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Depois de ter descido a barranca do rio Carahá e se empenhado na lavagem da fachada da prefeitura; depois de caminhar sobre uma poça d’água no estacionamento da UPA; de puxar fio de luz para a decoração natalina da cidade; e, por último, de performar como “salvadora da cidade”, carregando caixas de medicamentos após o destelhamento da Farmácia Básica, com cobertura cinematográfica de alguns órgãos de imprensa, torna-se evidente que o estilo de governo da prefeita Carmen Zanotto está mais voltado para a estética midiática do que para a gestão técnica.
Ao deixar em segundo plano o pragmatismo da administração pública para assumir a linha de frente do trabalho operacional, evidencia-se um governo em processo de “colatinização”: uma abordagem simplista, performática e midiática, personificada no ex-prefeito de Colatina-PR, Sérgio Meneghelo. Trata-se de um modelo de gestão populista que busca humanizar a figura do político e reforçar a imagem de proximidade com o povo por meio da ação direta.

Foto: reprodução

As chuvas

No domingo, 30 de outubro, quase no final da tarde, Lages foi surpreendida por uma chuva acompanhada de fortes ventos que durou cerca de 30 minutos. Algumas casas, estabelecimentos comerciais e órgãos públicos tiveram seus telhados, em sua maioria, parcialmente danificados.

Simplismo operacional

Entretanto, o evento climático esteve longe de receber qualquer tratamento de catástrofe ou calamidade pública; isso na prática e no cenário real, não no roteiro criado para enaltecer o protagonismo da prefeita diante de sua “coragem” ao retirar caixas de medicamentos da Farmácia Básica, atingida por um pinheiro de araucária.

O fato foi registrado por um influenciador local de projeção estadual com o seguinte título: “Prefeita Carmen puxa caixas de remédios na Farmácia Básica após queda de árvore na estrutura.”
O simplismo operacional de Carmen Zanotto humaniza sua imagem, mas afasta de sua gestão o discurso de tecnicidade vendida em campanha.

Performance midiática

Quem conhece Carmen Zanotto sabe da sua seriedade e discrição, para hoje estar tão exposta de maneira inadequada e desagregadora. As chuvas de domingo podem até servir como um evento oportuno, um ensaio, para que influenciadores e apoiadores da gestão ajustem o tom de seus posts. Não é razoável imaginar que alguém considere normal fazer propaganda da pessoa da prefeita em meio à desgraça alheia. Isso é apelativo e desrespeitoso. Em vez de gerar ganho, acaba por distorcer a imagem da própria agente pública.

Contraste amargo

Foto: reprodução

O cenário escolhido para encenação da prefeita no dia seguinte às chuvas foi a Secretaria de Saúde, próximo à Farmácia Básica. Lá foram captadas imagens que renderam elogios efusivos nas redes sociais, enquanto ela “puxava medicamentos”.
Todos queriam saber se a estrutura da secretaria estava bem, enquanto, na Lages real, as pessoas mais carentes, nas periferias, recobriam suas casas da maneira que conseguiam. Um retrato indigesto da ineficiência do poder público.
A apelação midiática, em resposta, quase sempre vem acompanhada da imagem de um contraste irrefutável, que geralmente se transforma em desgaste.