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Fosse como o destino resolvesse, a pressa era necessária.
Apesar das múltiplas circunstâncias que recomendavam muita prudência em relação aos comentários sobre uma possível candidatura a Governador, Kleinubing não tinha como evitar, já no início do segundo semestre de 1989, que o assunto ocupasse sua mente. Muita gente falava nisso.
Se esse ainda imprevisto e improvável acontecimento viesse ao seu encontro, o Prefeito queria ser encontrado com todas suas dívidas em dia, vale dizer, com os todos os demais feitos e as obras anunciadas na campanha já realizados.
Em meio, ainda, do seu mandato, muita coisa já tinha sido concretizada. Mas, outro tanto, ou mais ainda, estava por fazer. Era preciso acelerar o ritmo de trabalho que já era, até então, trepidante.

Montando a estratégia para fatos hipotéticos.

Cabia a nós, seus auxiliares mais próximos, nos preparar, e preparar ele, para o acontecimento, caso a eventualidade se tornasse fato inexorável.
Eu suponho que, devido a essa questão, o Prefeito se sentia obrigado a fazer uma administração muitos graus acima do excelente. Caso tivesse de abandonar o posto, queria que o povo sentisse que suas expectativas haviam sido preenchidas. Todas as anunciadas realizações precisavam ser completadas nos poucos meses que talvez lhe restariam.
Estávamos todos sob o chicote da pressa.

Faltava, ainda, a Vilson Kleinubing, a fama de administrador.

Um outro aspecto que influenciava nossas atitudes, era a insuficiência, ainda, de conhecimento por parte da população catarinense, do seu talento como gestor. Ele já era um homem público bem conhecido (muito por causa de sua anterior candidatura ao Governo) e sua imagem, como político, era percebida, em todo o Estado, como muito boa. Em algumas áreas, especialmente no Oeste, as muitas realizações que protagonizou na Celesc e na Secretaria da Agricultura, especialmente em favor da eletrificação rural, eram muito bem avaliadas.
Essas, já lhe haviam garantido uma eleição para Deputado Federal e uma surpreendentemente alta votação para o Governo do Estado em 1986. Tratavam-se, no entanto, de experiências bem específicas e, de certa forma, superpostas.
Ele ainda precisava exibir algo como uma notável administração municipal para se credenciar a uma jornada vitoriosa para a Chefia do Executivo Estadual.

Próxima coluna.
O descumprimento de um compromisso, com o aval dos usufrutuários.