Acesse o nosso Canal no WhatsApp!

Criamos um canal oficial no WhatsApp — e você já pode fazer parte!

Mais agilidade, mais bastidores, mais DENÚNCIAS direto no seu celular.

Sem grupos, sem conversas, só informação exclusiva, com a credibilidade do SCemPauta.

Acesse e siga agora:

https://whatsapp.com/channel/0029Vb6oYQTEgGfKVzALc53t

E NÃO ESQUEÇA DE ATIVAR O SININHO PARA RECEBER TUDO EM TEMPO REAL!

O vice-prefeito Jair Júnior resolveu aparecer e falar; jogou uma bomba nas mãos da prefeita Carmen Zanotto e fez um strike na Secretaria de Obras e na SEMASA ao produzir um vídeo com apontamentos sobre a obra de recapeamento da Av. Carahá. Logo em seguida, foi acusado de produzir fake news e teve situações judiciais relembradas, numa tentativa de invalidação de sua fala.

(No exercício responsável do jornalismo, não cabe misturar assuntos sem conexões e nem discutir autos de um processo sem conhecê-los. Tampouco faz sentido questionar a legitimidade da permanência de Jair Júnior no cargo de vice-prefeito, quando a própria Justiça declarou nulos todos os atos do processo de impeachment.)

Vice-prefeito de Lages, Jair Júnior. Foto: reprodução.

Jair Júnior enviou ofícios à Secretaria de Obras e à SEMASA com o seguinte questionamento:

— Jair: houve algum estudo técnico comprovando que alguns trechos não precisam substituir as tubulações?
— Uma página de notícias o rebateu com a seguinte desinformação:
“…os trechos iniciados pelo município correspondem justamente às áreas onde não haverá substituição de redes…”

De acordo com informações obtidas pelo SC em Pauta, não há registros comprovando a realização de um estudo técnico aprofundado sobre as condições das redes de água e esgoto na Avenida Carahá, cujas estruturas de distribuição datam de 1972. Contudo, apenas pelo fator tempo, as normas técnicas já exigem a substituição imediata das tubulações.

Além disso, o SC em Pauta teve acesso exclusivo aos mapas de distribuição de água e da rede coletora de esgoto do município de Lages, comprovando que 100% da Avenida Belisário Ramos possui tubulações de água e esgoto, passando de forma linear embaixo da via. Por esse motivo, toda a sua extensão necessita da substituição das redes antes da execução da pavimentação asfáltica.

Mapa da rede de água do município. Foto: reprodução.

— Outra desinformação da página de notícias:
“…novas redes serão instaladas nas CALÇADAS.”

A Av. Carahá possui uma rede complexa de distribuição de água, cujo tubo principal tem 300 milímetros de diâmetro, além de uma tubulação de esgoto ainda maior. Diante dessas dimensões e da densidade da infraestrutura existente, é impossível acomodar essas tubulações sob as calçadas, tanto por questões de espaço físico quanto por incompatibilidade com as normas técnicas. Dessa forma, a informação sobre instalar redes de água e esgoto embaixo das calçadas é sem fundamento.

Mapa da rede de esgoto do município. Foto: reprodução.

52% da água do SEMASA desperdiçada é alerta de substituição

A perda de mais da metade da água distribuída pela SEMASA por falta de manutenção é um dado alarmante. Esse índice reforça a necessidade de substituição da rede ou, no mínimo, a realização de uma pesquisa de vazamentos, visando obter um diagnóstico preciso da via e permitir a elaboração de um plano de trabalho técnico e eficiente.

Gastar milhões em pavimentação asfáltica e recortá-la em seguida para reparar vazamentos é uma prática recorrente em Lages, com subsídios técnicos suficientes para justificar a preocupação com a obra da Av. Carahá. Para se ter uma ideia do que pode acontecer, no início de 2025, após a conclusão de uma obra em uma rua do bairro Popular, no dia seguinte a SEMASA precisou recortar o asfalto recém-feito ao identificar um vazamento, provavelmente causado pela não substituição da rede. Isso acontece porque a trepidação e o peso do rolo compressor, utilizado para compactar o asfalto, exercem pressão sobre as tubulações antigas, já fragilizadas pela ação do tempo.

A realocação dos recursos da Carahá foi um erro

Quanto aos R$ 27 milhões previstos para a revitalização da Av. Carahá, Jair Júnior se equivocou. Esse valor foi transformado em apenas R$ 4 milhões, destinados a um simples recapeamento asfáltico. A prefeita optou por realocar os recursos de uma obra estruturante para intervenções de menor impacto, e o resultado está sendo a execução de um serviço comum em uma via de fluxo intenso, com tendência natural de se revelar paliativo com o passar do tempo.