Os equívocos de Jorginho; Deputado defende decisão em grupo no MDB; Catarinense é nomeado Cardeal – entre outros destaques
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Quem acompanha essa coluna sabe dizer qual é o foco do governador Jorginho Mello (PL) para os próximos dois anos? Saúde, educação, agricultura ou infraestrutura? Se as respostas forem nesse caminho, de ações estruturantes para o estado, é preciso dizer que nada disso está no foco principal. A resposta mais próxima da realidade é que Jorginho só pensa na reeleição.
Antecipando um cenário futuro, o governador, que já garantiu, aparentemente, o Progressistas, está trabalhando para ter o MDB no seu projeto, mas encontra algumas dificuldades que já foram relatadas pela coluna. Hoje, é possível que leve os emedebistas, mas somente para lhe dar governabilidade, sem fechamento algum para 2026.
Mas Jorginho não está satisfeito. Ele quer construir algo maior, uma aclamação sem ter que disputar contra partidos de centro-direita e de direita. Deseja mais um enfrentamento com a esquerda, pois sabe que, por um bom tempo, PT, PSOL e companhia não terão condições de disputar uma eleição em Santa Catarina em condições de igualdade contra qualquer adversário. Algo meio Luiz Henrique da Silveira, sendo que o problema está justamente no fato de que ele é Jorginho Mello, não Luiz Henrique, que sabia construir, com grande habilidade, grandes alianças sem imposições.
O novo movimento do governador foi em direção ao PSD. Através do baixo clero dos pessedistas, no caso o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, e o secretário Executivo de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos, Paulinho Bornhausen, ele foi se encontrar com o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab. Teriam tido uma conversa amena. Jorginho apresentou alguns números da eleição no estado e só. A narrativa do governo é que abre um novo flanco dentro do PSD para uma dissidência ao projeto do prefeito de Chapecó, João Rodrigues. Será?
Será que lideranças como os prefeitos de Criciúma, Clésio Salvaro, e de São José, Orvino de Ávila, ou a prefeita eleita de Balneário Camboriú, Juliana Pavan, e seu pai, o prefeito eleito de Camboriú, Leonel Pavan, subiriam no palanque de Jorginho?
Todos esses movimentos erráticos do governador mostram que ele sabe que terá dificuldade na eleição de 2026, caso tenha adversários na direita. Por isso, busca a qualquer modo tentar garantir algo que inexiste, que é uma aliança dois anos antes de uma eleição. Sem falar em outras questões que parecem muito claras, mas que a Casa d’Agronômica não consegue enxergar. Enquanto isso, Jorginho perde tempo ao pôr a sua gestão em segundo plano, priorizando um projeto de poder.
Kassab
No grupo ligado ao governador Jorginho Mello (PL), há uma forte comemoração pelo fato de ele ter sido atendido em São Paulo pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. A leitura é que foi uma vitória. Quem conhece Kassab e já cobriu Brasília, como este colunista, sabe que ele é conhecido na capital como o “oráculo”. É a liderança com quem todos querem conversar, da direita à esquerda. Senta e conversa com todo mundo. Gosta de ouvir e aconselhar, tanto que essa habilidade o coloca como uma das lideranças mais importantes do cenário nacional. Atua como secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo e se tornou o principal conselheiro do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Mesmo contra a vontade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador paulista não larga a mão de Kassab e segue os seus conselhos à risca. Ao mesmo tempo, faz a interlocução de São Paulo com o governo Lula (PT). Portanto…
Pragmático
Qual seria o grande plano do governador Jorginho Mello (PL) para convencer o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, a intervir em Santa Catarina a seu favor? O líder pessedista é pragmático. Abriria mão de um projeto viável com o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), passando por cima das lideranças estaduais do partido, que consolidaram o PSD como uma grande força, somente para ajudar Jorginho a se reeleger fortalecendo o PL? Kassab é mais inteligente do que isso. Entender que ele passaria por cima da vontade estadual só porque Jorginho acredita ser a melhor opção é diminuí-lo ao tamanho do baixo clero pessedista. Na política, a leitura de cenário deve se sobrepor aos desejos. Tentei falar com lideranças do PSD no estado, mas não quiseram se manifestar.
O baixo clero
Outro ponto que mostra a falha de visão do governador Jorginho Mello (PL) é apostar em dois interlocutores sem força de decisão e, tampouco, capacidade para abrir qualquer divergência dentro do PSD. O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, ainda precisa vencer mais algumas eleições, além de criar um grupo político próprio, algo que ele não tem. Paulinho Bornhausen precisa voltar a se eleger, a ter mandato, e buscar uma posição de comando no partido para voltar a ter voz. Isso não quer dizer que, no futuro, não possam alcançar esse patamar. Mas é importante destacar que, em qualquer partido, é assim: quem cumpre esses requisitos, ou tem uma história marcante na política ou nos bastidores, é que tem o poder.
Decisão em grupo
O deputado federal Valdir Cobalchini, que devolve hoje a presidência estadual do MDB, defende que o partido não feche questão em relação ao projeto de reeleição do governador Jorginho Mello (PL). Apesar dessa opinião, ele afirma que seguirá a decisão do partido, caso o encaminhamento seja pela antecipação do apoio. Cobalchini, que fez questão de dizer que não tem nada contra o governador, destacou que a decisão sobre a governabilidade na Assembleia Legislativa é da bancada estadual. Contudo, a questão eleitoral deveria ser decidida por todo o partido.
Forças do MDB
O MDB tem três nomes que se destacam atualmente como as maiores lideranças do partido no estado: os deputados federais Valdir Cobalchini e Carlos Chiodini, além do presidente da Assembleia Legislativa, Mauro De Nadal. Nos bastidores, há quem defenda que o partido siga independente e apresente um desses três nomes para a majoritária em 2026.
Balanço da indústria
A Fiesc realiza amanhã, às 14h30, um balanço econômico do ano. Também serão apresentadas as perspectivas para o ano que vem. O encontro com a imprensa será na sede da entidade, em Florianópolis.
Buscas
Santa Catarina foi o estado brasileiro com maior número de buscas no Google Trends sobre comércio, indústria, emprego e turismo nos últimos 12 meses. A indústria foi o principal destaque, mostrando a relevância do setor para a economia estadual, com interesse voltado para inovação, exportações e cadeias produtivas. O estado superou São Paulo e Paraná nas buscas.
Passarela
O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), vai inaugurar, na próxima quinta-feira (12), a passarela do Parque dos Imigrantes, no Distrito de Rio Maina. A solenidade começará às 19h, ao lado do Memorial Nikola Tesla.
Cardeal catarinense
O arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, é um dos novos cardeais da Igreja Católica. Natural de Gaspar, ele foi um dos nomeados pelo Papa Francisco. O religioso recebeu o título da igreja de São Gregório Magno “alla Magliana Nuova”. Spengler participará sempre que for convocado um Conclave. Ordenado em Gaspar, ele ingressou na Ordem dos Frades Menores de Rodeio. Foi pároco em São José e desempenhou funções administrativas e pastorais na Diocese de Florianópolis. Após, foi para o Rio Grande do Sul.
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