As novas pesquisas da eleição presidencial – Coluna do Paulo Gouvêa
No meu comentário anterior mencionei o fato de que pelo menos um instituto de pesquisas apresentou, no final do primeiro turno, resultados bem próximos do que as urnas revelaram. E disse que ficaria de olho nas avaliações do comportamento dos eleitores feitas por essa empresa. Agora saiu na revista Veja um novo levantamento deste instituto, o Paraná Pesquisas. E ele continua destoando dos seus principais concorrentes. O Datafolha indica, já no returno, uma vantagem de Lula de 9 pontos percentuais (embora seu diretor Marcos Paulino declare que há possibilidade de uma virada de Bolsonaro) e o IPEC uma diferença pró Lula de 5 pontos. Já o Paraná está captando, num momento levemente posterior, outra situação: 47,6% para Lula, 44,1% para Bolsonaro, um empate técnico dentro da margem de erro da pesquisa.
O efeito da avaliação do governo nas intenções de voto
Não quero entrar na turbulência de alguma apreciação de mérito em relação aos candidatos. Mas, olhando os números e tentando fazer uma análise isenta, me parece que, realmente, a situação mais próxima da realidade é esta apontada pela Paraná Pesquisas: eleição embolada, de difícil previsão. E o que contribui para reforçar minha impressão é, curiosamente, um dos aspectos revelados pelos levantamentos do IPEC e do Datafolha que indubitavelmente marcharam de passo errado no final do primeiro turno. Os dois mostram, nas suas mais recentes pesquisas, já no segundo turno, que está havendo uma melhora significativa na avaliação do governo Bolsonaro. A curva que indica a avaliação “boa ou ótima” está em alta e a que mostra a avaliação “ruim ou péssima” está em queda. E isso é fator crucial em uma eleição na qual um dos candidatos é o presidente que está no cargo. A quase totalidade dos analistas políticos entende que as curvas da intenção de voto de tal candidato tendem a se aproximarem, para o bem ou para o mal, das curvas da avaliação do seu governo.
Um voto passa a valer dois
A propósito, sugiro que ninguém se impressione com possíveis alterações rápidas na reta final dessa eleição. Uma das características do mano a mano da eleição final é que cada voto que um dos dois candidatos conquista, quase sempre é tirado do outro candidato. E, portanto, na prática, vale por dois.
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