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O SCemPauta apurou que pelo menos, dois deputados federais catarinenses já teriam sido identificados como supostos participantes do esquema de emendas parlamentares que está sendo investigado pela Polícia Federal. Um suplente de deputado também pode se tornar alvo, e até mesmo prefeitos poderão ser investigados em futuros desdobramentos.

Fontes de Brasília confirmaram a informação divulgada pela coluna nesta semana, de que as investigações chegarão a Santa Catarina. Está sendo apurada a falta de transparência e de rastreabilidade no uso de emendas, que teriam culminado com fraudes em licitações e desvio de recursos públicos em contratos superfaturados e lavagem de dinheiro.

Também, segundo me confidenciaram, outros parlamentares podem entrar na mira, além de autoridades políticas aqui no estado. Ao todo, 17 estados estão na mira e lideranças de pelo menos 13 partidos. Entre os alvos estariam senadores, deputados federais e servidores públicos estaduais e municipais.

Arquivamento

A segunda exclusiva de hoje é que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pedirá o arquivamento da investigação baseada na entrevista do governador Jorginho Mello (PL) à Jovem Pan News de São Paulo, quando falou que o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, “se falam muito”. Segundo uma fonte, Gonet aceitou o argumento apresentado pelo governador de que se enganou e que, na verdade, quis dizer que “se falavam muito”. Confirmando o arquivamento, o governador escapa de um grande prejuízo político entre os liberais, que poderia ter sido ocasionado caso houvesse alguma punição a Valdemar e Bolsonaro.

CPI da merenda

O município de Blumenau terá a primeira CPI da nova legislatura, que será para investigar supostas irregularidades nos gastos com merenda escolar na gestão do ex-prefeito Mário Hildebrandt (PL), atual secretário de Estado de Proteção e Defesa Civil. A proposta para a abertura foi apresentada pelos vereadores Jean Volpato (PT) e Adriano Pereira (PT), que conseguiram unir vereadores de situação e oposição para chegar às assinaturas necessárias. Até mesmo o ex-secretário de Educação, Alexandre Matias (PSDB), que há pouco voltou para a Câmara, assinou o pedido, que também teve a adesão dos vereadores Gilson de Souza (UB), Jovino Cardoso (PL) e Almir Vieira (Progressistas).

Suspeitas

Nos últimos três anos, os gastos com a merenda escolar em Blumenau dispararam. Em 2022, foram investidos R$ 40 milhões, valor que subiu para R$ 44 milhões em 2023 e, de forma surpreendente, saltou para R$ 60 milhões em 2024. O que chama a atenção é um aditivo contratual firmado em 23 de dezembro de 2024, no valor de R$ 15,79 milhões. O documento foi assinado pelo então prefeito Mário Hildebrandt (PL), pelo então secretário e atual vereador Alexandre Matias (PSDB), além da empresa fornecedora, Risotolândia. Poucos dias depois, em 26 de dezembro, já durante o período de férias coletivas da prefeitura, um pagamento de R$ 18 milhões foi efetuado à mesma empresa, reforçando as suspeitas em torno da operação.

Chamou a atenção

A questão da merenda escolar em Blumenau ganhou destaque após a repentina exoneração de Alexandre Matias, um dos poucos secretários da gestão de Mário Hildebrandt (PL) que permaneceram no governo do atual prefeito Egídio Ferrari (PL). Matias alegou “motivos pessoais” para deixar o cargo. Pouco depois, a prefeitura rescindiu o contrato com a empresa Risotolândia e contratou, de forma emergencial, uma nova fornecedora de merenda. Inconformada, a empresa que perdeu o contrato recorreu à Justiça para tentar reverter a decisão. No processo judicial que tramita na 1ª Vara da Fazenda Pública de Blumenau, a Risotolândia apresentou documentos detalhados sobre os gastos e as negociações com a administração municipal. Embora o juiz tenha indeferido o pedido da empresa, chamou a atenção para um ponto crítico: a prefeitura teria realizado diversos aditivos contratuais dentro do mesmo ano, ultrapassando o limite legal de 25% permitido.

Os gastos em Blumenau

Em 2023, a Prefeitura de Blumenau, sob a gestão de Mário Hildebrandt (PL), investiu R$ 1.052 por aluno na alimentação escolar. Já em 2025, mesmo com a redução no número de alunos da rede municipal, de 38 mil para 37 mil, esse valor saltou para R$ 1.621 por estudante – um aumento de 54%. O Ministério Público investiga se esse crescimento se justifica apenas pelo aprimoramento do cardápio ou pelo aumento no número de refeições. A dúvida foi levantada por um denunciante: “Estaríamos diante de crianças que passaram a consumir por ‘meia criança a mais’? Ou esses recursos estariam ‘engordando’ outras contas?”.

Outros itens?

A coluna foi procurada por uma fonte que informou que outros itens adquiridos pela Secretaria de Educação de Blumenau também merecem atenção. A coluna vai apurar.

Disputa no PT

Desde o ano passado, iniciaram movimentações no Partido dos Trabalhadores de Santa Catarina para que o deputado estadual Fabiano da Luz assuma a presidência petista. Segundo fontes, ele seria um nome quase de consenso, pois representaria uma renovação. Um dos pontos destacados é que Fabiano tem uma boa relação com lideranças de quase todos os partidos na Assembleia Legislativa, o que facilitaria o processo de diálogo do PT com outras legendas. Ele também tem se destacado nas redes sociais, com vídeos bem-humorados onde faz uma forte defesa do governo Lula (PT), ao mesmo tempo que se contrapõe ao governo de Jorginho Mello (PL). Até mesmo correntes antagônicas no partido estariam dispostas a se unir a favor de Fabiano da Luz.

Pessoas nas ruas

Em relação ao assunto da coluna de ontem sobre as pessoas em situação de rua, Chapecó segue apresentando bons resultados. Ontem, teve mais uma ação da Operação Mão Amiga, que visa, através da atuação conjunta da prefeitura, forças de segurança, Ministério Público e Judiciário, retirar pessoas das ruas e do vício. O Conselho de Segurança Pública do Município de Chapecó (Consem), através de seu presidente, Márcio Bueno, tem feito essa interligação entre todos os órgãos para que o problema seja resolvido com eficácia. A Operação Mão Amiga já é copiada por diversas cidades pelo país e pode servir de modelo para o debate que o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), e o prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), querem levantar. Vale lembrar que na capital Topázio até tentou, mas não conseguiu fazer.

Fim da greve

O Tribunal de Justiça determinou a suspensão imediata da greve dos servidores da educação municipal de Florianópolis, iniciada na quarta-feira (12) pelo Sintrasem. A decisão atendeu a um pedido da prefeitura, que alegou descumprimento de um acordo judicial firmado em 2024 e ausência de negociação prévia. O desembargador Luiz Fernando Boller autorizou o desconto salarial dos dias parados e impôs multa diária de R$ 200 mil caso a paralisação continue. O sindicato também está proibido de bloquear unidades escolares ou coagir servidores que não aderiram ao movimento.

Polêmica na PM

“Meu nome é Gilmar, sou Cel RR da PMSC e hoje exerço a advocacia. Quanto à sua matéria de hoje (ontem), ao dizer que o Cel Jofrey não tem apoio da maioria, me excluo dessa turma, que nunca está satisfeita com nada. Tive oportunidade de trabalhar com o mesmo em duas ocasiões, onde foi meu comandado. Posso dizer que é um notável Oficial, muito responsável e dedicado para com as causas da PMSC, disciplinador (e talvez por isso a resistência que falas), correto e muito inteligente. Diria que JAMAIS vamos colocar alguém com apoio integral dos integrantes da PM, notadamente os praças, mas ao menos aqui no sul de SC, os Oficiais estão par e passo com esse Oficial. Queremos, sim, ele no Comandamento da PMSC, pois temos certeza de que defenderá os anseios da Instituição e irá representá-la muito bem.” – De um Coronel da Reserva.

Outro lado

Também recebi um relato de uma fonte com boa circulação no Centro Administrativo. “A reclamação dos policiais é que ele (Jofrey) tudo abre inquérito para averiguar. Um exemplo que já ocorreu: os policiais fizeram uma grande apreensão de drogas e ele reclamou que o colete estava torto”, relatou a fonte.

Cristal quebrado

Um fato que o Governo do Estado não tem como negar é que a relação com a maioria dos policiais militares é muito ruim e que dificilmente se reverterá. Na Polícia Militar, não há confiança no governador Jorginho Mello (PL) e até mesmo uma revolta com a forma como os militares têm sido tratados por um governador que os usa como propaganda de governo, quando fala que Santa Catarina é o estado mais seguro do país. Já havia algumas insatisfações, entre as principais, a escolha pelo coronel Aurélio Pelozato para comandar a tropa. Há algum tempo, Pelozato perdeu o respeito dos policiais e já não há mais condição de seguir no comando. Depois, veio a fala desastrosa de Jorginho sobre “leitão para mamar deitado”, e a situação piorou com a proposta de reajuste salarial. Jorginho é, hoje, um governador que conta com o poder institucional sobre a PM, mas sem ter o respeito e a confiança de quem faz a polícia existir. Quanto à questão do “leitão”, até hoje não pediu desculpas.