O boicote às Havaianas e o prejuízo invisível dos franqueados
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O boicote anunciado contra a marca Havaianas, motivado por disputas políticas e ideológicas alheias à realidade do varejo, tende a produzir um efeito colateral grave e injusto: o prejuízo direto e imediato aos franqueados.
É preciso separar a marca institucional da estrutura econômica que a sustenta no dia a dia. As lojas franqueadas não são centros de decisão política, tampouco definem campanhas publicitárias ou estratégias de comunicação. Elas são, na prática, pequenas e médias empresas, muitas vezes familiares, que empregam milhares de pessoas, pagam aluguel, impostos, salários, encargos trabalhistas e operam com margens estreitas.
O boicote não atinge executivos, publicitários ou dirigentes. Ele atinge o lojista que investiu suas economias na franquia, assumiu contratos de longo prazo, compromissos financeiros e riscos empresariais. A queda abrupta nas vendas significa estoque parado, fluxo de caixa comprometido, dificuldade para honrar obrigações básicas e, em última instância, demissões.
Além disso, o prejuízo tende a ser assimétrico. Grandes grupos econômicos possuem capacidade de absorver impactos reputacionais temporários. O franqueado, não. Para ele, semanas de retração no consumo podem representar perdas irreversíveis, fechamento de lojas e endividamento prolongado.
Transformar um produto popular, historicamente associado à identidade cultural brasileira, em alvo de disputa política significa penalizar quem não participa desse embate. O consumidor que deixa de comprar um par de sandálias não está “punindo” uma narrativa publicitária, mas fragilizando uma cadeia econômica que começa no chão da loja.
O debate político é legítimo em uma democracia. O que não se mostra legítimo é transferir seus custos a trabalhadores, vendedores, gerentes e empresários locais, que nada têm a ver com a polarização ideológica do país.
No fim, o boicote não corrige excessos, não promove diálogo e não produz vencedores. Apenas amplia prejuízos, destrói renda e aprofunda a instabilidade de quem depende do comércio para sobreviver.
E, como quase sempre ocorre, a conta não chega aos que gritam mais alto, mas aos que estão atrás do balcão.



