Os bastidores da crise no Detran; Jorginho descarta de Toni; Liderança critica o silêncio da esquerda na Alesc – E outros destaques
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Rachadinha, relação extraconjugal, assédio sexual e moral e sumiço de veículos apreendidos são o enredo de uma crise sem precedentes no Detran de Santa Catarina. Desde que a coluna e o programa SCemPauta no Ar noticiaram os primeiros fatos, na sexta-feira passada, surgiram novos relatos de supostas irregularidades.
O caso das rachadinhas segue sob apuração. Pelo menos três pessoas estariam diretamente envolvidas no esquema, sendo uma delas com fortes ligações com o primeiro escalão do Governo do Estado. Há ainda um suposto beneficiado com influência na Assembleia Legislativa, onde o esquema teria sido levado para o gabinete de um deputado estadual. Não há informações que indiquem a participação do parlamentar, mas fontes asseguram que o esquema existe e está em funcionamento. Segundo apurações, a cobrança seria feita como forma de retribuição por indicações para cargos públicos.
Outro ponto que chama muito a atenção é quanto aos inúmeros relatos de assédio sexual contra servidoras no Detran. Uma servidora relatou que as principais vítimas eram “meninas terceirizadas”, que chegaram a relatar a colegas as pressões que sofriam. A informação é que não levaram adiante as denúncias contra os supostos agressores por medo de perder o emprego. “Se disser que eu falei, eu vou negar”, disse uma funcionária a uma servidora de carreira. Outra chegou a afirmar que “passaram a mão” em suas partes íntimas, entre outros casos. Um caso extraconjugal entre um ocupante de cargo de chefia e uma servidora casada também ajudou a aumentar ainda mais a promiscuidade recorrente de parte de alguns integrantes do órgão.
Outra grave denúncia é quanto ao sumiço de veículos dos pátios credenciados pelo Detran e pelos municípios. Em Joinville, Itajaí e São José sumiram veículos em bom estado, que poderiam rodar normalmente. O detalhe é que são de marcas caras, como BMW, Mercedes e Volvo, entre outros, que simplesmente desapareceram. Contando esses três municípios e mais alguns outros, são pelo menos 200 veículos retirados. Fontes relatam que alguns estariam rodando em outros estados, enquanto outros teriam sido desmanchados para terem as peças vendidas.
Uma fonte contou à coluna que, na Operação Limpa Pátio, alguns integrantes do Detran — inclusive um dos suspeitos de operar o esquema de rachadinha — tentaram colocar os veículos sumidos na lista dos carros que seriam amassados. Dessa forma, relatou a fonte, seria criada uma legalidade para o sumiço. Vale destacar que somente os carros considerados “ferrosos”, ou seja, sem condições de circulação, podem passar pelo processo de amassamento. “Mesmo que fosse questionado, é mais fácil explicar que os veículos foram amassados do que explicar que sumiram”, relatou a fonte.
Os relatos de mais de uma fonte dão conta de que uma auditoria para apurar o sumiço dos veículos teria sido apagada do sistema do Detran. “Se tiver alguma informação, ela é incompleta”, afirmou uma pessoa ligada ao setor. Isso teria ocorrido também em relação a alguns processos do chamado Limpa Pátio. Mais informações no SCemPauta no Ar, às 10h.
Suposto direcionamento
Fontes reclamam de um suposto direcionamento quando o Detran realizou o Leilão Ferroso, que substituiu o Limpa Pátio. O relato é que empresas de Santa Catarina foram quase inviabilizadas do processo, para favorecer uma empresa do Rio de Janeiro. Ao final, aqui do Estado apenas a Bluaço, de Gaspar, venceu um lote, arrematando o da Região 3. Já a empresa carioca ligada ao Grupo Gerdau venceu os demais cinco lotes. Responsável pelo leilão, Clarice Serena explicou que o Estado teve que optar pelo leilão para não realizar mais as operações Limpa Pátio, que eram feitas sem nenhum tipo de concorrência.
Direcionamento negado
A ex-presidente da Comissão de Leilão do Detran, Clarice Serena, disse à coluna que foi utilizado o edital da Polícia Rodoviária Federal para o Leilão Ferroso do Detran. Ela explica que Santa Catarina foi dividida em seis regiões e que todos puderam participar nas mesmas condições. No final, valeram as melhores propostas. “Foram apenas três empresas: uma de Chapecó, a Bluaço e a Gerdau. As empresas não foram impedidas de participar”, afirmou.
Sumiço de veículos
Quanto à informação sobre o sumiço de veículos de luxo dos pátios, Clarice Serena disse que a responsabilidade é dos donos de pátios e dos municípios. “O Detran só faz o leilão. Não é o responsável por cuidar dos veículos”, relatou. Clarice destaca que os veículos entram no sistema somente se os pátios informam a presença do carro no local; caso contrário, o Detran não tem como saber que o veículo está no pátio. Ela destaca que, por saber dos sumiços de veículos, encerrou as Operações Limpa Pátio. “Quando assumi, foi que soube que as auditagens eram feitas pelo presidente da associação dos pátios. Ele auditou todos os veículos, mas os mesmos não estavam condizentes com o que estava colocado na baixa. Essa responsabilidade não é do Detran, era do pátio e de quem contratou a Apava. A responsabilidade é dos municípios e da associação”, destacou.
Contraponto
A Associação de Pátios e Veículos Apreendidos (Apava) é presidida por Rubens Biazoto de Souza. Ele se limitou a responder: “Não se manifestará, pois não foi citado em nenhuma investigação. E que a operação Limpa Pátio foi finalizada, sendo que contou com a colaboração do Detran e do Governo do Estado”, escreveu.
Novo presidente

O governador Jorginho Mello (PL) anunciou ontem o coronel Cristiano Medeiros como o novo presidente do Detran. Ele é bacharel em Direito e Segurança Pública e estava no comando da Casa Militar do Tribunal de Justiça.
SCemPauta no Ar

Assista ao programa SCemPauta no Ar de segunda a sexta-feira, sempre às 10h. Apresentado pela jornalista Adriane Werlang e com os meus comentários, o programa aborda os principais assuntos das colunas do SCemPauta e também os demais temas de destaque da política e da economia de Santa Catarina. Assista aqui pelo site, no YouTube ou através dos perfis oficiais do SCemPauta no Instagram, Facebook e X.
Volta a descartar

O governador Jorginho Mello (PL) descartou de vez a candidatura da deputada federal Caroline de Toni ao Senado pelo Partido Liberal. Em entrevista à jornalista Franciele Marcon, do Diarinho, Jorginho confirmou que o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL), será candidato por Santa Catarina. “Vai concorrer a senador por Santa Catarina! É um desejo do pai dele, é um menino de ouro, humilde, já se mudou para São José e está trabalhando”, afirmou o governador. Segundo Jorginho, como o Estado terá duas vagas em disputa, uma será indicada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a outra por ele próprio. “Ele já tem a indicação garantida”, completou.
Sem chapa pura
O ponto forte da fala do governador Jorginho Mello (PL), na entrevista ao Diarinho, foi o rechaço a uma chapa pura ao Senado. “A Carol (de Toni) seria a minha candidata, mas como o presidente pediu o Carlos (Bolsonaro), não dá para ir de chapa pura. Então vai o Carlos Bolsonaro e alguém de outro partido”, explicou. Jorginho disse que a segunda vaga pode ser do senador Esperidião Amin (Progressistas) ou do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD).
Quer o PSD
O governador Jorginho Mello (PL) começa a revelar o que há tempos vem pedindo nos bastidores: uma composição com o PSD. Conversei com algumas lideranças pessedistas no final de semana. Me disseram que, entre a vontade do governador e a realidade, há muita distância. Ouvi que o PSD terá candidatura própria e que não abrirá mão de seu projeto para aderir a uma chapa liderada por Jorginho. “O que ganhamos com isso? Nada! O nosso partido só vai crescer ainda mais se tiver candidatura. Temos um candidato forte, com totais condições de ser o próximo governador. O projeto do João (Rodrigues) é tão forte e viável, que até gente do PL está querendo vir junto”, destacou, apontando a ida para o partido de lideranças como os deputados estaduais Carlos Humberto Silva e Nilso Berlanda, que deixarão o PL.
O motivo
O fato é que o governador Jorginho Mello (PL) sempre quis uma eleição “morro abaixo”. Para isso, pensa em oferecer a vice para um partido, uma das vagas ao Senado para outro e ainda duas vagas para senador pelo Republicanos. Além disso, o núcleo duro do governo pretende oferecer a presidência da Alesc (“o que é um erro, não dá certo”) e até mesmo futuras vagas nos tribunais de Contas e de Justiça. Jorginho não quer enfrentar o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD). Por isso, insiste em ter o PSD ao seu lado, ainda mais agora com a pré-candidatura à Presidência da República de Ratinho Júnior (PSD) ganhando musculatura.
Sem apoio
As lideranças do PSD me disseram que é preciso saber separar relações institucionais de apoio eleitoral. Afirmaram que um governo precisa ser estadista o suficiente para não condicionar apoio aos municípios — o que consideram uma obrigação de um governador — à exigência de apoio eleitoral. “Algumas coisas que acontecem em Santa Catarina chegam às raias do abuso”, afirmou. Quanto ao prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, as lideranças pessedistas não quiseram comentar, mas há algum tempo ele é considerado uma liderança do baixo clero, sem qualquer poder de decisão no partido. O futuro de Topázio provavelmente será no Republicanos.
Quinto: é hoje
A advocacia vota hoje, das 9h às 17h, para escolher a lista sêxtupla que será enviada ao Tribunal de Justiça, que por sua vez escolherá os três nomes que vão compor a lista tríplice, a ser enviada ao governador Jorginho Mello (PL), que fará a escolha do próximo desembargador. Confira os candidatos: Antonio Cesar Poletto, Giane Bello, Giovani de Lima, Ivan Naatz, Martha Bianchi, Mauri Nascimento, Márcio Vicari, Marco Vinicius Carvalho, Rasquim Teixeira, Richard de Lima, Sabine Muller e William de Quadros.
Sem oposição
Integrantes da esquerda catarinense têm reclamado da falta de iniciativa dos deputados estaduais do PT, PSOL e PDT na Assembleia Legislativa. Segundo uma liderança, os parlamentares estão apenas pensando em suas pautas, com medo das redes sociais. “Nunca fomos tão omissos e medrosos como estamos sendo agora. É assim que queremos defender o governo Lula?”, questionou a liderança.
Assumido

O delegado-geral Ulisses Gabriel abraçou de vez sua pré-candidatura a deputado estadual. No final de semana, chegou a compartilhar a publicação de um apoiador em uma rede social, vestindo uma das camisetas distribuídas por ele com o seu slogan quase de campanha: “Aqui o bambu ronca! Linha dura contra o crime”. Ulisses não deve recuar, mas terá dois desafios pela frente: as acusações de que estaria em campanha antecipada e também os movimentos da deputada federal Júlia Zanatta (PL) e do deputado estadual Jessé Lopes (PL), que não aceitam sua candidatura pelo Partido Liberal.
Embraer

O Governo do Estado está liderando tratativas com a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e representantes do ecossistema de inovação para a criação de um cluster — um agrupamento de empresas, instituições de pesquisa, universidades e órgãos públicos que atuam de forma colaborativa — aeroespacial em Santa Catarina. O tema foi discutido em um encontro em Florianópolis, que reuniu representantes da Embraer, da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação (Fapesc), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Sapiens Parque. Os representantes da Embraer apontaram áreas estratégicas para investimento e desenvolvimento, como sensores, comunicações, manufaturas avançadas, certificações, propulsores elétricos e a construção de estruturas colaborativas voltadas à inovação.
CPI em Blumenau
A CPI do Esgoto da Câmara de Vereadores de Blumenau ouviu o ex-prefeito e atual deputado estadual Napoleão Bernardes (PSD). Ele prestou depoimento na condição de testemunha, esclarecendo pontos sobre a concessão dos serviços de esgotamento sanitário do município, firmada durante sua gestão de 2013 a 2018. Napoleão afirmou que a concessão foi adotada como solução política, econômica e jurídica para viabilizar os investimentos necessários à universalização do esgoto, já que Blumenau possuía apenas 4,8% de cobertura. “A expectativa era ampliar para 23% com recursos federais, mas os repasses da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) não se concretizaram, provocando desequilíbrio financeiro no contrato”, afirmou.
Déficit
O ex-prefeito de Blumenau e deputado estadual Napoleão Bernardes (PSD) destacou que estudos técnicos reconhecidos pela Agência Intermunicipal de Regulação (Agir) apontaram um déficit de R$ 159 milhões, o que levou sua gestão a optar pela repactuação do contrato, em vez de repassar o custo à tarifa ou usar recursos próprios. Ele explicou que a repactuação firmada em 2015 previu a execução das obras de rede de esgoto até 2020, mas nenhuma obra foi iniciada durante seu mandato. Napoleão destaca que a Prefeitura aguardava uma autorização formal da Funasa para usar recursos próprios, o que só ocorreu em 2018, após sua saída do cargo.
Motos

O deputado estadual Alex Brasil (PL) esteve em Brasília para tratar da gestão das rodovias federais em Santa Catarina junto ao Ministério dos Transportes. Ele apresentou uma proposta para criar corredores exclusivos para motociclistas nos pedágios — medida que, segundo o parlamentar, trará mais agilidade, segurança e tranquilidade a quem trafega pelas estradas. A iniciativa também leva em conta que as motocicletas provocam menor desgaste no asfalto em comparação com veículos pesados, o que reforça a justificativa da medida.
Monitoramento de bebidas

O deputado estadual Sérgio Guimarães (UB) apresentou na Assembleia Legislativa um projeto de lei que obriga a rastreabilidade digital de bebidas alcoólicas comercializadas no Estado, com base em tecnologia blockchain. Segundo o parlamentar, a medida busca coibir adulterações, combater a sonegação fiscal, garantir a qualidade sanitária e dar mais transparência à cadeia produtiva, além de assegurar maior proteção ao consumidor. A proposta de Guimarães determina que todas as bebidas alcoólicas — tanto as produzidas em Santa Catarina quanto as importadas ou vindas de outros estados — sejam registradas em um sistema digital.
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