Os bastidores da crise no PDT catarinense; Paulinha nega que sairá do partido; A estranha notificação do PSL a deputados estaduais; MDB de chapa pura em Joinville; Justiça manda vereador da capital retirar postagem na internet entre outros destaques
A reunião realizada ontem pela executiva estadual do PDT foi uma das mais tensas já realizadas, me relatou uma fonte do partido. O objetivo era de discutir com a deputada estadual, Ana Paula da Silva, a Paulinha (PDT), a sua condição de líder do governo de Carlos Moisés da Silva (PSL). Conforme adiantado pelo SCemPauta, os trabalhistas não aceitam a aproximação.
Paulinha saiu da sessão na Assembleia Legislativa direto para o encontro com o seu partido. Lá chegando, ouviu os questionamentos e falou expondo os motivos de ter aceitado o cargo de líder. Também foi sugerido por ela, que todos os presidentes municipais fossem ouvidos. Um assessor relatou que Paulinha saiu logo após a fala, para não constranger os seus colegas de partido, no momento da decisão sobre a determinação do PDT a respeito do caso. “O Manoel (Dias) havia nomeado novos dirigentes, ao arrepio da última convenção, pra ter os votos que ele queria”, relatou a fonte.
Outro ponto do encontro até então não revelado, mas que segundo a fonte aconteceu, foi o questionamento sobre contrapartida. “Perguntaram para a deputada se ela seria líder sem negociar nada, no caso, cargos”, disse.
Depois da tensa reunião, Paulinha se dirigiu para encontros com pré-candidatos às eleições deste ano e para um compromisso no Tribunal de Justiça. Soube do ultimato do partido através dos grupos de WhatsApp, onde leu a nota oficial em que recebia o ultimato, inclusive com a ameaça de ser acusada de infidelidade partidária se não deixasse a liderança.
Era por volta das 19h quando a nota começou a circular, foi quando a deputada se reuniu com lideranças próximas a ela para analisar a situação. Próximo das 22h, enviou uma nota à imprensa divulgada em primeira mão pelo SCemPauta, onde faz duras críticas ao seu partido e deixa claro que permanecerá na liderança do governo na Assembleia Legislativa.
Conversei rapidamente com a deputada agora de manhã. Ela ligará para o governador à tarde para tranquilizá-lo em relação ao ultimato do PDT. “O deixarei tranquilo, para que ele não se preocupe com qualquer problema em relação a isso”, disse Paulinha.
Quanto a uma mudança de partido, Paulinha foi categórica ao afirmar que o PDT é a sua casa e que não tem intenção de sair. Se disse muito tranquila em relação a ameaça do partido de entrar com um processo contra ela e, desafiou dizendo: “Onde eles vão arrumar no estatuto partidário, algo que me incrimine? Eu não fiz nada de errado, eu conheço o estatuto. Eles não estão falando com uma criança, são mais de 20 anos de filiação e estou muito tranquila. Eu vou ficar no PDT”, disse.
Mobilização dos professores
Conforme noticiado pelo SCemPauta ontem em primeira mão, os professores da rede estadual devem entrar em greve no máximo, no próximo dia 18, caso o Governo do Estado não atenda as pautas da categoria. Na sexta-feira o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) deve enfrentar uma manifestação de professores e alunos em Chapecó. Ele estará na cidade para assinar o convênio entre o Estado e o Município, que viabilizará a ligação da SC-283 com a BR-282. Os educadores estão se organizando para uma manifestação no local do ato.
Notificação estranha
No mínimo estranho os argumentos usados pela executiva estadual do PSL, na notificação extrajudicial enviada a quatro deputados do partido na Assembleia Legislativa, no caso, Ana Caroline Campagnolo, Jessé Lopes, Felipe Estevão e Sargento Lima. O partido se apega a votações, críticas e até mesmo a cobranças feitas pelos parlamentares ao governador Carlos Moisés da Silva (PSL). Uma das questões levantadas é o posicionamento favorável ao impeachment de Moisés, entre outros. A pergunta que fica é: quer dizer que um deputado não pode ter a liberdade de se manifestar como bem entender?
Risível
A notificação da executiva estadual do PSL entregue ao deputado estadual Sargento Lima (PSL), vai além nos argumentos, no mínimo, excêntricos. Fala de uma crítica feita pelo parlamentar ao governo atual e aos anteriores de olharem para Joinville apenas como município arrecadador. Além disso, uma cobrança feita ao governador Carlos Moisés da Silva (PSL) de repasse de recurso previsto em convênio ao Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville e, por fim, um outdoor em que Lima e seu colega de parlamento, Kennedy Nunes (PSD), pedem ações ao município. Ainda estou tentando entender o que tem de crime nesses atos.
Sobrou para a família Bolsonaro
Na notificação a direção do PSL estadual, acusa a família Bolsonaro de ter dado início aos desentendimentos dentro do partido, levando os deputados Ana Caroline Campagnolo, Jessé Lopes, Felipe Estevão e Sargento Lima e até mesmo a vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido), a decidirem acompanhar o presidente da República, Jair Bolsonaro ao partido que ele for. Além disso, acusa os parlamentares de tentarem enfraquecer o PSL antes de migrarem para a Aliança pelo Brasil.
Chapa pura em Joinville
Uma liderança ligada ao prefeito de Joinville, Udo Döhler (MDB), me disse que não está descartada a possibilidade de que o partido vá de chapa pura na eleição. Para isso teriam alguns nomes para vice de Fernando Krelling (MDB), a exemplo dos vereadores Richard Harrison e Cláudio Aragão, ambos ligados a Zona Sul da cidade, além da ex-vereadora e ex-secretária de Estado da Saúde, Tânia Eberhardt, filiada ao Cidadania, e Simone Schramm, que presidiu o partido em Joinville e ocupou a Secretaria de Estado da Educação. Já pessoas ligadas a Krelling acham muito difícil um projeto em chapa pura. O que irá predominar?
Buscou o PSD
O deputado estadual Fernando Krelling (MDB), teria feito uma consulta ao presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia (PSD), sobre a possibilidade de apoio dos pessedistas a ele. Não foi revelada a resposta, mas o fato é que o deputado federal, Darci de Mattos, que tem liderado as pesquisas terá a preferência do PSD para disputar. Quanto ao PSL, como a delegada regional, Tânia Harada, declinou do convite, é provável que emedebistas e pesselistas não estejam juntos, já que não há uma aceitação pelo nome de Derian Campos. No MDB o entendimento é de que o atual secretário de Estado da Articulação Internacional não agrega e, que é um adversário do partido, já que vive fazendo críticas ao prefeito Udo Döhler (MDB). Até foi feita uma tentativa com o secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba, para que Derian parasse com os ataques, mas não surtiu efeito.
Buligon é criticado
Lideranças do Democratas criticam fortemente o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon (PSL), por ter trocado de partido. Um demista chegou a me dizer: “Ele deve ter tido uma conversa inspiradora com o governador”, ironizou.
Justiça manda retirar postagem
O desembargar Saul Steil, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, decidiu pela retirada de postagens do vereador Afrânio Boppré (PSOL), que apontam, segundo ele, informações caluniosas em relação ao prefeito Gean Loureiro (DEM) no processo do Parque Marina Beira-Mar Norte. “O que não se admite é que na discussão de um parecer técnico de qualquer dos ilustrados Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, sejam mencionadas palavras não inseridas as quais sem sombra de dúvida levam a qualquer leitor a imaginar da existência de qualquer fraude ou falcatruas, como sinônimo de maracutaia o que atenta contra a imagem de qualquer pessoa e com muito mais evidência, da pessoa de um político”, diz a decisão. O desembargar ordenou a retirada em até cinco dias sob pena de multa diária, das postagens do vereador que acusam de “maracutaia” o processo da Marina.
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