com quase todos os partidos que lhe podem apresentar oposição. A viagem à São Paulo pode ser uma forma de entender o futuro do PSDB, que associado a sua estratégia no Sul pode credenciá-lo a disputar uma vaga na majoritária estadual em 2022.

MDB esvaziando

O MDB, que tem a maior militância em Criciúma vem sofrendo baixas signficiativas. Na última sexta-feira um dos quatro vereadores do partido, Antônio Manoel, o “Toninho da Imbralit”, confirmou que está só aguardando a “janela” de março do ano que vem para ingressar no PSD, que no sul é liderado pelo deputado estadual Júlio Garcia. A liderança do MDB, que era de Eduardo Moreira – mesmo à distância – ficou para o deputado Luiz Fernando Cardoso, Vampiro. Ele tem muita dificuldade e até forte rejeição dentro do partido na sua base.

Força do Júlio

Em Criciúma impressiona a onda Júlio Garcia. Ele tem dificuldades para atender tantos políticos da região que o procuram para entrar no PSD. Só na sexta-feira ele assegurou a migração de um vereador e de pelo menos três suplentes de outros partidos. Isso tem se repetido com freqüência, tanto que ele mantém um escritório em um dos shoppings da cidade só para tratar destas questões.

A migração

A saída de Toninho da Imbralit do MDB, idealizada na última sexta-feira ao acertar detalhes da sua ida para o PSD, abre a temporada de migração partidária, que pode mexer com quase metade da Câmara de Vereadores de Criciúma. Toninho só não anuncia oficialmente a mudança de partido para não correr o risco da perda de mandato. A janela que permite a troca ocorre apenas em março do ano que vem e dura 30 dias.

Outros dois

Há dois vereadores de Criciúma que devem trocar de partido porque foram “desconvidados” nos seus partidos. O vereador Júlio Kaminski só não saiu ainda do PSDB porque o partido não lhe entregou documento que permite sair sem correr o risco de perder o mandato de vereador. Outro que está na mesma situação é Zairo Casagrande, que foi “desconvidado” do PSD.

Especulações

Outros dois nomes que figuram na lista das especulações de possíveis “migrantes” de partido são: Tita Beloli (PMDB) e Miri Dagostin (PP), ambos tidos como futuros filiados ao PSDB. Diferente de Toninho, estes tratam do assunto com sigilo. Tanto Miri como Tita desconversam sobre o assunto considerando que “neste momento não há nada disso”.

De saída

Ex-vereador e membro histórico líder progressista (PP) Itamar da Silva deve deixar a presidência do partido em Criciúma. Inicialmente o anúncio oficial aos companheiros estava marcada para esta quarta-feira, mas terá que ser adiado. Será semana que vem. O mais provável é que o ex-deputado Jorge Boeira comande o partido.

Esvaziou

O PP é a sigla que mais sofre com esvaziamento em Criciúma. Desde a saída do ex-vereador e agora deputado federal pelo PSL, Daniel Freitas e do vereador Júlio Colombo, que foi para o PSB, o partido restringiu-se ao poderio eleitoral do vereador Miri Dagostin. Inclusive suplentes saíram, como Ângela Melo que foi para o MDB. Semana passada o ex-assessor de Boeira, Renata Valvassori filiou-se ao PSD.  Internamente Itamar é acusado de não fazer nada para estancar a evasão, nem reuniões.