Epilepsia infantil como identificar?
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A identificação de epilepsia em crianças exige uma abordagem clínica detalhada, baseada principalmente em história clínica minuciosa, exame físico e, quando indicado, exames complementares. O diagnóstico é clínico e fundamentado na observação de episódios paroxísticos estereotipados, de início e término súbitos, geralmente não provocados, com sintomas pré-ictais e pós-ictais característicos, como sonolência, confusão, afasia ou amnésia após o evento. É fundamental diferenciar crises epilépticas de eventos não epilépticos, como síncope (desmaio), distúrbios do sono ou comportamentos paroxísticos (crises de ansiedade e pânico), pois a maioria dos episódios paroxísticos em crianças não é epilepsia.
O que é importante?
A história deve incluir detalhes sobre o início, duração, características motoras e não motoras (por exemplo, aura, alterações sensoriais, sintomas psíquicos), fatores precipitantes, recorrência e contexto dos eventos. O relato de testemunhas, especialmente dos pais, é essencial, e registros em vídeo podem ser extremamente úteis para análise dos episódios. Em crianças pequenas ou não verbais, comportamentos pós-crise, como choro ou confusão, podem ser pistas importantes.
O exame físico deve buscar déficits neurológicos, sinais de síndromes neurocutâneas, malformações, atraso do desenvolvimento ou regressão, que podem sugerir causas estruturais ou genéticas.
Além do exame físico, precisa de algum outro exame?
O eletroencefalograma (EEG) é indicado para confirmar a natureza epiléptica dos eventos e auxiliar na classificação do tipo de crise e síndrome epiléptica, mas um EEG normal não exclui a epilepsia se a história for convincente. Em casos de alta suspeição, EEG durante o sono aumenta a sensibilidade diagnóstica.
Qual a definição de epilepsia?
A definição internacional, segundo a International League Against Epilepsy (ILAE), considera epilepsia quando há pelo menos duas crises não provocadas ou reflexas, separadas por mais de 24 horas, ou uma crise não provocada com risco de recorrência superior a 60% nos próximos dez anos. Eventos agudos sintomáticos, como crises febris simples, não configuram epilepsia, mas crises febris prolongadas ou complexas podem indicar síndromes genéticas, como Dravet.
Quais os principais tipos?
Os principais tipos e síndromes de epilepsia em crianças são classificados pela International League Against Epilepsy (ILAE) em três grandes grupos: epilepsias focais autolimitadas, epilepsias generalizadas genéticas e encefalopatias epilépticas e/ou do desenvolvimento.
Epilepsias focais autolimitadas incluem a epilepsia autolimitada com pontas centrotemporais (anteriormente chamada de epilepsia benigna da infância com pontas centrotemporais), caracterizada por crises focais motoras, geralmente durante o sono, com EEG típico. O prognóstico é excelente, com remissão espontânea na adolescência e, frequentemente, sem necessidade de tratamento.
Epilepsias generalizadas genéticas englobam a epilepsia de ausência infantil (crises de ausência breves, EEG com descargas generalizadas de ponta-onda a 3 Hz), epilepsia mioclônica juvenil (crises mioclônicas matinais, frequentemente associadas a crises tônico-clônicas generalizadas), e epilepsia com mioclonias das pálpebras. O tratamento de primeira linha para ausência infantil é a etossuximida ou ácido valproico, enquanto a mioclônica juvenil responde melhor ao ácido valproico. O prognóstico é geralmente favorável, mas pode haver recorrência na vida adulta.
Encefalopatias epilépticas e/ou do desenvolvimento incluem síndromes como síndrome de West (espasmos infantis, EEG com hipsarritmia), síndrome de Lennox-Gastaut (crises múltiplas, atraso cognitivo, EEG com ponta-onda lenta), síndrome de Dravet (crises febris prolongadas, múltiplos tipos de crises, resistência a fármacos), e síndrome de Landau-Kleffner (regressão da linguagem, EEG com atividade epileptiforme durante o sono). Essas síndromes têm prognóstico reservado, frequentemente com impacto significativo no desenvolvimento neuropsicomotor e alta refratariedade ao tratamento. O manejo pode incluir corticoides, vigabatrina, dieta cetogênica e, em casos selecionados, terapias cirúrgicas.
A identificação precisa da síndrome tem implicações diretas no prognóstico e na escolha do tratamento, sendo fundamental para o manejo personalizado da epilepsia pediátrica.
Portanto, a identificação de epilepsia em crianças depende de uma avaliação clínica rigorosa, complementada por exames como EEG e neuroimagem quando necessário, sempre considerando a possibilidade de síndromes epilépticas específicas e causas subjacentes.
Dr. Gabriel De Lellis Neto | Neuropediatra
Neurologista Infantil
CRM SC 37225 RQE 25449
CRM RS 45382 RQE 44286
📍Hospital Cmt. Lara Ribas



