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Com a entrada de Carlos Bolsonaro no jogo político catarinense, Esperidião Amin enfrenta um impasse estratégico: manter-se ao lado do governador Jorginho Mello e o 02, ou apostar numa dobradinha com Carol De Toni em outra chapa.

Desde que Carlos Bolsonaro (PL) decidiu se “aventurar” em Santa Catarina e, de forma soberana, anunciou sua candidatura pelo Estado, por imposição e força do nome, é a primeira vez que a disputa por uma vaga ao Senado assume o protagonismo do pré-eleitoral e ultrapassa as divisas catarinenses. O filho 02 resolveu entrar em cena, derrubar o tabuleiro de Jorginho Mello (PL) e colocar as peças do mesmo lado para se confrontarem. O resultado é um empurra-empurra generalizado entre governador, senadores, deputados federais e estaduais. É a força do nome Bolsonaro, fazendo a direita catarinense dançar conforme a música que Carlos trouxe do Rio de Janeiro.

Enquanto o filho 02 não resolver arredar o pé à procura de outro Estado que o acolha, é fato consumado a saída de Carol De Toni do PL. Quanto ao senador Esperidião Amin (PP), fica o dilema: fazer dobradinha com quem?

1 Com Carlos Bolsonaro
A última pesquisa da Neokamp mostrou que a candidatura do filho de Bolsonaro por Santa Catarina enfrenta rejeição de cerca de quase 40% dos eleitores. E, para piorar, os outros 60% não necessariamente estão a favor, e se pulverizam entre os demais candidatos.

Nas redes sociais, em levantamentos promovidos por grandes portais de notícias, o índice de rejeição ultrapassa os 70%. Em comparação com as primeiras sondagens, que, à época, apontavam o vereador carioca como favorito, hoje o quadro é claro: a provável candidatura do filho 02 está em queda livre, inclusive já foi ultrapassado por De Toni na pesquisa recente.

Nesse cenário, a dobradinha com o filho do capitão representa um risco elevado para o senador Esperidião Amin, cuja carreira política encontra-se em franco declínio. A soma de sua imagem desgastada com a alta rejeição de Carlos Bolsonaro pode colocar a perder duas candidaturas e até abrir espaço para a esquerda.

2 Com De Toni
A única chance real de Esperidião Amin conquistar a segunda vaga ao Senado é reenergizar sua imagem ao lado de Carol De Toni, figura em franca ascensão na política catarinense. Ao que tudo indica, ao lado de Ana Campagnolo (PL), tende a sair do próximo pleito maior que o próprio bolsonarismo, num movimento já conhecido como o efeito da criatura superando o criador.

De Toni está em negociação com outros partidos, podendo desembarcar do PL a qualquer momento. Sua candidatura não será, por óbvio, pela chapa do governador, a menos que Carlos aborte a missão de se “aventurar” em Santa Catarina.

Para fazer dobradinha com a atual deputada, Amin deveria, automaticamente, soltar a mão de Jorginho Mello. Possível? Sim. E, para desespero da Agronômica, João Rodrigues (PSD) anseia por isso.

A decisão que pode definir 2026
A decisão de Esperidião Amin é um fator-chave para sua própria eleição e pode, inclusive, ser o fiel da balança na escolha do próximo governador de Santa Catarina.