A participação em grupos já foi uma questão de sobrevivência, basta estudarmos nossa evolução. Porém, a polarização – divisão da população em dois polos – quando utilizada na política conota disputa entre dois grupos e, o que é pior, sem diálogo.

Gostei sim da eleição de Joe Biden a presidência dos Estados Unidos. Não simpatizava com o jeito de Trump, embora reconheça que não foi tão mau presidente para os americanos. Mas o que eu comemoro mesmo é a eleição de Kamala Harris, atualmente senadora democrata pelo Estado da Califórnia, como a primeira mulher – que é de ascendência negra e indiana – eleita vice‐presidente dos EUA. Paralelo à eleição de Kamala, os americanos elegeram 24 senadoras e 11 deputadas, número ainda pequeno em relação à representação masculina, mas com expressivo crescimento. Aliás, em tempo, também foi eleita a primeira senadora trans, Sarah McBride.

Agora não me venham com esta relação absurda e nada didática de esquerda e direita. Analisemos juntos: nos EUA democratas e republicanos são, respectivamente, liberais e conservadores, mas todos são defensores do capitalismo, por exemplo. Como então relacionar com esquerda e direita no Brasil? Dentro dos partidos, lá e cá, existem diferentes correntes. As diferenças estão até nas cores. Nos EUA republicanos utilizam o vermelho e os democratas o azul. Aqui e em várias outras partes do mundo o vermelho é utilizado pela esquerda. Nós todos temos tendências mais à esquerda, mais radicais, de direita ou ultradireita, entre outros.

Nosso país tem uma história democrática curta. Nos EUA o regime é adotado desde o século XIX. “Somos tão jovens” disse Renato Russo em Tempo Perdido, música imortalizada pela Legião Urbana.

Antes de sairmos por aí rotulando as pessoas como de esquerda ou direita que tal buscarmos as informações corretas?

Nas redes sociais os radicalismos imperam. Cuidado! Não se deixem contaminar.