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Terra

Meu amigo Rony Baumgarten.

Em 1989, o Presidente da Associação Comercial e Industrial de Blumenau, Ronaldo Baumgarten, solicitou que a Prefeitura incluísse na agenda de Roberto Marinho – que estava sendo planejada para outubro – uma conversa do dono da Globo com empresários blumenauenses. Fiz um grande esforço para que isso acontecesse. “Rony” era um empresário sério, ético, muito bem-informado em termos econômicos, políticos e sociais, com expressiva liderança na classe empresarial da cidade – embora sua empresa, na época, não fosse uma das maiores. E era um bom amigo.

Nós tínhamos o hábito de papear sobre a situação política da cidade, de Santa Catarina e do País, duas ou três vezes por mês. Nossa conversa ocorria na casa da rua São Paulo, de onde ele comandava sua empresa.

Esse costume continuou indo bem além da passagem dele na Presidência da ACIB, que começou justo naquele ano de 1989 e foi até 1993 quando passou o cargo para Hans Martin Meyer, outra figura exemplar do empresariado de Blumenau.

No encontro, perguntas afiadas. 

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Com nossa garantia de que suas opiniões seriam mantidas em sigilo, Marinho reuniu-se com os empresários. Não havia, contudo, limitações em relação aos temas abordados ou a questionamentos a serem feitas ao convidado. E, como era de se esperar, lhe foram dirigidas diversas perguntas sobre as eleições presidenciais daquele ano e, também, sobre os possíveis rumos da economia e da política do País. O pessoal da casa estava animado com a possibilidade de interrogar o visitante. Afinal, quem estava ali era um dos mais bem sucedidos empresários daquela época. E, por suposto, uma das pessoas mais bem informadas do País.  

O reservado encontro teve como locação a residência de Rony Baumgarten. Estavam lá um grupo dos mais importantes empresários de Blumenau, o Prefeito Vilson Kleinubing e eu.

Na área política, houve, entre muitas outras, três perguntas que resumiam a curiosidade dos nossos empresários e das quais guardei nítida lembrança.

1.      Qual era a posição política da Globo em relação à eleição presidencial daquele ano.

2.      Marinho achava que Silvio Santos, naquele momento ainda fortemente cogitado para uma candidatura, tinha chance de ser eleito Presidente?

3.      Roberto Marinho vai votar em Fernando Collor?

O que Marinho disse sobre alguma possível parcialidade da Globo. 

FreePik

Quanto a essa primeira indagação, sua resposta foi quase uma declaração de praxe, mas perfeitamente compreensível. Falou que a Globo, na defesa do vasto patrimônio representado por sua multidão de telespectadores, composta de todos os matizes políticos e ideológicos, e pelo conjunto de seus anunciantes, igualmente um grupo politicamente heterogêneo, pautava seu jornalismo por normas de isenção e equilíbrio. Qualquer parcialidade em relação a uma disputa eleitoral dessa importância, tinha grande chance de se tornar um mau negócio. 

Isso era a linha geral. A colocação em prática dessas orientações estava a cargo do Departamento de Jornalismo, e, salvo algum acontecimento muito fora do comum, a direção da empresa não interferia no seu trabalho.

Próxima coluna.

Silvio Santos poderia ser Presidente? O que respondeu Roberto Marinho. E um extraordinário (e pouco conhecido) arranca-rabo dentro do Departamento de Jornalismo da Globo.