MDB abre o leque de alianças em SC de olho em 2026; Salvaro rouba a cena em evento do Governo, Amin fala sobre terrenos da Marinha, entre outros destaques
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Os posicionamentos do MDB catarinense em relação ao Governo Federal e, até mesmo, o descolamento do bolsonarismo – assunto já abordado pela coluna – abriram o campo para a articulação de alianças pelo estado com partidos do centro e da esquerda.
O fato é que lideranças como o presidente da Assembleia Legislativa, Mauro De Nadal, e o presidente estadual, deputado federal Carlos Chiodini, além do também deputado Valdir Cobalchini, deram o pontapé inicial em ações e declarações comparando os investimentos do atual Governo Federal com a gestão de Jair Bolsonaro (PL). De Nadal chegou a ser o mais enfático, ao falar em passeio de jet ski, em clara crítica ao ex-presidente.
Muito embora o eleitor mais bolsonarista possa entender esses movimentos como uma ida do MDB para a esquerda, o fato é que os emedebistas de Santa Catarina, que sempre se posicionaram mais à centro-direita, entenderam que, ou buscam o seu lugar olhando para o passado, quando o partido tinha o protagonismo da política catarinense, ou serão engolidos por um bolsonarismo que não os vê como parte do clube da extrema-direita, apesar de algumas lideranças do MDB erroneamente acreditarem que são.
Portanto, serão vistas nas eleições alianças dos emedebistas com o PT e demais partidos de centro e esquerda, assim como com o Partido Liberal, que hoje abriga o bolsonarismo. Conforme me disse uma liderança do MDB, o partido se casará com todos que tiverem bons projetos a apresentar.
Um casamento entre petistas e emedebistas que está próximo de se confirmar é em Chapecó. O deputado estadual Padre Pedro Baldissera será o nome do PT na majoritária. Ele está à disposição para disputar o pleito municipal na cabeça, ou como vice, e o partido mais próximo é o MDB, que poderá ter o ex-vereador Cleiton Fossá ou o ex-prefeito Luciano Buligon na majoritária. O PDT e o PCdoB também participam das conversas.
Acontece que isso também é reflexo de um assunto que vem ganhando força em Brasília, que é uma possível aliança PT e MDB para o projeto de reeleição do presidente Lula (PT) em 2026. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, é cotada para vice; porém, não se descarta a possibilidade do atual vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) se filiar ao MDB para repetir a chapa com Lula.
E a relação com o PL?
Mesmo se aproximando do PT, os emedebistas de Santa Catarina não pensam, pelo menos até o momento, em se afastar do Partido Liberal. A questão é puramente pragmática. O MDB quer seguir na base do governo de Jorginho Mello (PL) na Assembleia Legislativa e pretende, inclusive, ampliar o seu espaço e poder de influência no Centro Administrativo. Por outro lado, o governador não pode nem sonhar em perder o apoio dos emedebistas, que, em algumas votações importantes para Jorginho, levaram toda a bancada ao plenário, enquanto faltavam deputados do PL. Será como um relacionamento aberto: MDB e PL seguirão morando juntos em Santa Catarina, mas com a liberdade de dar aquela namorada fora de casa.
Transição Energética 1
Num evento cheio de holofotes, o governador Jorginho Mello (PL) foi a Criciúma lançar o Programa de Transição Energética Justa. Trata-se de um acordo de cooperação entre o Governo do Estado e a SATC no valor de R$ 2 milhões, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, para apresentar um plano de ações futuras para o segmento. Porém, o fato que roubou a cena foi a apresentação do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), que destacou, por meio de um vídeo, que no município a iniciativa não é novidade, pois já se executa a transição energética há bastante tempo com obras e ações.
Transição Energética 2
Em seu discurso, o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), apresentou diversas ações como os veículos elétricos, a construção de uma usina fotovoltaica que promete abastecer mais de 60 escolas do município, e os parques da cidade, que colocaram Criciúma como a capital catarinense dos parques, entre outros destaques. O fato é que o discurso do deputado federal licenciado e secretário do meio ambiente, Ricardo Guidi (PL), perdeu a força no seu próprio evento por uma fala política e sem nenhum embasamento técnico como gestor de uma pasta. Nos bastidores, a fala foi considerada fraca para um evento com plateia qualificada.
Ainda sobre
Ao comentar a minha coluna de ontem, uma liderança ligada às universidades lembrou que Elizabeth Guedes, irmã do ex-ministro da Economia Paulo Guedes, na condição de presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup), foi a principal crítica do programa Universidade Gratuita. Ela, inclusive, entrou na justiça contra o programa através da Anup.
Lela recebe apoio do PV
O pré-candidato a prefeito de Florianópolis pelo PT, Vanderlei Farias, o Lela, recebeu apoio do Partido Verde para a disputa na capital. Em encontro no último final de semana, o PV reforçou que Lela é a melhor opção para liderar uma frente democrática. O fato é que o PV já estaria na chapa de Lela, por estar federado com os petistas. O ato foi um gesto político que praticamente não gera uma grande mudança nas movimentações. PT, PV e PCdoB disputarão vagas na Câmara de Florianópolis na mesma chapa.
Nome do PL
Em Capivari do Baixo, o PL, MDB, PRD e AGIR anunciaram que formarão uma aliança na eleição municipal. O empresário Claudir Bittencourt foi oficializado pré-candidato a prefeito pelo PL. Presidente dos liberais em Tubarão e pré-candidato a prefeito, o deputado estadual Estêner Soratto Júnior também participou do encontro.
Esquerda no Sul
O PSOL deve se unir à frente de esquerda em Criciúma, endossando a pré-candidatura de Arlindo Rocha (PT). Na construção da chapa, a Federação PSOL/Rede apresenta o nome de Mariana Furlan Sartor (PSOL) para vice. Seguindo a política nacional nas eleições presidenciais de 2022, o PSOL repetirá o apoio ao Partido dos Trabalhadores nas eleições municipais. Inspirado pelas eleições estaduais, o PSOL quer uma vice mulher na chapa.
Terrenos da Marinha
A CCJ do Senado discutiu, em audiência pública ontem, a PEC que trata sobre terrenos de marinha. O senador Esperidião Amin (Progressistas) participou de forma remota e afirmou que são falsas as informações que estão divulgando sobre a privatização de praias em relação à PEC. “Essas informações distorcidas, essas notícias falsas que estão divulgando sobre privatização de praias, cercamento de praias, amigos, se isso acontecer, sabem quem é o réu (culpado)? É a União! Isso porque são bens da União as praias fluviais e marítimas. Se alguém cercar alguma praia ontem, hoje ou amanhã, o réu é o serviço de patrimônio da União”, disse Amin.
Honorários advocatícios
O STF acolheu um pedido da OAB, a qual define que nas disputas entre entes privados os honorários advocatícios devem ser sempre fixados entre 10% e 20% sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido, ou, quando não for possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. De acordo com o vice-presidente nacional, o advogado catarinense Rafael Horn, a discussão no recurso extraordinário que tramita no STF se restringirá apenas aos honorários fixados em face da Fazenda Pública, no qual a OAB também seguirá atuando para manter a conquista obtida na Corte Especial do STJ, favorável à advocacia.
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