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Colaboradores da CTA anunciaram greve. Segundo relatos, os caminhões da empresa de coleta de lixo urbano, terceirizada da SEMASA, estão inoperantes por falta de manutenção. Em entrevista à Rádio Clube de Lages, um dos motoristas da empresa revelou que os veículos não têm condições mínimas de rodagem.

Ontem (27/10), um motorista de caminhão compactador sofreu um acidente. O veículo estava sem freios. A situação já vinha sendo considerada insustentável pelos trabalhadores, e o acidente acabou servindo de estopim para o início da greve anunciada à imprensa. Em solidariedade ao colega, os demais motoristas decidiram paralisar a coleta de lixo até que a CTA ou a SEMASA adotem alguma providência.

A SEMASA é uma autarquia do município. Ela tem o direito de terceirizar serviços, mas não pode terceirizar sua responsabilidade. Uma vez optado pela terceirização, cabe ao município, ao menos, e por dever, o exercício permanente da fiscalização. Quando o gestor de contrato não monitora e o Executivo não age, acontece o que está diante dos nossos olhos: a cidade na dependência de um serviço prestado por um amontoado de sucatas jogadas num pátio, sobrevivendo à base de remendos.

Suspeita de negligência por parte da SEMASA
O vice-prefeito, Jair Júnior, ficou alguns meses no cargo de diretor-presidente da SEMASA. Durante esse período, ele diz ter advertido e notificado duas vezes a CTA por descumprimento de dispositivos contratuais. Jair tinha conhecimento da precariedade do serviço prestado pela empresa, tanto que estava se preparando para efetivar a rescisão do contrato.

Em vídeo publicado nas suas redes sociais, o vice-prefeito disse:

“(…) Os caminhões estão quebrados e sem condições de uso. O contrato da empresa com a SEMASA prevê nove caminhões, mas, segundo relatos, há meses apenas cinco estão rodando.
Quando estive à frente da SEMASA, acompanhávamos diariamente o trajeto dos caminhões. Acompanhávamos por GPS, e os fiscais acompanhavam diretamente nas ruas, para evitar que situações como essa acontecessem. Vou enviar um ofício para a SEMASA. Quero saber se o serviço estava sendo monitorado e se existe algum plano emergencial, caso a empresa não consiga continuar prestando o serviço.”

Sobre a nota da prefeitura

Sem dizer absolutamente nada com coisa alguma, a prefeitura emitiu uma nota. Segundo o texto, providências estão sendo tomadas. A prefeita Carmen Zanotto reuniu todo o colegiado para encontrar uma solução emergencial. No entanto, a diretora-presidente da SEMASA, Ana Paula Granzotto, afirmou, na mesma nota: “temos um plano alternativo para executar, caso a empresa não volte a operar, mas esperamos que a empresa cumpra o seu contrato até o final”

Ainda segunda a nota, os ficais da SEMASA emitiram vários notificações à empresa por irregularidades. E mesmo assim, ao que parece, a decisão foi de manter a empresa operando em condições mínimas, acarretando mais problemas ao município.