Afif chegou a dar esperanças, mas derrapou na curva de um debate.
Acesse o nosso Canal no WhatsApp!
Criamos um canal oficial no WhatsApp — e você já pode fazer parte!

Mais agilidade, mais bastidores, mais DENÚNCIAS direto no seu celular.
Sem grupos, sem conversas, só informação exclusiva, com a credibilidade do SCemPauta.
Acesse e siga agora:
https://whatsapp.com/channel/0029Vb6oYQTEgGfKVzALc53t
E NÃO ESQUEÇA DE ATIVAR O SININHO PARA RECEBER TUDO EM TEMPO REAL!

Na eleição presidencial de 1989, a seção catarinense do PFL, presidida pelo então Senador Jorge Bornhausen, preferiu não apoiar o candidato oficial do partido Aureliano Chaves. As convicções do ex-Vice-Presidente, fortemente estatizantes, e sua reduzida popularidade, desaconselhavam o suporte político dos liberais catarinenses, que, já naquele ano, anteviam a candidatura a Governador do Prefeito de Blumenau Vilson Kleinubing.
A sobrecarga ideológica e eleitoral de Aureliano muito provavelmente atrapalharia as animadoras perspectivas do PFL de vencer a eleição estadual.
Depois de algumas análises e consultas, o escolhido para receber os votos da dissidência estadual do partido foi o empresário e Deputado Federal Guilherme Afif Domingos – que teve uma boa largada, mas tropeçou nas redes de um debate na TV e perdeu as chances de chegar ao segundo turno da eleição.
O desabamento de uma candidatura.

O candidato preferido dos pefelistas catarinenses, Afif Domingos, começou com números modestos nas pesquisas de opinião, mas, à certa altura, ainda na primeira metade da campanha, galgou algumas posições de modo a parecer que sua presença no segundo turno da eleição poderia se viabilizar. Ele teve um desempenho satisfatório nos programas eleitorais da TV, até o momento em que seus sonhos se desvaneceram.
O episódio aconteceu em um debate na TV Bandeirantes, no dia 5 de novembro de 1989 (cerca de mês e meio antes da eleição, portanto) que teve a jornalista Marília Gabriela como mediadora. Neste evento Afif e Mário Covas se envolveram em um bate-boca cerrado.
Afif criticava a baixa produtividade e inoperância do setor público, quando seu oponente pediu um aparte e o questionou: “O senhor fala tanto em produtividade, mas como quer cobrar isso do País se, como deputado, o senhor não comparece às sessões e às comissões da Câmara?”
Afif tentou sair das cordas, justificando que, como empresário atuante, tinha de dividir seu tempo entre a vida pública e seus compromissos privados. Neste momento, Covas, então Senador, o interrompeu e bateu forte: “O senhor fala em eficiência, mas na Câmara faltou a mais da metade das reuniões. Como pode falar em administrar o Brasil se nem cumpre suas obrigações como parlamentar?”
O final dessa história.

A derrapada teve efeito decisivo: Afif, que já não estava entre os primeiros colocados nas pesquisas, estacionou de vez. Terminou em sexto lugar, com 4, 84% dos votos.
Este fato empurrou grande parte dos líderes e também dos eleitores do PFL-SC para a candidatura do jovem alagoano Fernando Collor que, ao longo da campanha, passou, cada vez mais, a se destacar como a principal alternativa aos dois fortes candidatos da esquerda, Leonel Brizola e Lula.

Na estrada da política, sempre há encruzilhadas.

O PFL catarinense acabou, portanto, apoiando o candidato certo, no sentido de que ele foi o vitorioso, mas, o Presidente errado. Nossos votos foram dados ao vencedor, mas não ao melhor Presidente possível na ocasião.
Talvez, o suporte de um PFL unido, somando-se, como veio a acontecer mais tarde, com o PSDB, poderia ter alavancado Mário Covas ao 2º turno da eleição. E o Brasil teria obtido um Presidente melhor do que veio a ter. Na política, por vezes, para perceber qual é, exatamente, o melhor caminho, é preciso, alguma ajuda sobrenatural.
Próxima coluna.
Um retrato da personalidade de Fernando Collor. E a queda do Presidente.



