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A operação da Guarda Municipal de Balneário Camboriú, realizada no dia 23 de setembro, com a abordagem de um veículo Land Rover entre a 3ª Avenida e a Avenida do Estado, que culminou na detenção do lobista Glauco Piai e em denúncias contra o ex-governador Leonel Pavan (PSD), candidato à prefeitura de Camboriú, começa a ser questionada por uma série de fatos. O principal deles é um áudio de uma conversa entre uma pessoa e um guarda municipal, no qual a ação é questionada.

Informações apuradas pela coluna mostram uma ação, no mínimo, atípica por parte da Guarda Municipal, liderada pelo secretário municipal de Segurança, Antonio Gabriel Castanheira Júnior, ex-policial civil e braço direito do prefeito Fabrício de Oliveira (PL). Foi o próprio secretário que relatou à coluna como a ocorrência foi conduzida.

Ao ser questionado sobre o trabalho de inteligência que levou à abordagem de Glauco Piai, Castanheira demonstrou nervosismo, respondendo: “Escuta, você tá brincando comigo? Trabalho de inteligência da guarda?”. Apesar do nervosismo, ele confirmou que a guarda possui um setor de inteligência. Castanheira explicou que, no caso em questão, não houve trabalho de inteligência, mas uma denúncia de que alguém estaria transportando, numa Land Rover, dinheiro e arma provenientes de um assalto em Brusque. Segundo ele, o veículo passou por Brusque antes de ser abordado em Balneário Camboriú e encaminhado à delegacia.

Durante a abordagem, foram encontrados R$ 100 mil no carro. Piai teria alegado que trabalha com um grupo de São Paulo, mas não apresentou comprovante de saque, o que levou à sua condução à delegacia. Castanheira afirmou que a apreensão do dinheiro, do veículo e do celular foi decisão do delegado.

No entanto, informações obtidas pelo SCemPauta junto à Polícia Militar contestam a versão do secretário. Não houve registros de roubo ou furto envolvendo uma Land Rover em Brusque nos últimos dois meses. Além disso, um documento da Polícia Civil de Balneário Camboriú, autorizado pelo delegado Giancarlo Rossini, revela que não foram registrados crimes de roubo entre os dias 22 e 24 de setembro que tivessem relação com Brusque.

A coluna também teve acesso ao teor aproximado do Boletim de Ocorrência, que menciona uma denúncia anônima de uma mulher sobre um veículo furtado em Balneário Camboriú. Na abordagem, Piai teria alegado que o dinheiro era fruto de seu trabalho em uma construtora.

Devido ao nervosismo de Castanheira, algumas perguntas não foram feitas, pois ele interrompeu a ligação duas vezes e, após a segunda, não atendeu mais. A questão que fica é: como a denunciante sabia que o veículo teria passado por Brusque e estaria a caminho de Balneário Camboriú? Uma guarda que é do município faz monitoramento em outra cidade? E por que essa denunciante não foi arrolada como testemunha, mesmo que sob sigilo? O secretário costuma participar pessoalmente das ocorrências da guarda?

Uma fonte policial afirmou que, em investigações “paralelas” ou “extraoficiais”, é comum usar denúncias anônimas para justificar ações sem base legal. Embora não se faça tal acusação diretamente à Guarda Municipal, o relato levanta questionamentos sobre a operação.

Outra fonte sugeriu que, dias antes da abordagem, a Guarda teria solicitado imagens de uma Land Rover em um prédio na Rua 500. O síndico mencionou que a Guarda costuma pedir imagens para investigar pequenos furtos, mas não confirmou o episódio específico. “Eu não sei dizer. Eu posso te dizer que vieram aqui para uma situação e era outra, aí acaba gerando um embaraço”, explicou. “Às vezes até pode ter sido o porteiro que autorizou. Mas qualquer coisa que eu fale, talvez eu não consiga confirmar”, completou. A suposta coleta de informações sobre a placa do veículo levanta mais dúvidas sobre um suposto preparo para uma operação.

Áudios

A coluna teve acesso a áudios de uma conversa entre uma fonte e um guarda municipal de Balneário Camboriú, identificado como “Stive”, nome usado para não revelar a identidade do agente. No áudio, o guarda expressa estranheza sobre a abordagem ao veículo de Glauco Piai, mencionando que a inteligência da guarda teria passado uma informação envolvendo um carro suspeito de participar de um assalto em Brusque. Detalhe: segundo o relato do guarda, de um suposto assalto em Brusque, na delegacia houve a tentativa de transformar em crime eleitoral. Ouça os áudios:

Líder do partido

Atual tesoureiro da executiva nacional do União Brasil, o deputado federal Fábio Schiochet está sendo cotado para ser o líder do partido na Câmara Federal. Ele já conta com o apoio do presidente nacional, Antonio Rueda. Schiochet é conhecido no partido como “da turma do Rueda”, o que demonstra sua influência dentro do UB.

Pesquisa de Criciúma

A quarta pesquisa de intenção de votos em Criciúma, realizada pelo Instituto IPC e contratada pela Rádio Som Maior, mostra Vaguinho Espíndola (PSD) mantendo uma vantagem confortável sobre o segundo colocado, Ricardo Guidi (PL). Na pesquisa espontânea, Vaguinho aparece com 38,7%, contra 29,8% de Guidi. Curiosamente, 1,1% dos entrevistados disseram votar no atual prefeito Clésio Salvaro (PSD), e 0,5% afirmaram votar no “candidato do Salvaro”, o que pode ser atribuído a Vaguinho. Na pesquisa estimulada, Vaguinho lidera com 43,7%, enquanto Guidi aparece com 33,2%. Guidi é o segundo candidato mais rejeitado, atrás de Arlindo Rocha (PT). A falta de reação de Guidi preocupa seus apoiadores, e o eleitorado indeciso tende a dividir seus votos.

Simples explicação

Na pesquisa estimulada, 7,3% dos entrevistados disseram estar indecisos, e 3,2% afirmaram que não votarão em nenhum dos candidatos. Esses números somam 10,5%, exatamente a diferença entre Vaguinho e Guidi. Para que ocorra uma virada, todos os indecisos e aqueles que não desejam votar precisariam escolher Guidi, o que parece improvável sem um fato novo significativo na campanha. Os indecisos costumam se dividir.

Empate técnico?

Análises sérias das pesquisas devem levar em conta a realidade dos números. Para que houvesse empate técnico entre Vaguinho e Guidi, a margem de erro precisaria ser de 6%, o que não é o caso. Portanto, a liderança de Vaguinho é clara e não há um cenário de empate técnico.

Primeiro turno em Joinville

O prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), caminha para a reeleição no primeiro turno, segundo nova pesquisa do 100% Cidades. Ele tem 71,6% das intenções de voto, com uma diferença de 51,8% sobre a soma dos demais candidatos. O segundo colocado é Sargento Lima (PL), com 10,9%, seguido por Carlito Merss (PT), com 6,6%.

Mudança em Blumenau?

A pesquisa do 100% Cidades em Blumenau mostra Egídio Ferrari (PL) liderando com 45,8%, mas perdendo 2,3% em relação à pesquisa anterior. Isso abre a possibilidade de um segundo turno, com Odair Tramontin (Novo) subindo para 28% e Ana Paula Lima (PT) atingindo 16,5%. O risco de segundo turno frustra os planos do PL, que esperava eleger Ferrari no primeiro turno. Vale destacar: um segundo turno com Tramontin, era tudo o que Egídio não queria.

Pesquisa em São José

O prefeito Orvino de Ávila (PSD) ampliou sua vantagem sobre a ex-prefeita Adeliana Dal Pont (PL) na disputa pela Prefeitura de São José. Na pesquisa estimulada do 100% Cidades, Orvino tem 38% das intenções de voto, contra 25,8% de Adeliana. Na espontânea, Orvino lidera com 33,4%, e Adeliana aparece com 19,2%. A rejeição de Adeliana subiu para 40,9%. A margem de erro é de 4,9%.

Candidatura cassada

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve o indeferimento da candidatura de Elizeu Mattos à Prefeitura de Lages. A decisão, considera a inelegibilidade de Mattos devido à sua renúncia durante um processo de cassação na Câmara de Vereadores. Embora o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina tivesse reformado a decisão, o TSE a restabeleceu. A Procuradoria-Geral Eleitoral também apoiou o indeferimento, reforçando que a renúncia não afastava os efeitos da inelegibilidade. Assim, Mattos está impedido de disputar o pleito municipal. Resta saber quem absorverá o eleitor de Mattos.

Direito de Resposta

A Justiça Eleitoral de Joinville concedeu direito de resposta ao prefeito Adriano Silva (Novo) após a veiculação de fake news na propaganda de rádio do candidato Sargento Lima (PL). Lima havia alegado que a Prefeitura de Joinville adquiriu insumos de saúde sem licitação e com sobrepreço, contratando a Catarinense Pharma, empresa da família de Adriano. A Justiça reconheceu que a informação é falsa, já que os insumos foram adquiridos por licitação regular e não envolvem a empresa da família do prefeito. Outra decisão judicial suspendeu a propaganda de Lima, e o Ministério Público Eleitoral recomendou sua condenação, com o caso sendo encaminhado à Polícia Federal.

Retirada de material

A campanha de reeleição de Topázio Neto (PSD) está veiculando um comercial que imita um direito de resposta contra o adversário Vanderlei Farias, o Lela (PT), usando o fundo azul e locutor, mas sem ser um direito de resposta oficial. A coligação de Lela entrou com ação na Justiça Eleitoral, pedindo a retirada do material por ser inverídico e solicitando multa. A propaganda de Topázio alega que a Justiça puniu a coligação de Lela e que nenhum ex-secretário da gestão cometeu irregularidades, o que foi contestado. O ex-secretário João da Luz, nomeado por Topázio, é réu em investigações sobre um suposto cartel de funerárias. A coligação de Lela alega que o comercial é “inverídico”, pois há envolvimento de ex-secretário em irregularidades.