Caos na saúde atinge também as crianças em Joinville
Pela primeira vez desde 2008, a direção do Hospital Infantil Jeser Amarante Faria teve que chamar a Polícia Militar para tentar acalmar a revolta de algumas mães com filhos no colo, inconformadas com a demora no atendimento no Pronto Socorro. Tal situação ocorreu na manhã de segunda-feira e tudo foi registrado com imagens nas redes sociais. Um dos pais aparece gritando que apenas dois pediatras estavam atendendo no final de semana. Outro afirmou que já esteve no “Hospital Infantil” três vezes e não conseguiu ser atendido. Uma das mães demonstrava revolta por estar esperando “nove horas”. Administrado por uma Organização Social, o hospital tem metas para cumprir dentro de um orçamento, mas a situação está incontrolável. A Lotação do PAs tem sido sazonal, mas nas últimas semanas tem sido agravada pelo surto de suspeita de dengue e o recomeço dos sintomas de Covid-19.
Falta de pediatra
A rede municipal não conta com um número insuficiente de pediatras nos três PAs para conseguir filtrar os atendimentos no setor terciário, evitando, assim, os aglomeramentos nos hospitais. Nem mesmo os concursos públicos contribuíram para preencher esta lacuna, que vem se acumulando ano após ano.
Outra realidade
Nesta terça-feira pela manhã, o setor de atendimento médico do Sindicato dos Comerciários de Joinville tinha horário vago para consulta na pediatria à tarde e na manhã de quarta-feira. O profissional não atende emergência.
Hospitais lotados
Os três maiores hospitais públicos de Joinville – dois deles da rede estadual – estão com seus prontos-socorros lotados, a maioria de pacientes com suspeitas de dengue. A situação mais grave é na rede municipal da saúde, onde o atendimento nos Pronto-Atendimentos não é normalizado nem mesmo na madrugada. Um jornalista testemunhou a situação e a resumiu com a hipérbole : “PA Norte era uma verdadeira sucursal do inferno segunda-feira”. Outro jornalista, Benhur Lima, que também é servidor público, relatou que esteve à noite no mesmo local e encontrou “centenas de pessoas se aglomerando, a maioria com suspeita de dengue ou Covid”. Depois que foi atendido, deveria esperar de 5 a 7 horas pelos exames e depois retornar ao mesmo médico. Desistiu.
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