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O caso da acusação contra o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), precisa ainda de alguns esclarecimentos. Por se tratar de denúncia por suposto crime sexual, as investigações segundo assessores de Gean, deveriam ter ficado sob sigilo, mas acabou vazando e esse deve ser um dos focos da investigação, porém, armação ou crime, o que dirão as autoridades somente saberemos mais para a frente, possivelmente após as eleições. Essa situação tem gerado preocupação à coordenação de campanha do prefeito que tenta a reeleição. Muito embora uma fonte me disse que todos acreditam na inocência de Gean, mas reconhece que há um desgaste natural, pois ele admitiu ter tido um caso extraconjugal.

Advogados do prefeito também já sabem que o documento vazado foi impresso pela policial civil, Luciane Marinho dos Santos, porém, isso não quer dizer que teria partido dela o vazamento, mas já é um indício de onde pode ter saído. Isso se deve ao fato de que após ouvir o depoimento da suposta vítima, foi ela quem assinou e imprimiu para entregar uma via para a denunciante, prática normal nesse tipo de procedimento. Assessores entendem que, tendo sido vazado o documento com a assinatura da policial, provavelmente partiu da via que foi entregue, mesmo assim, pedirão que a apuração seja feita. Por sua vez o prefeito se defendeu, afirmando ser vítima de uma armação de cunho eleitoral. Negou o suposto estupro, mas admitiu que teve um caso, situação a qual, segundo Gean, já teria sido resolvida com a sua esposa entre quatro paredes.

Já em relação a suposta vítima, nenhuma palavra até o momento, porém, eu tive acesso a um prontuário de atendimento do Hospital Governador Celso Ramos, datado de 15 de janeiro do ano passado, quando foi atendida pelo médico Diego de Souza. Consta no documento que ela estava com crise de ansiedade a qual já havia se repetido por diversas vezes, há mais ou menos um ano. Ainda foi escrito “paciente com quadro de pânico”.

Além do prontuário, também tive acesso a um atestado médico assinado pela psiquiatra Julia Trindade, datado de 16 de janeiro do ano passado, um dia após a consulta no Hospital Celso Ramos. De acordo com a médica, a paciente apresentou queixas de ansiedade, tendo sido indicado a ela psicoterapia e medicamento fitoterápico, já que teria demonstrado ter medo de tomar qualquer outro remédio.

No mesmo atestado a psiquiatra informa que em 6 de maio passado, foi novamente procurada pela suposta vítima que relatou um quadro de ansiedade intensa, compulsão alimentar, medo de ficar sozinha e episódios de choro. De acordo com Julia, a paciente informou que estava fazendo tratamento com psicólogo, mas não aceitou mudar de medicamento mantendo o fitoterápico.

Uma terceira consulta é relatada no mesmo atestado, onde a médica destaca que em 5 de junho passado, a suposta vítima relatou piora no quadro e falta de resposta do fitoterápico. Julia escreveu no documento que receitou o medicamento Trazodona, inicialmente com dosagem baixa com progressão até 150mg. Em 18 de junho nova consulta com relatos da paciente de que estava com insônia e, que não havia chegado na dosagem máximo do medicamento receitado. Por fim, uma última consulta datada de 08 de julho passado, em que a paciente informou que seguia se sentindo ansiosa, tendo sido receitada a medicação Pregabalina 50mg.

Pesquisei a respeito dos medicamentos indicados. A Pregabalina 50mg é indicada para epilepsia, fibromialgia, Transtorno de Ansiedade Generalizada e dor neuropática. Já a Trazodona é indicada no tratamento da depressão com ou sem episódios de ansiedade, da dor associada à neuropatia diabética e em dores crônicas associadas a outras condições clínicas. A psiquiatra também colocou no atestado a Classificação Internacional de Doenças (CID) 10 F41.2 que se refere a Transtorno Misto de Ansiedade e Depressão. “Transtorno mental com sintomas significativos de ansiedade e depressão, que não satisfazem critérios para Transtorno do humor ou Transtornos de ansiedade específicos. Caracterizado pela presença de humor disfórico persistente ou recorrente com duração mínima de 1 mês”, diz a explicação da categoria.

O que chama a atenção, é que no dia 8 de fevereiro deste ano, menos de um mês após as primeiras consultas, durante a inauguração do Largo da Alfândega em Florianópolis, a suposta vítima posta uma foto a qual tive acesso, em uma rede social ao lado de Gean Loureiro, onde ela aparece sorrindo. A foto foi deletada.

Pelos relatos da servidora, os supostos ataques sexuais teriam iniciado em 2017 quando trabalhava na Secretaria de Turismo, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico de Florianópolis. Segundo ela, um segundo ataque teria ocorrido entre o final de 2017 e início de 2018 e, por fim, um terceiro suposto estupro em outubro do ano passado, cerca de quatro meses antes de tirar a foto ao lado de Gean em ato público na capital.

Debate

Como você já sabe, hoje é dia de debate aqui no SCemPauta. Todas as segundas e sextas-feiras a partir das 11h, você acompanha o SCemDebate. Maria Helena, Adelor Lessa, Ananias Cipriano e eu, Marcelo Lula, discutimos os principais assuntos em pauta de Santa Catarina. Acesse: www.scempauta.com.br

Aproximação

A governadora interina Daniela Reinehr (sem partido) começou a série de visitas aos demais poderes. Conforme adiantado ontem pelo chefe da Casa Civil, general Ricardo Miranda Aversa, em entrevista exclusiva que me concedeu, o primeiro encontro foi com o presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia (PSD), o qual durou cerca de uma hora. Depois, Daniela acompanhada de Aversa teve uma audiência com o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Adircélio de Moraes. Daniela pelo menos por hora, começa a buscar a construção de pontes, ao contrário do governador afastado, Carlos Moisés da Silva (PSL), que se afastou dos poderes, evitou o diálogo e tentou a força resolver a questão do duodécimo.

Terá dificuldade

Não será uma tarefa fácil para a governadora interina Daniela Reinehr (sem partido), conseguir uma liderança na Assembleia Legislativa. Não se surpreenda se ela ficar sem um líder para articular os interesses do governo no parlamento. Conforme já informei, o deputado Sargento Lima (PSL) já está descartado, afinal, não há diálogo de parte dos demais deputados com ele. Segundo uma fonte, Lima será isolado na Alesc, portanto, conforme já escrevi, não passaria de uma liderança acéfala sem qualquer contribuição a dar a Daniela. A situação é delicada.

Cumprimento militar

Sempre que entra em alguma repartição pública, a governadora interina Daniela Reinehr (sem partido), presta continência aos militares presentes, em resposta a saudação militar que lhe é feita. Daniela ocupou o posto de soldada da Polícia Militar tendo atuado no Proerd. Ela não foi para a reserva, pelo fato de ter aberto mão da carreira militar ainda sem graduação para seguir a carreira de advogada.

Covid: MP alerta

As Promotorias de Justiça que atuam na área da Saúde emitiram recomendações aos prefeitos de Florianópolis, Imbituba e Balneário Camboriú, para que sejam tomadas medidas efetivas para a contenção de aglomerações nas praias, bares e restaurantes. Também foi passada a orientação para intensificar a fiscalização sanitária visando cobrar o cumprimento dos decretos municipais e estaduais de combate à covid-19 e, para fazer valer as normas de distanciamento social, com o aumento do policiamento nas áreas públicas que atraem o maior número de moradores e turistas. Nos hospitais, após uma queda na ocupação dos leitos de UTI, o número de pacientes que precisam de tratamento intensivo vem crescendo novamente. De acordo com o MP, Florianópolis está com 84,66% de ocupação das UTIs, sendo que há hospitais da rede privada com 100% de ocupação.

Gravidade

Em Balneário Camboriú, a 6ª Promotoria de Justiça expediu a recomendação ao prefeito, Fabrício de Oliveira (Podemos), após constatar diversos focos de aglomeração de pessoas, sem o uso de máscaras, em espaços públicos como praias e praças, em bares, restaurantes e em casas noturnas que funcionaram em contrariedade à proibição do exercício da atividade no feriadão de Nossa Senhora Aparecida. Como consequência desses fatos, ainda segundo a recomendação, a classificação de risco da região piorou, passando de “alto” para “grave”. A Unimed da região também suspendeu as cirurgias eletivas a partir de 28 de outubro devido ao aumento de casos de Covid-19 que precisam de internação.

Hospitais

A governadora interina, Daniela Reinehr (sem partido), precisa apressar o passo e definir o quanto antes o nome de quem comandará a Secretaria de Estado da Saúde. Não dá mais para André Motta ser mantido no cargo, ainda mais, após o grave erro que praticamente deixou o Hospital Regional do Oeste e outras unidades hospitalares sem o devido credenciamento para UTI. Segundo informações de entidades médicas, apesar de a Secretaria apresentar os leitos ocupados por usuários em tratamento do Covid 19, são apenas 5 os leitos habilitados, inclusive com distorção de informação no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, no Módulo Leitos Complementares, onde consta que há 40 leitos disponibilizados de Terapia Intensiva exclusivo à Covid 19 e nenhum leito SUS, nem mesmo os 5 habilitados no último dia 13.

Segundo impeachment

 O Tribunal Especial de Julgamento referente ao segundo pedido de impeachment contra o governador afastado, Carlos Moisés da Silva (PSL), será instalado hoje, em sessão marcada para as 10h, no plenário da Assembleia Legislativa. Os trabalhos serão presididos pelo desembargador Ricardo Roesler, presidente do Tribunal de Justiça. Além da instalação do tribunal misto, no encontro, será sorteado o relator da denúncia contra Moisés, além de definido o roteiro de trabalhos e os prazos para o julgamento. O relator deverá elaborar parecer no qual recomendará a admissibilidade ou não da denúncia. De acordo com o juiz auxiliar da Presidência do TJSC, Cláudio Eduardo Regis de Figueiredo e Silva, o rito deste segundo tribunal será semelhante ao adotado pelo primeiro.

Os membros

Os membros do segundo tribunal do impeachment contra o governador afastado, Carlos Moisés da Silva (PSL), foram definidos conforme já divulgado pelo SCemPauta. A Assembleia será representada pelos deputados Laércio Schuster (PSB), Valdir Cobalchini (MDB), Fabiano da Luz (PT), Marcos Vieira (PSDB) e José Milton Scheffer (Progressistas). Já o TJSC terá como representantes os desembargadores Luiz Zanelato, Sônia Maria Schmidt, Rosane Portela Wolff, Luiz Antônio Fornerolli e Roberto Lucas Pacheco.

Vítima de fake news

A Justiça Eleitoral acatou a representação da coligação ‘Vamos pra frente, vamos com Fé’ do candidato a prefeito de Joinville, Fernando Krelling (MDB), contra uma página do Facebook por publicar vídeo com informações falsas. Segundo o juiz Gustavo Henrique Aracheski, a rede social deve remover imediatamente da página “Eleições 2020 – Joinville/SC” um vídeo com informações consideradas falsas sobre Krelling, bem como fornecer os dados de identificação do usuário que administra a página. No conteúdo publicado pela página na última segunda-feira, o vídeo mostra uma versão editada de uma fala do candidato dizendo que não utiliza dinheiro do fundo eleitoral para a campanha, e na sequência mostra doações de pessoas físicas no intuito de confundir os espectadores e prejudicar Krelling.