Afastamento de servidor no Ciasc gera clima de perseguição; O recado de Topázio – E outros destaques
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Um servidor de carreira do Ciasc foi destituído do Conselho de Administração, mesmo tendo sido eleito pelos funcionários. O motivo teria sido os apontamentos feitos por ele internamente a respeito de gastos com viagens, possíveis serviços sem contrato com potencial prejuízo, viagens que não foram reembolsadas ao Ciasc, entre outros questionamentos sobre possíveis prejuízos.
O mais grave é que existe um Comitê de Conduta e Integridade que ainda avalia o pedido de destituição e não chegou a nenhuma conclusão, pois, na prática, não há qualquer ilícito ou outra má conduta atribuída ao servidor. A decisão partiu da presidência do conselho, seguindo ordens do Centro Administrativo — leia-se Governo do Estado. “Como que afasta um servidor eleito sem a conclusão de um processo?”, questionou uma fonte.
O ambiente é tenso no Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina S.A. Servidores fazem relatos de uma verdadeira “caça às bruxas”. “Será uma prática do governo perseguir quem faz apontamentos visando o bem do dinheiro público?”, questionou uma fonte na condição de anonimato.
Vale lembrar que, na semana passada, a coluna divulgou que, em processo ainda sigiloso, a 7ª Promotoria de Justiça de Florianópolis abriu mais uma investigação envolvendo o Ciasc. Por enquanto, trata-se de uma notícia de fato, que vai apurar “em especial” as “possíveis irregularidades no Conselho de Administração” da estatal de tecnologia do Governo do Estado.
A promotoria é a mesma que investigou todas as parcerias sem licitação firmadas pelo Ciasc e que também recomendou a anulação dos ajustes. O SCemPauta revelou com exclusividade a maioria dessas tentativas de contratações, que resultaram na saída do então presidente da estatal, Moisés Diersmann, em novembro de 2024.
Insatisfação

O Governo do Estado está divulgando a concessão do reajuste salarial aos servidores da segurança pública como um grande gesto aos que garantem a segurança da população catarinense. Porém, o sentimento, sobretudo na Polícia Militar, não é dos melhores. A insatisfação em relação à concessão de um reajuste menor do que a categoria esperava, além do parcelamento em três vezes — com a última parcela sendo paga em abril do próximo ano — ainda gera um sentimento de desvalorização. “O nosso salário está tão defasado que, quando for concedida a terceira parcela em abril, o aumento já estará tomado pela inflação”, relatou um militar.
Diferença
O que também gerou revolta entre os policiais é que, ontem, o Governo do Estado conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa o aumento da gratificação da Casa Militar de 50% para 60%, em maio, e de 100% no próximo ano. O projeto de lei 0170/2025 alterou uma lei anterior que institui retribuições financeiras por desempenho de atividades finalísticas. “Há uma conversa nos corredores de que a pressa maior do governo era de aprovar o aumento da gratificação”, reclamou um policial.
Sem domínio
A bancada estadual do PL tem se mostrado cada vez mais independente, e isso gera um grande problema para o governador Jorginho Mello (PL). A questão do reajuste salarial para os servidores da Segurança Pública é um exemplo do que ocorre. O deputado estadual Sargento Lima (PL) enfrentou o Centro Administrativo, não aceitou as pressões e conseguiu aprovar na Comissão de Segurança a emenda que mudava o calendário de pagamento. Depois, recuou — mas não foi pelo governo. Lima foi informado da ilegalidade da mudança sem uma previsão de impacto financeiro e do risco político de retardar a primeira parcela do reajuste. Foi mais um sinal de que Jorginho não tem o domínio de sua própria bancada.
Insatisfação
Deputados estaduais do PL não falam abertamente, mas alguns seguem insatisfeitos com o tratamento dado a eles pelo governador Jorginho Mello (PL). A maior reclamação é que não são ouvidos — sem falar na questão de espaços no governo. “O governador atende mais o MDB do que nós. Não dá para ficar falando abertamente porque não quero problemas nesse momento. Mas o governador tem que olhar mais para quem trabalhou pela sua eleição. O MDB trabalhou contra”, afirmou um parlamentar, que pediu para não ter o nome revelado.
Energia

O governador Jorginho Mello (PL) tem destacado a importância dos investimentos da Celesc em todas as regiões do estado. O foco é investir no interior, onde, segundo ele, tem sido levada a energia trifásica. “Eu conheci uma granja de marrecos e outras duas propriedades onde são produzidas ameixas e tilápias. Eram situações em que o suor do trabalho era jogado fora porque a rede não suportava os equipamentos ligados, não permitia expandir o negócio, nem armazenar a produção com segurança pra esperar o preço melhorar”, afirmou. O Governo do Estado anunciou que já implantou 500 quilômetros de rede trifásica e está ampliando em mais 500 quilômetros. Jorginho destaca que outras regiões também estão sendo atendidas, a exemplo da Subestação Monte Verde, inaugurada ontem em Florianópolis.
Novo financiamento
A Assembleia Legislativa aprovou o projeto de lei, que autoriza o Governo do Estado a contratar um empréstimo de US$ 119,2 milhões (aproximadamente R$ 700 milhões) junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird). Os recursos serão destinados para o Programa para Aumento da Resiliência Climática e Redução de Risco de Desastres da Defesa Civil, principalmente para obras de infraestrutura para mitigação de inundações; reconhecimento, avaliação e monitoramento de riscos climáticos, entre outras ações. A operação prevê uma contrapartida de US$ 29,8 milhões (quase R$ 175 milhões) do governo. O empréstimo será pago a partir de 2030, em 20 anos.
Recado
Comemorando ontem seus 63 anos, o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), aproveitou a tarde festiva em seu gabinete — que reuniu secretários municipais e diversas lideranças locais — para lançar um recado direto e sem meias palavras: ninguém está autorizado a falar em seu nome. A fala do prefeito ocorre em meio a um clima de desconforto entre membros da base aliada, especialmente entre vereadores que são pré-candidatos nas eleições de 2026. O estopim da insatisfação teria sido o lançamento precoce da pré-candidatura a deputado estadual pelo Podemos, de seu chefe de gabinete, Fábio Botelho, que, segundo relatos, vinha abordando secretários e cargos comissionados pedindo apoio — sempre com a alegada “bênção” do chefe do Executivo.
Só em 2026
Durante a comemoração, o próprio prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), deu o recado: todas as decisões políticas sobre 2026 — em especial sobre quem receberá seu apoio — cabem exclusivamente a ele. E mais: segundo o prefeito, essa escolha só será feita se for boa para a cidade, se fortalecer o time e se puder ser construída em conjunto, de forma natural, sem forçar nada. “Vai ser uma decisão pensada, com todos, se for o melhor para a cidade”, reforçou. A fala causou surpresa nos presentes, que até então imaginavam um alinhamento automático entre Topázio e Botelho. Mas parece que, no seu aniversário, quem fez a surpresa foi mesmo o aniversariante. E para quem achava que o bolo era só de chocolate… teve recheio de política.
Porém
Tem quem veja a fala do prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), como uma tentativa de baixar a fervura. O clima entre integrantes da base na Câmara de Vereadores e seu governo é muito ruim. Inclusive, o recado já foi dado: a resposta ao apoio precoce ao chefe de gabinete, Fábio Botelho, pode vir em matérias de grande interesse da gestão. E tem quem vá mais adiante: que Topázio poderá até mesmo dizer que Botelho não será candidato e criar um novo anúncio de pré-candidatura mais próximo do período eleitoral.
Batendo recorde
A safra de milho verão 2024/25 em Santa Catarina está se consolidando como uma das mais produtivas da história. Mesmo com uma redução superior a 13% na área plantada, o estado registrou aumento de mais de 23% na produção em relação à safra anterior. O destaque é a produtividade, que teve um salto expressivo de mais de 40%, alcançando 9.717 kg por hectare — a maior já registrada no estado. Os dados constam no Boletim Agropecuário do mês de abril, que está disponível no site do Observatório Agro Catarinense e do Infoagro.
Mobilidade

A Câmara de Vereadores de São José promoveu uma roda de conversa sobre os desafios da mobilidade urbana no município. O encontro contou com representantes do poder público, técnicos e comunidade, com destaque para a participação do secretário de Infraestrutura, Nardi Arruda. Durante o evento, o Matson Cé (PSD), defendeu o uso efetivo do Contorno Viário da Grande Florianópolis, além da regulamentação do tráfego de caminhões na BR-101 urbana, como ocorre em São Paulo. Ele também anunciou uma série de debates sobre temas como saúde, segurança nas escolas e bullying.
Críticas
O secretário de Infraestrutura de São José, Nardi Arruda, destacou os principais gargalos viários, causados pela divisão da cidade em quatro partes pela BR-101. Criticou a falta de diálogo da concessionária e citou prejuízos à comunidade, como o fechamento do acesso ao Mercado Prado e o controle semafórico que limita a autonomia do município. Também apontou a necessidade de obras urgentes, como um elevado na Vera Rio e uma ponte no Brasil da Cadiça. O encontro foi considerado um primeiro passo para cobrar ações dos governos estadual e federal. Participaram ainda os vereadores Edilson Alzemiro Vieira, Alexandre Rosa, Romeu José Vieira Neto, Alexandre Cidade, Neri Osvaldo do Amaral e Vinicius Ramos.
Deixou o cargo
Fúlvio Rosar Neto formalizou ontem seu pedido de exoneração do cargo de Superintendente Federal de Agricultura em Santa Catarina. Fúlvio implantou a inspeção e certificação na origem da maçã nos polos produtivos de São Joaquim e Fraiburgo. Porém, o aumento da demanda em seu escritório fez com que ele pedisse para deixar o cargo. Fúlvio é especialista na área do Direito Empresarial. Também corre nos bastidores que a saída faz parte de um movimento do MDB catarinense de se afastar do Governo Federal. Questionado, Neto negou: “Fiz o pedido ontem à noite (quarta) e informei o MDB hoje (ontem) ao meio-dia. Preciso me dedicar ao meu escritório de advocacia”, afirmou.
Cassação é negada
Neiva Tonielo (MDB) e Cleiton Frigo (PSD), eleitos com 790 votos contra 765 da chapa adversária, seguem nos cargos de prefeita e vice de Presidente Castello Branco após a Justiça Eleitoral considerar improcedente a ação movida por seus oponentes. A denúncia apontava supostas irregularidades durante a campanha, entre elas a oferta de dinheiro a eleitores e uso político da estrutura da prefeitura. A decisão judicial, proferida na 9ª Zona Eleitoral de Concórdia, apontou que as acusações não foram comprovadas de maneira satisfatória. A defesa dos investigados foi feita pelo advogado Marlon Charles Bertol, que sustentou a inexistência de qualquer prática irregular e a lisura do processo eleitoral. O Ministério Público Eleitoral também opinou pela improcedência da ação.