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A nova pesquisa do Instituto Neokemp, divulgada hoje, confirma a liderança do governador Jorginho Mello (PL) na corrida pelo Governo do Estado em 2026, mas apresenta um quadro mais complexo do que a vantagem numérica sugere. Embora continue favorito, o governador enfrenta desafios importantes: rejeição elevada, avaliação de governo que não corresponde ao índice de 80% citado por ele em entrevistas, um adversário com grande potencial de crescimento e um contingente expressivo de indecisos que pode redefinir a disputa.

No principal cenário testado, que inclui Décio Lima (PT), Jorginho aparece com 39,5% das intenções de voto, oscilando levemente para baixo em relação aos 41,8% registrados no levantamento de outubro. João Rodrigues (PSD) mantém estabilidade, com 19,2%, enquanto Décio cai de 16,1% para 13,2%, um recuo mais acentuado. A presença de Adriano Silva (Novo), com 8,7%, reorganiza uma fatia específica do eleitorado, principalmente de perfil liberal e urbano, afetando sobretudo a oposição tradicional.

No cenário sem Décio Lima, Jorginho cresce para 42,6%, mas novamente sem avanço estrutural, já que a oscilação está dentro da margem de erro. João Rodrigues permanece competitivo, com 22,6%, praticamente repetindo o desempenho anterior. A saída do petista do cenário provoca uma combinação de fatores: enfraquece ainda mais o campo progressista, mantém Fabiano da Luz (PT) em patamar reduzido e faz crescer de forma significativa os votos brancos, nulos e os indecisos, que chegam a 14,7%. A queda de Afrânio Boppré (PSOL), de 6,2% para 4,5%, e de Marcos Vieira (PSDB), de 2,1% para 1,7%, confirma a falta de identificação do eleitor com esses nomes mais alternativos.

As diferenças entre os cenários mostram que a entrada e a saída de candidatos produzem efeitos distintos, mas nenhum alterou a dianteira de Jorginho Mello. Com Décio Lima na disputa, o eleitorado progressista mantém algum grau de estrutura, embora em queda. Sem o petista, abre-se um vazio ainda maior à esquerda, que não é preenchido por Fabiano da Luz ou por outras candidaturas. A presença de Adriano Silva impede que João Rodrigues avance sobre segmentos liberais ou de classe média que poderiam fortalecer o prefeito de Chapecó. Não fosse a entrada de Silva no cenário, Rodrigues possivelmente teria avançado, reduzindo a diferença para Jorginho.

Rejeição

O ponto que mais chama a atenção, entretanto, está na rejeição. Embora Afrânio Boppré (PSOL) continue como o mais rejeitado, com 22,6%, Jorginho aparece logo atrás, com 21,8%, índice elevado para um governador que busca reeleição. Em contraste, João Rodrigues surge com apenas 5,5% de rejeição — a menor entre os candidatos competitivos — o que lhe confere maior teto eleitoral e melhor potencial de crescimento ao longo da campanha. A baixa rejeição também o favorece em debates, no corpo a corpo e na disputa por indecisos, que tradicionalmente migram para nomes com menor resistência pública.

Outro ponto sensível é a avaliação do governo. Segundo a Neokemp, 61,1% dos catarinenses aprovam a gestão de Jorginho, enquanto 29,7% desaprovam. Trata-se de um resultado positivo, mas muito distante do índice de 80% mencionado pelo governador em entrevistas recentes. Ou o dado divulgado por ele não correspondia à realidade ou houve uma queda abrupta de quase 20 pontos percentuais, algo que não aparece em nenhuma outra série histórica. Na prática, a aprovação está longe de ser um escudo, e isso abre espaço para a oposição trabalhar narrativas mais críticas ao desempenho do governo.

Indecisos

A pesquisa também expõe um recorte que deve ser acompanhado com atenção: o percentual elevado de indecisos. Esse grupo representa um problema específico para o governador Jorginho Mello. Trata-se de um eleitor que, na maior parte das vezes, não deseja a simples manutenção do que está posto hoje, mas também não se identifica — pelo menos por enquanto — com as alternativas oferecidas pela oposição. É um público que precisará ser conquistado durante a campanha, e que pode migrar para candidatos com menor rejeição ou melhor desempenho em debates. É justamente nesse universo que João Rodrigues tem uma vantagem competitiva: sua baixa rejeição e sua capacidade de dialogar com diferentes regiões e perfis do eleitorado lhe garantem maior margem para crescer.

O quadro geral da pesquisa mostra que Jorginho Mello segue como favorito, mas não está blindado. Sua liderança é sólida, porém acompanhada de sinais claros de desgaste, concorrência com potencial de expansão e um ambiente eleitoral em que boa parte do eleitorado ainda não se decidiu. A disputa de 2026 começa com um protagonista evidente, mas também com um alerta: há espaço para movimentações importantes, especialmente entre os candidatos que conseguirem compreender e conquistar o eleitor que hoje observa, mas ainda não escolheu um lado.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Neokemp, contratada pela Gazeta do Povo. Foram entrevistadas 1.008 pessoas em 90 cidades, entre os dias 10 e 11 deste mês. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.