O Tribunal Superior Eleitoral registra 55% a menos de jovens aptos a votar nas eleições deste ano em comparação a 2016. Em Santa Cataria o eleitorado entre 16 e 17 anos, quando o voto é facultativo, é 12% do total de jovens nesta faixa etária. A pandemia e o consequente fechamento dos postos de atendimento presencial para a confecção do título de eleitor são apontados como os motivos desta redução.

Podemos pensar que esta redução possa ter relação também com o desinteresse dos jovens pela política. As pesquisas demonstram que os jovens estão mais interessados na área pública e na política, porém, a falta de representatividade e os inúmeros escândalos de corrupção envolvendo políticos têm gerado medos e insatisfações.

A educação formal, pouco contribui para a formação política dos jovens e para despertar o interesse deles e, aos pais, muitas vezes, falta o devido entendimento e discernimento para tratar do tema.

Aos jovens que buscam se informar sobre a política restam as redes sociais onde a radicalização e a polarização imperam e passam a falsa impressão de conhecimento e participação.

Outro fator que afasta os jovens da política é o próprio futuro e sobrevivência. Me refiro aos jovens pobres que estão mais preocupados em conseguir estudar e trabalhar para ter seu próprio dinheiro e, em muitos casos, ainda ajudar aos pais e irmãos.

As eleições deste ano são municipais. No dia 15 de novembro 5.205.931 eleitores catarinenses estão aptos a votar para eleger prefeitos e vereadores nos 295 municípios. Que no momento do voto pensemos nestes jovens, em seus anseios e nas necessidades das futuras gerações, lembrando que é nos municípios que vivem as pessoas.