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O preço médio da saca de 60 kg de trigo em Santa Catarina fechou julho em R$ 75,26, registrando retração de 0,75% em relação a junho. Desde maio, o cereal apresenta queda nas cotações, influenciada pela entressafra e pela concorrência do produto importado, principalmente da Argentina.

De acordo com levantamento da Epagri/Cepa, o plantio da safra 2025/26 foi concluído em 100% da área prevista, estimada em 101,5 mil hectares — redução de 17,5% frente ao ciclo anterior. A produção esperada é de 359,8 mil toneladas, queda de 16,77% em relação à safra passada, com produtividade média estimada em 3.545 kg/ha. Atualmente, 98% das lavouras estão em boas condições, majoritariamente na fase de desenvolvimento vegetativo.

Segundo o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, João Rogério Alves, a retração da área plantada reflete a falta de estímulo diante dos preços baixos. Ele explica que muitos produtores priorizam culturas como soja e milho, utilizando o trigo como segunda safra para auxiliar na conservação do solo e diversificação da renda. Além disso, a maior oferta no mercado internacional e a valorização do real frente ao dólar também limitam o espaço para recuperação de preços.

A expectativa é de que o desenvolvimento das lavouras siga dentro da normalidade, favorecido pelas condições climáticas. No entanto, não há perspectiva de valorização significativa do cereal no curto prazo.

O boletim é divulgado mensalmente pelo Centro Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Cepa) e reúne dados sobre produção, preços, clima e mercado.