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Veja de 8/11/1989
Desenho: FreePik

Relembrando.

Na reunião que Roberto Marinho manteve com um grupo de empresários blumenauenses, com a presença, também, do Prefeito Vilson Kleinubing e eu, em outubro de 1989, lhe foram dirigidas diversas perguntas sobre as eleições presidenciais daquele ano e sobre os possíveis rumos da economia e da política do País. Dentre as questões políticas, lembro de três que resumem a curiosidade daquele grupo, naquele momento:

  1. Qual era a posição política da Globo em relação à eleição presidencial daquele ano.
  2. Marinho achava que Silvio Santos, naquele momento ainda fortemente cogitado para uma candidatura, tinha chance de ser eleito Presidente?
  3. Roberto Marinho pretendia votar em Fernando Collor?

A multidão heterogênea e os mandamentos da Globo.

FreePik, imagem criada com IA.

Respondendo a primeira pergunta, Marinho disse que, para uma empresa do tamanho da sua, a credibilidade é um patrimônio muito valioso. A Globo, segundo ele, precisa zelar pelo respeito à sua multidão de telespectadores, composta de todos os matizes políticos e ideológicos, e, também, ao conjunto de seus anunciantes, igualmente um grupo politicamente multifacetado.
Por isso, pautava seu jornalismo por normas de isenção e equilíbrio. Como os consumidores dos seus produtos e seus anunciantes têm variadas preferências, a Globo não podia ter nenhuma. Precisava ser imparcial em questões eleitorais.
O Departamento de jornalismo tinha liberdade de tomar suas decisões em cada caso específico, mas, se infringissem a regra mãe, o responsável seria advertido. Ou receberia castigo pior.

Silvio fora do jogo.

FreePik

Sobre a possibilidade de Silvio Santos concorrer e eventualmente vencer a eleição presidencial, Marinho respondeu de maneira lacônica: “Ele não será candidato”. Quando um dos presentes tentou prosseguir, declarou que preferia não se estender no assunto.
Nas semanas seguintes, apareceu um imbróglio na Justiça Eleitoral que encerrou a tentativa de incluir o popular apresentador entre os candidatos. Virou carta fora do baralho.

Roberto Marinho votou em Collor?

Finalmente, a questão cuja resposta todo o Brasil gostaria de ouvir: se o voto pessoal do dono da Globo iria para Fernando Collor de Mello, como se comentava. O visitante foi bastante franco. Declarou que não votaria em Collor, que tinha dúvidas sobre a capacidade “desse jovem” exercer com sucesso a Presidência. E que seu voto seria em favor do candidato Mário Covas do PSDB.
Isso, no primeiro turno, claro. No segundo, dá para ter um palpite, mas, certeza talvez ninguém tenha. Pode até ter votado em branco.

Próxima coluna.
Roberto Marinho e seus cavalos no Tabajara.